segunda-feira, dezembro 22, 2014

Retrospectiva 2014

AS IMAGENS MAIS MOSTRADAS NA TV

. O pulôver de lista horizontal do Alberto Yousseff cercado dos homens da lei.

. O prédio da Polícia Federal em Curitiba

. O pulôver vermelho do Bibinho e seu queixo empinado

A CAMPANHA EDUCATIVA DAS ELEIÇÕES

. o canal excretor do Levy Fidelix

. o humor inoportuno do Eduardo Jorge

. retorno celestial da bancada evangélica à idade da pedra

O QUE MAIS CHAMOU A ATENÇÃO NA TELONA

. a cara de pastel da Anne Hathaway no filme candidato ao Oscar, o Interestelar

. a caricata interpretação do George Sauma, ator que fez Roberto Carlos no filme Tim Maia

. a necessidade urgente de uso de aparelho ordodôntico na Keira Knightley, atriz intérprete de Anna Karenina, filme homônimo.

O QUE MAIS JUDIOU DA MOÇADA

. o banho dia sim, outro também não do paulista para economizar água

. o 7 x 1 no placar luminoso do Maraca

. fazer mamadeira com leite vitaminado composto de soda cáustica

NOVAS LIDERANÇAS

. Lobão, futuro candidato ao prêmio Nobel Paz

. os cantores do new sertanejo, com seus acordes e conteúdos criativos

. as loiras paulistas inconformadas com a não reabertura da Daslu

OS CONSELHOS MAIS REPETITIVOS

. Eliminar o sal da comida a fim de evitar hipertensão

. Eliminar o açúcar para não contrair diabetes

. Eliminar o carboidrato para não engordar



domingo, dezembro 21, 2014

Será que Deus existe?


Há tempos passei a observá-lo. Todos os dias, para lá e para cá, a andar a esmo. Sempre com uma mochila nas costas e a mesma bermuda xadrez. Aparenta uns 50 anos. Ou mais.

De manhã, arranja uns trocados de alguém de coração. Ofereci-lhe um pedaço de Toalha Felpuda, bolo com cobertura de coco ralado. Sorriu, agradeceu com os olhos e continuou no caminho incerto. Comeu logo a seguir em fração de segundos.

À tarde, o vejo sentado no chão, encostado numa árvore de grosso tronco a conversar com os vira-latas. Ora fala, ora canta. Toma mais uns goles de pinga pura e adormece.

O amanhã continua igual.

sábado, dezembro 20, 2014

Como um partido execrado, uma presidenta valente e um povo esperançoso saem dessa prá melhor


A expectativa da revelação dos nomes de políticos envolvidos na Operação Lava Jato pautou a curiosidade de mídia esta semana.

De uma hora para outra, o político e partido citados nas investigações são vistos como personas non gratas ao sacro santo mundo da política.

Engana-se quem pensa que vai tirar proveito da situação.

Essa é uma guerra sem vencidos nem vencedores.

Em cada nome de político citado, um enfoque maior aos do PT.

O partido carrega o ônus de ser governo há 12 anos. É óbvio – não natural – que em meio a avalanche de denúncias apareçam nomes de petistas.

Afinal, se elegeram ou ocuparam cargos sob a égide de um sistema vulnerável a desvios de toda ordem.

É o sistema da morosidade da justiça, das campanhas eleitorais caras e da indiferença histórica dos órgãos de fiscalização à falta de lisura na administração pública.

No ideário, o PT viria para romper com esse sistema. Na prática, teve que se adaptar a ele sob o argumento do poder e governabilidade.

As revelações servem para encolher o PT, partido que corre o risco de passar para a história com o epíteto de corrupto.

As pessoas passam, o partido fica. Assim, cabe aos militantes proteger a sigla.

Se petista, hoje Sheakspeare mudaria o “ser ou não ser, eis a questão” para “poder ou não poder, eis a questão”. Prevaleceu a primeira hipótese.

Lula 8, Dilma 4 e mais 4 anos de mandato de pura adrenalina.

O tempo judia, mas também ensina a ver o lado bom da política.

O mesmo sistema que elegeu os dois presidentes vermelhos e mais senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores da mesma cor espalhados pelo Brasil afora recuperou a autoestima de milhões de brasileiros historicamente colocados à deriva da cidadania.

A pobreza caiu, o poder de compra aumentou. Mais crianças na escola, mais jovens com dedicação à pesquisa, mais vagas nas universidades e mais investimentos em programas de inclusão social. Mais profissionais para cuidar da saúde, principalmente nos rincões.

Esse é o Brasil de hoje. Os bons resultados das políticas sociais e a seriedade na condução dos rumos da economia ajudaram a imprimir um novo olhar sobre a nação. O Brasil é respeitado lá fora.

Há quem diga que o otimismo é mania de petista ufano. Mas não é. O reconhecimento das melhorias do país nos últimos anos é fundamentada em bases sólidas. Os números atestam as mudanças positivas. Sem contar os prêmios recebidos e a inspiração a outros países para que também cuidem do seu povo tal como fez o governo brasileiro.

Pena que o ônus insista em ofuscar o bônus.

Em 2015

O PT vai se recompor. Vai para a história como o partido que chegou ao poder para passar o Brasil a limpo.

Levantamento recente dá conta da recuperação, mesmo que a conta gotas, da popularidade da presidenta Dilma e aprovação da sua gestão.

Sábio, o povo também revelou em pesquisa que o PSDB é o partido que menos se importa com a corrupção.

O governo Dilma terá que estar em constante vigilância ao que acontece no mundo e zelar a cada segundo pela soberania do país. A Petrobrás está na mira.

Outra questão com pauta obrigatória, é a retomada dos debates da reforma política e democratização da mídia.

Urge uma reforma para por fim às montanhas de dinheiro gasto nas campanhas eleitorais. Urge mudar as regras do troca-troca de partido ao bel-prazer do político sem ideal.

Urge acabar com o monopólio midiático. É nocivo à democracia que meia dúzia de senhorios sejam donos de conteúdos balizadores de costumes, consumo e preferências.

Pois é.

Não basta apenas investigar e punir corruptos para passar o Brasil a limpo.

Sem uma mudança madura nas leis, novas denúncias surgirão, novas investigações terão recomeço e o nome de outros políticos virão a ocupar as manchetes do dia.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Pedro Paulo (PT) é eleito 1º secretário na Câmara. E agora?

O escândalo Derosso, como ficou conhecido o rombo descoberto há três anos na Câmara Municipal de Curitiba, ainda deixa marcas tamanho o montante dos recursos desviados. Um verdadeiro saque aos cofres públicos via contratos obscuros de publicidade.

O PT foi um dos partidos da oposição às gestões Beto Richa(PSDB) e Luciano Ducci (PSB), que mais colaborou na transparência das informações, se empenhou incansavelmente nas investigações e mostrou à sociedade que o zelo ao erário é essencial à democracia.

Dos vereadores empenhados nas investigações, ficou o trauma e o cuidado em manter o legislativo distante das páginas policiais no futuro.

Na escolha dos membros da mesa diretora feita no final deste ano, o vereador Pedro Paulo ( PT) foi eleito para ocupar o cargo de 1º secretário. Ailton Araújo (PSC) é o novo presidente da casa, escolhido com o apoio da base do prefeito Gustavo Fruet.

O que se espera do petista no exercício do cargo, é olho aberto nos trâmites burocráticos, vigilância administrativa constante e lisura nas relações do legislativo com o povo curitibano. Se conseguir, valerá a pena.

quinta-feira, dezembro 18, 2014

Ninguém vai mais me mandar embora prá Cuba. Que pena!

O mundo inteiro em aplausos pela retomada das relações diplomáticas dos EUA x Cuba e eu aqui a me remoer com meus botões.

Com certeza, a bonita ilha caribenha não será mais a mesma daqui prá frente.

As ruas seguras sem furtos nem roubos serão tomadas pelo medo e a paisagem urbana será acrescida de mais um guarda em cada esquina.

A criatividade do conserto do motor será dispensada pela facilidade na aquisição de novos bens.

Os quadris acostumados ao ritmo do mambo e chá chá chá, se redescobrirão no funk e os rappers serão as estrelas da noite.

O invejado atendimento público de saúde será sucateado e planos de saúde privados serão ofertados em cada esquina.

A reconhecida qualidade da educação pública cubana terá concorrência direta das escolas particulares caras por excelência.

O ballet e o esporte, cuja fama ultrapassa fronteiras, terão subsistência abalada pela redução dos recursos destinados ao treino e manutenção.

O povo de olhar puro e hospitaleiro será substituído por gente preocupada com a incessante busca do lucro nos negócios.

É o preço.

sábado, dezembro 13, 2014

Imprensa inferniza a vida do Lula

Para a elite branquinha e letrada, Lula não pode mudar de vida. Se investe num lugar bom prá morar ou se, por acaso, resolve comprar um carro com ar condicionado, da noite para o dia o ex presidente vira manchete virulenta.

Engraçado. Não se vê o mesmo esforço da mídia em publicar as movimentações imobiliárias do Aécio, do FHC. Mas isso agora não vem ao caso. A questão é a perseguição insensata da imprensa ao PT e aos seus principais expoentes.

Em 2008 o filho do Lula foi vítima da mentira em haver comprado uma fazenda e castelo no interior de SP. Agora vem com força a notícia de que Lula adquiriu em tríplex no litoral paulista.

A imprensa peca por dois motivos.

Primeiro. A notícia é tendenciosa e difamadora. Trata-se de aquisição de um terço do dito tríplex, negociado por meio de Cooperativa.

Segundo. Mesmo que - na hipótese de Lula se interessar por um tríplex - é ilegal ou imoral adquiri-lo?

O bom senso e o respeito por um ex presidente diz que não.

Venina veneno envenena

Não é a primeira vez que uma investigação termina e daí vem um aloprado e diz que tem informações bombásticas a acrescentar ao caso. O caso da ex-gerente da Petrobrás Venina Velosa da Fonseca é mais ou menos assim.

Diz a moça que alertou a estatal sobre irregularidades na condução dos processos. Saiba mais  Empresas como as do porte e natureza da Petrobrás tem comissões apropriadas para averiguação de denúncias administrativas. Porque Venina não seguiu os trâmites adequados para por a boca no trombone?

E mais? Porque tomou a decisão de publicar somente agora o que, segundo ela, a incomoda há uns 5 anos?

A mirabolante história tem mais prá oportunismo pessoal e midiático que vontade de oxigenar a empresa. Aí tem.

terça-feira, dezembro 09, 2014

Pacotão de Maldades do Beto Richa é aprovado na íntegra

Manifestantes tentaram barrar o pacote de maldades do governo.
O ano de 2014 termina com surpresas desagradáveis ao povo paranaense. Com a desculpa de ajustar as contas do governo, deputados governistas  passaram o trator e aprovaram o Pacote de Maldades do Beto Richa (PSDB).

As medidas são impopulares ao extremo e mexem com a vida de todos os cidadãos.
O IPVA será reajustado em 40%, com apenas 3% de desconto para pagamento à vista. O pacote contempla ainda aumento do ICMS, taxação de 11% no salário dos aposentados e pensionistas.  Ao todo são 20 medidas.

Mesmo diante dos reiterados apelos da oposição de mais tempo para debater as propostas, o pacotão foi aprovado na íntegra em regime de urgência.

A medida foi recebida por muitos protestos vindos das galerias da ALEP. Sindicalistas, movimentos sociais, servidores e famílias atingidas pelas maldades, repudiaram a incompetência administrativa do governo e a forma antidemocrática da casa para empurrar goela abaixo as medidas indigestas.


Dos 54 deputados, , 37 votaram a favor das maldades, 15 foram contra e 2  faltaram na sessão.  

quarta-feira, dezembro 03, 2014

Onde tem notícia de tucano, tem praga

Esta baby boomer que vos fala pensou em dar um tempo da política, pelo menos até o Carnaval. Droga, não deu.

Acontecimentos drásticos na seara mostram que é impossível ter sossego neste país.

Em concomitância, os tucanos Aécio e Beto Richa resolveram mostrar as garras.

O primeiro, inconformado com a derrota, entre focos e holofotes, fala o que vem na telha, menospreza a democracia, agride pessoas e instituições. Age como se o mundo tivesse que circular em seu entorno.

Num rompante de valentia, chamou o PT de “organização criminosa”. Disso ele entende. Só não vale querer equiparar-se a si próprio.

Aécio não faz oposição ao governo Dilma. Aécio espalha ódio. Até quando?

Já Beto Richa... Ah esse governador. De repente, decidiu impor ao povo paranaense aumentos abusivos nos serviços administrados pelo Estado.

A começar pelos 10% de aumento no pedágio. Considere-se que o custo das rodovias pedagiadas no Paraná já é o mais caro do país. Mesmo assim, dá-lhe alta.

O IPVA virou sinônimo de desgoverno. Primeiro se aprova um desconto de 10% para pagamento à vista adiantado. Nem um mês depois, um novo projeto é encaminhado, desta vez com redução do desconto para 3%. Os cálculos são feitos a bel-prazer e sem planejamento.

E vem mais surpresas por aí.



segunda-feira, novembro 24, 2014

Operação Lava Jato: papagaio come milho, piriquito quer levar fama

Walter Maierovitch, entrevistado da Band
 para falar sobre a Operação Lava Jato
Assisti ontem à noite o Canal Livre da Band e, como não poderia deixar de ser, o assunto foi a Operação Lava Jato. Para falar do assunto, o jurista e professor Walter Maierovitch.

Permito-me, com a humildade de quem jamais ousaria competir com o conhecimento jurídico de Maierovitch, refletir sobre duas questões abordadas.

A primeira, sobre as alternativas para acabar com a corrupção. 
O jurista atribui exclusivamente à morosidade da justiça os motivos da recorrente roubalheira em voga no Brasil.
Há de se concordar, mas não em caráter de exclusividade. Então a agilidade processual intimidaria os espertos? Diminuiria a corrupção? Até que ponto?

Em escritos e ditos, predominam teses da cultura da Lei de Gerson e a existência de leis anacrônicas a facilitar o mau uso do dinheiro público. 
 
Urge então, em ambos os casos, novas formas de combate. A esperteza se corrige com bons exemplos praticados pelas elites. Entenda-se elite, gente da política, igrejas, empresas, sindicatos. A Lei de Gerson se desmistifica na escola e na família.

Quanto ao anacronismo das leis em vigor, sem dúvida, é facilitador mais que óbvio para a prática de atos ilícitos. Basta ver a gastança desmedida em campanhas eleitorais. Os candidatos fingem prestar conta e os TREs fingem conferir a quantidade de zeros. Ou alguém ainda acredita que as despesas são declaradas como manda o figurino?

Outra questão a refletir sobre as intervenções do professor na Band, é a sua incredibilidade em relação ao mérito de Dilma Rousseff frente as investigações da Operação Lava Jato. Segundo Maierovitch, é bravata da presidenta afirmar que as investigações acontecem porque assim ela ordenou. 

Perdoe a ousadia, professor, mas é assim que funciona. Se o mandadário da nação abre as portas, apoia as ações da Polícia Federal, incentiva o aprofundamento das investigações a coisa anda.
Senão... Ficaria como sempre foi. Sujeira bem guardada debaixo do tapete.

 


 

sexta-feira, novembro 21, 2014

Apertem os cintos. O Aécio sumiu.

Aécio Neves saiu da disputa eleitoral espumando de raiva.

Se comportou tal como aquele adolescente que, ao perder a namorada, promete dar uns sopapos no rival como prova de macheza. Só que pensa um pouco, recua, e vê que é melhor arrumar outra no lugar.

Pois é desse jeito que o tucano vem se comportando nos últimos dias.

Tamanho o trauma da derrota, Aécio chegou até a “trabalhar” já nos dias subsequentes às eleições.

Na tribuna do Senado, esbravejou, esperneou, praguejou, jurou vingança e oposição eterna ao PT.

Importante observar. A assiduidade no parlamento não é lá sua praia.

Pois é. Tal como apareceu , Aécio desapareceu. Não deu mais sinal de vida no Congresso.

O candidato derrotado deve estar em algum lugar a refletir sobre seus ímpetos oposicionistas. Recuou ao perceber que democracia é coisa séria. Decidiu lapidar o discurso para não ser confundido com mais um dinossauro da direita raivosa.

quinta-feira, novembro 20, 2014

Cuidado com as cartas. Você pode ser a próxima vítima.

Lembro do tempo em que a gente suava frio ao ver o carteiro se aproximar do portão. Naquele monte de correspondências poderia estar as mal traçadas linhas escritas como prova de afeição de um bem qualquer.

Hoje ninguém mais escreve carta de amor. A caixa do correio tradicional foi substituída pelas facilidades da comunicação virtual.

Resta então ao carteiro, entregar multas de trânsito, extrato bancário e contas pra pagar.

Mas nem só de normalidade vive o mundo das correspondências. O destino prega surpresas, algumas desagradáveis por excelência.

Eu fui uma vítima das circunstâncias. Fui ofendida no mais profundo do meu ser, além de levar um baita susto ao abrir um envelope entregue pelo carteiro.

Eis o que vejo.

Uma mala direta da Veja personalizada com meu nome, contendo altos elogios à minha pessoa para tentar me convencer a assinar a revista.

Vem aí novo aumento do pedágio

O custo do pedágio impacta direta e indiretamente na vida de milhões de paranaenses. Os aumentos são recorrentes e não há Cristo que consiga impedir os valores abusivos praticados pelas concessionárias.

Entra governo, sai governo e tudo continua do mesmo jeito. Os contratos são prorrogados com cláusulas ratificadas sempre em franco favorecimento às empresas.

E até quando?

Parece haver uma espécie de resignação do povo paranaense em relação às decisões e acordos do governo junto às administradoras dos pedágios.

O mesmo não se vê, no entanto, quando do aumento no preço das passagens do transporte coletivo. Aí o povo não fica passivo. Xinga o prefeito, exige explicações, parte prá briga.

Há de se perguntar, o porquê de o povo não se rebelar também com o aumento do pedágio.

Afinal, ter carro não significa poder aquisitivo alto.

Se pagar passagem todo dia mexe no bolso, viajar a trabalho ou lazer,  mais ainda.

quarta-feira, novembro 19, 2014

Impeachment à Dilma? Fala sério!


Um grupelho de recalcados fala em “impeachment” à Dilma Rousseff como se fosse fácil depor uma presidenta legitimamente escolhida pelo povo.

Tudo bem que a saída intempestiva do Collor da presidência ainda esteja viva na memória de alguns, e que o fato possa estimular ímpetos golpistas.

Mas não esqueçam os desavisados, que o cenário político do começo dos anos 90 era bem diferente dos dias atuais.

O alagoano Collor pertencia ao nanico PRN; teve apoio escancarado da Globo ancorado em discurso frágil e populista; fez o maior confisco da história deixando cada brasileiro com apenas cinquentinha na mão; e ainda, a acrescentar, a denúncia do irmão Pedro Collor dos esquemas fraudulentos de PC Farias, o tenebroso tesoureiro da campanha do valente Caçador de Marajás.

Os anti-patriotas que se cuidem. Qualquer tentativa de golpe esbarra no PT - partido sólido e respeitado - de milhões de filiados e simpatizantes presentes em cada canto do país.

A imprensa tradicional esconde, mas esses “bolivarianos” espalhados por aí não se cansam de contar aos brasileiros que a Dilma está passando o Brasil a limpo e que a democracia é sagrada.

E não estão dispostos a levar desaforo prá casa.

domingo, novembro 16, 2014

Passagem sobe. Trabalhador sofre. Empresário enriquece.


O preço do ônibus do transporte coletivo de Curitiba subiu R$ 15 centavos. Passou  de R$ 2,70 para R$ 2,85.
Mais surpresas.  O prefeito sinaliza com novo aumento já nos primeiros meses de 2015.
Como não poderia deixar de ser, o povo não gostou nem um pouco da medida.
Mas o porquê da gritaria se não existe decreto para tarifa congelada?
É simples.
Durante a campanha para a prefeitura, foi muito forte o debate sobre os critérios adotados para reajustar o valor das passagens. O povo, organizado ou não, cobrou do novo prefeito  uma postura séria, não só no trato da tarifa, como também de melhorias no transporte público. Muito se falou em formação de cartel, falta de transparência para se chegar a um preço justo da passagem,  e relações incestuosas entre empresários, sindicatos  e  administração pública.
Gustavo Fruet ouviu os reclamos. Tão logo assumiu a prefeitura ordenou auditoria ao setor. Análises dos extensos relatórios resultaram em encaminhamento da papelada ao  Ministério Público.
Em verificação de planilhas e cálculo de subsídios, constatação estranha de Imposto de Renda dos empresários e repasse de verbas ao sindicato inclusos no custo na tarifa paga pelos usuários do transporte coletivo.  Exemplo de prática lesiva ao bolso do cidadão.
De lá para cá pouca coisa mudou.
As empresas continuam as mesmas. Os empresários continuam os mesmos.
Só o preço da passagem que mudou.

terça-feira, novembro 11, 2014

Reunião ampliada do PT-Curitiba

Reunião realizada do Centro Cultural dos Bancários. No microfone, Elias Hennemann, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba.  

Verificar acertos e erros da caminhada. O que está certo, orientação aos passos futuros. O que está errado, correção do percurso.

Assim é a militância petista: sempre disposta ao diálogo e unida quando a causa convence.

Num futuro bem próximo, duas bandeiras prioritárias: Reforma Política e democratização da mídia.

Orgulho da estrela no peito, sem medo ou pudor.

Deputados  Estaduais Professor Lemos e Tadeu Veneri; Deputado Federal e presidente do PT Estadual Enio Verri

segunda-feira, novembro 10, 2014

Diálogo impertinente

- E aí, Si. Tudo bem? Amigas, né. – Disse sorridente.

Fazia mais de um mês que não via a pessoa.

- Amiga???? - Respondi com ar de surpresa. Amiga não compartilha mentiras, ofensas. Amiga não desrespeita outra mulher só porque é candidata em campo oposto ao seu. Isso é falta de caráter e eu quero ter amigas de bom caráter. – Complementei.

- Ah!!! Deixa disso. Eu só compartilhei. – Falou, na tentativa de atenuar inclusive os “concordo” complementado por ela nos memes mal criados vindo dos ADias, Caiado, Francischini...

- Quem curte e compartilha deliberadamente mensagens mentirosas - pode ser na política, no trabalho, na vida - não merece respeito. – Retruquei.

- Então você não é mais minha amiga no face. – Falou em tom esnobe.

- Não se preocupe. Já a excluí há algum tempo.

O professor avisa que a aula do alongamento vai começar. Uma das participantes inesperadamente me dá um abraço e diz: “Sirlei, eu te amo."

domingo, novembro 02, 2014

Cala-te FHC.

“É bom retomar logo a ofensiva na agenda e nos debates políticos. Para começar, não se pode aceitar passivamente que a “desconstrução” do adversário, a propaganda negativa à custa de calúnias e deturpações de fatos, seja instrumento da luta democrática.”

Faço minhas as palavras de FHC.

O PT e seus principais expoentes ao longo dos últimos anos foram vítimas das mais sórdidas mentiras espalhadas à exaustão em todos os cantos do país.

Lembro algumas do Lula.

. Se eleito, mandaria os sem-teto invadir apartamento de gente rica.

. Se presidente, a cor da bandeira do Brasil iria mudar para vermelho.

. Lula é detentor de patrimônio valiosíssimo guardado em bancos suíços.

. Filho do Lula é dono de castelo, da Friboi...

Da Dilma, crueldade pura. Senão vejamos.

. Dilma apoia o aborto.

. Mulher assassina. Matou milhares em guerrilhas.

Em campanhas, armadilhas de todos os lados.

. O PT sequestrou o empresário Abílio Diniz.

. Serra simula ferimento na testa feito com bolinha de papel.

. A abjeta Revista Veja incrimina Lula e Dilma sem lógica nem provas na véspera da eleição. Terrorismo.

. Não satisfeitos, no dia da eleição viralizam notícia da morte do Yousseff, com suspeitas ao PT.

E as mentiras continuam a todo vapor.

. Brasil paga pensão milionária à viúva de Che Guevara.

Pois é FHC. Teu entorno é mestre em deturpar fatos, mentir e caluniar.

Mídia golpista a serviço da despolitização

A revista Época estampa na capa uma série de aspirações do povo  pós eleições: escola para o filho, vaga na creche, colocação no mercado de trabalho... complementa  afirmando que o que o povo quer nada tem a ver com reforma política.
A revista está correta.
A reforma política deles  se resume em acabar com a reeleição e implantar o voto distrital misto. Realmente, é complicado ao povo entender estas propostas como benefício social.
Mas isso não é reforma. É remendo oportunista das normas em vigor.  
A direita se propõe mexer nas leis da política apenas para atender interesses circunstanciais.
Prova disso, eles próprios aprovaram o instituto da reeleição para propiciar mais um mandato ao FHC. Expectativa de eternização no poder.  O plano besta  saiu pela culatra e agora na maior desfaçatez querem voltar ao sistema anterior.  
Voto distrital, distrital misto ou do jeito que está é importante debater, mas não é o cerne da questão.
Para dar conta do que o povo espera da Dilma e dos próximos governos, é preciso uma reforma política e eleitoral decente, completa e atemporal.
Para sobrar mais recursos  às políticas públicas é preciso acabar com a farra de dinheiro gasto em campanhas eleitorais.   É necessário dar fim ao troca-troca de partidos levado por interesses escusos. É preciso romper com a  cultura do  “quanto mais rica a campanha mais forte é o candidato”.  

Aos bravos escrevedores da Época, um brinde  ao golpismo midiático mais uma vez manifestado nas capas de revista.  

sexta-feira, outubro 31, 2014

Golpe não, tucanada!

A ida do senador Aécio Neves ao TSE com o objetivo de questionar o resultado das eleições é repugnante.
Mas é compreensível.
Afinal, o tucano nunca precisou de grande esforço para se promover política.
Criado no ambiente político desde que veio ao mundo, avô, tio e pai lhes ensinaram que o importante é se dar bem. Não importam os meios. Tanto que não importam, que para chegar onde chegou, Aécio amordaçou a imprensa crítica mineira, cobriu de dotes a parentalha para se fortalecer “à la coronel”, negou veementemente a vida de “bon vivant” carioca sustentada com dinheiro público, se fez homem e habitou entre os mineiros.
Uma carreira de sucesso, sem dúvida, mas conseguida pelo viés sórdido da política. Tudo de mão beijada.
Aí o homem perde as eleições para Dilma, uma mulher diferente de tudo o que ele é.
O Brasil mostrou que é maior que a Minas da família Neves.
Aécio jamais irá se conformar.

segunda-feira, outubro 27, 2014

Vida de militante

Após 3 meses consegui  nesta segunda arrumar o quarto antes do desjejum. 
O  Lilico está feliz por não me ver sair de casa afobada todas as manhãs.
Agenda mais extensa e qualificada. Novos contatos, novos amigos, gente nova  na política.  Anote meu número. Ligue prá mim. Rotina constante.
Quem não pula é tucano. Haja joelho para competir no salto com a moçada mais nova. Esforço descomunal.
Na pressa, roupas  direto para a máquina de lavar com adesivo da campanha.  Haja esforço para tirar as marcas grudentas  das camisetas.
Um calo no dedo mingo do pé e um par de tênis  acabado. Voz rouca e cansaço.

Valeu. E valerá  sempre,  quando se tem a clareza de quem e para que se luta.

Juntando os cacos

A vitória da Dilma Rousseff poderia ser uma alegria plena. Mas infelizmente, não é.
De repente, o grito da vitória se transforma num sentimento de tristeza e frustração.
Tristeza em saber o quanto o povo brasileiro regrediu na forma de pensar e ver o mundo.
Frustração pela energia gasta no combate a desaforos, cara feia, xingamentos, desinformação e mau caráter dos adversários.
Só quem saiu em campo com a estrela no peito e bandeira vermelha desfraldada, sentiu na pele o que é lidar com uma direita preconceituosa, bruta, xenófoba e homofóbica.
À presidenta Dilma, responsabilidades em dobro. Além do saber governar, o desafio de restituir a paz e harmonia do seu povo.
O Brasil precisa urgente se desarmar. E se amar.

sexta-feira, outubro 24, 2014

Amigos e Amigas do Banestado

Nos últimos meses nos vimos mais assiduamente por aqui. E o motivo, como não poderia deixar de ser, veio da efervescência política.
Nas postagens e comentários, cada um com seu ponto de vista. Uns com argumentos serenos. Outros, nem tanto. Uns enfáticos, outros mais moderados. Cada um do seu jeito e maneira, procurou dar o recado sobre o que pensa e o que quer para este Brasil bonito por natureza.
Houve até quem dissesse “quero ter o direito em não discutir política”. Ninguém se zangou.
Democracia é liberdade de se calar, de falar e pensar, sem amarras. Nós vivemos uma democracia.
Dia 26 encerra o debate da disputa eleitoral e um novo ciclo começa já partir de domingo.
É o day after que vai dizer se o resultado das urnas apontam para um País seguro. Disso não tenho dúvida.
Uma saraivada de denúncias de corrupção pautou a propaganda política durante toda campanha. A Petrobrás foi a bola da vez.
É difícil convencer o eleitor e fazê-lo aceitar passivamente que não existem santos na política. Mas não existe.
Calma, não fique perplexo ante o pragmatismo. Explico.
Então devo votar “no rouba mas faz?” Não, de jeito nenhum.
Então devo votar naquele que ergue o punho, estala o olho e esbraveja: “Eu vou acabar com a corrupção neste país. Porque no meu governo não vai ter corrupção!” Não, de jeito nenhum.
Esse é o pior dos lacaios.
Uma boa maneira para escolher o próximo governante é saber quais medidas que ele defende para evitar roubalheira. Transparência administrativa, fortalecimento das instituições, mecanismos facilitadores de investigação pode ser o caminho.
Fazer de conta que a corrupção não existe, escondê-la, se fazer de santo e atirar pedra no adversário é, no mínimo, fazer o eleitor de otário. O eleitor não é otário.
O PT comete erros. O PSDB também.
Uma diferença clara porém existe entre ambos. O PT assume os erros cometidos. Quem erra, paga. Está sujeito aos rigores da lei.
Desnecessário dizer em quem voto no próximo domingo.
Enfim, eleição, por mais importante que seja, é apenas uma eleição. Como já dizia o grande Oscar Niemeyer, importante é a vida.
Vida que segue.

sexta-feira, outubro 17, 2014

Curitiba acolhe Dilma com boas energias

O caminhão do som avisa: a candidata Dilma chega às 13 hs. Nem 10hs. Gente e mais gente chega na praça. Disputam espaço onde a sombra é generosa. Sentam nas escadarias da UFPR, no banco ou gramado da praça. Sol escaldante. Calor atípico na terra do “leite quente”. Música, batuque e palavras de ordem. Adesivo no peito e bandeira vermelha na mão. No rosto, alegria, expectativa.

 

Ver Dilma de perto.

A presidenta chega. Gente e mais gente se aproxima e lhe estende a mão. Mesmo sem poder tocá-la, emoção e alegria contagiantes. No empurra-empurra, selfies relâmpagos.

Declarações de apoio e amor espontâneos à mulher que querem presidenta por mais 4 anos.

Curitiba avermelhou. Corações valentes pulsaram mais forte nesta sexta 17.
Gente e mais gente que sabe o que quer.

     

sábado, outubro 11, 2014

RESIGNAÇÃO OU COMBATE?

Debater corrupção no campo político com o objetivo de apontar culpados e atribuir pesos é tarefa inócua. Serve tão somente de alimento à mentes menores.
A situação fica ainda mais absurda quando - ao tomar partido deste ou daquele candidato - o eleitor passa a endeusar um e demonizar o outro. Lógica e bom senso são jogados no lixo em nome das preferências, não raro circunstanciais.
Na política, como em qualquer outra atividade, não existem santos. O único que se revestiu da aura morreu crucificado há dois mil anos.
Mas falemos da política. Não é necessário muita leitura, para constatar que o mau uso do dinheiro público é recorrente em todas as esferas: executivo, legislativo e judiciário. Acrescentem-se autarquias, bancos públicos, oscips, estruturas estaduais e municipais.
Em cada escândalo, em cada desvio de dinheiro público, uma decepção e uma reação.
Aflora uma raiva dos diabos no cidadão que se surpreende com a notícia de que alguém está passando a mão no dinheiro que deveria ser aplicado em obras e políticas públicas.
Infelizmente, desvios do erário e extravagâncias acontecem diariamente. Uns vêm à tona, outros nem mago descobre.
Resignação ou combate?
Peço licença ao Miguel P. Colhado Gino para reescrever um comentário feito por ele aqui no face: “A corrupção é um câncer instalado no seio da sociedade, que de forma alguma pode ser tolerada mas precisa e deve ser combatida”.
O bom combate pressupõe o fortalecimento dos órgãos de fiscalização, investimentos em novas tecnologias e criação de mecanismos que permitam acompanhamento e transparência em todos os órgãos.
Ao se decidir pelo voto, é de bom alvitre verificar a vida pregressa do candidato e o que de concreto ele apresenta ao eleitor para combater a corrupção.
Negligência, negação e santidade não leva a nada.


"Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes."
Johann Goethe

sexta-feira, outubro 10, 2014

ENTRE RATOS E ELEFANTES

A democracia se consolida pela livre escolha dos governantes. No afã de entender melhor os meandros da política, momentos como os das eleições transbordam para sentimentos de mudanças a qualquer preço. Mudanças do que e que apontam para onde?

De repente, ao reler uma fábula antiga, surge uma iluminação.

A fábula

“Havia num país distante um rei que amava queijos acima de quaisquer outros prazeres. Amava-os tanto que mandou vir para o reino os mais renomados especialistas do mundo, não só para garantir a fabricação dos queijos já conhecidos, mas também para pesquisar novos sabores. As universidades tornaram-se centros de pesquisa de queijos. Ficaram famosos queijos feitos com leite de baleia e leite de unicórnio. O palácio do rei tornou-se um enorme depósito de queijos de todo tipo e sabor. O cheiro atravessava os mares.

O reinado ficou famoso e enriqueceu com a produção e exportação de queijos. No campo da teologia, estudos comprovaram que o sacramento da eucaristia não foi celebrado com pão e vinho, mas com queijo e vinho.

Aconteceu, entretanto, que, além do rei e do povo, outros seres que gostavam de queijo se mudaram para o palácio: OS RATOS. Atraídos pelo cheiro, milhares de ratos passaram a se deliciar dos queijos reais. Todo dia os ratos se multiplicavam aos milhares e invadiam armários, gavetas, sofás, cozinhas, até mesmo o trono real.

O pior. De alguma forma, os ratos tinham que expelir a comilança. Pequenos cocozinhos, durinhos e mal cheirosos se espalhavam por todo o palácio.

Furioso com o cheiro insuportável do excremento , o rei chamou seus ministros e perguntou-lhes como fazer para se livrar dos ratos. É fácil, majestade. Basta trazer os gatos”, responderam.

Felicíssimo, o rei mandou providenciar uma centena de gatos para acabar com os ratos. Ao verem os gatos, os ratos fugiram em polvorosa. Foram-se os ratos, ficaram os gatos.

Tal qual os ratos, os gatos comiam tudo o que viam pela frente e movidos pelas mesmas necessidades fisiológicas, cobriam o brilhante piso do palácio de cocô.

Foribundo, o rei chamou os ministros e perguntou-lhes como acabar com os gatos. “É fácil, majestade. Basta trazer os cachorros”, responderam.

Foram-se os gatos e cachorros de todas as raças e tamanho foram morar no palácio. Comilões, os cachorros começaram a fazer cocô no leito real, coce no tapete persa e xixi nas begônias do vasto jardim. Ao final, havia cocô de cachorro e cheiro insuportável de xixi em todos os cantos do palácio.

Apavorado com a imundície provocada pelos caninos, o rei chamou seus ministros e perguntou-lhes como fazer para se livrar dos cachorros. “É fácil, majestade. Basta trazer os leões”, responderam.

Assim se fez. Chegaram os leões com suas jubas exuberantes. A cachorrada, ao ver chegar os leões, fugiram em debandada. Foram-se os cachorros, ficaram os leões.

Mas os leões, não só comiam cem vezes mais, como defecavam cem vezes mais.

O reino entrou em crise. Faltava dinheiro para pagar a carne que alimentava os leões e os catadores de cocô ameaçavam entrar em greve.

Desesperado,, o rei chamou seus ministros e perguntou-lhes como fazer para se livrar dos leões. “É fácil, majestade. Basta trazer os elefantes”, responderam.

Foram-se os leões e ficaram os elefantes. Grandões, eles comiam montanhas e defecavam montanhas.

Deprimido, o rei chamou os seus ministros e perguntou com voz sumida: “Que fazer para nos livrarmos dos elefantes?

Eureka. Os ministros lembraram que os elefantes, corajosos por natureza, estremecem ao ver um rato. E responderam em coro; “É fácil, majestade. Basta trazer os ratos”.

Então foram-se os elefantes e os habitantes do reino passaram a viver felizes com os ratos e seu miúdo cocô.”

Em visita ao Congresso Nacional, símbolo da democracia, você notará espantado que os prédios estão cheio de ratos e você exclamará: “Deve haver muitos ratos por aqui!”

Sim, existem muitos ratos.

E você perguntará: “Por que não trazem os gatos para acabar com os ratos.”

E a história de novo deverá ser contada para mostrar a grande lição da democracia. “Se para o bem da nação, é preferível manter o cocô de rato que mudar ao de elefante.”

Inspiração: Crônica “O rato roeu o queijo do rei ..". de Rubem Alves

terça-feira, outubro 07, 2014

PORQUE ODEIO NORDESTINO


De nordestino tenho trauma acumulado desde a mais tenra infância. O problema vem desde aquela época em que a gente ia feliz da vida prá escola de guarda-pó branco e caderninho debaixo do braço e acompanhada do sonho de um dia poder ler e escrever.

Naqueles tempos idos me disseram que um tal de Jorge Amado era um escritor baiano famoso e até hoje não consegui entender o porquê da reverência. Será porque ele escreveu dezenas de livros que retratam tão bem a história do povo nordestino do sertão e da cidade? Será porque das obras dele renderam adaptações de filmes de primeira linha, teatro e telas famosas? Será que odeio Jorge Amado porque as obras dele foram publicadas em 52 países?

Este pequeno exemplo já é motivo convincente para odiar o povo nordestino. Afinal de contas, porque a contribuição deles à literatura é tão expressiva e valorizada e a do sul não. Mas vou mais além.

Odeio nordestinos também por essa mania que eles tem em fazer música, dança, poesia admiradas no mundo inteiro. Se Strauss ficou famoso com suas valsas e Verdi com suas óperas, não menos valor tem os Doces Bárbaros, Djavan, Alceu Valença, Carlinhos Brown, Zé e Elba Ramalho e mais uma infinidade de gente nordestina talentosa.

Assistir um dia um show do Chico César fazendo embolada no violão ao som da 9ª Sinfonia de Beethowen e o Luar do Sertão do Gonzagão é um verdadeiro deleite aos ouvidos.

Tem também o Baryshnikov. O russo coleciona méritos de sobra na dança. Mas, cá entre nós, quem consegue harmonizar os passos frenéticos do frevo e do maracatu não fica nem um pouco atrás do talentoso bailarino. E é só o nordestino capaz de conseguir a façanha.

Odeio o cearense Patativa do Assaré. Na sua sabedoria popular, ele já imaginava que

“a baixa, o sertão e a serra,

Devia sê coisa nossa;

Quem não trabalha na roça,

Que diabo é que quer com a terra?”

Quer mais motivos para odiar o Assaré?

O nordestino também tem a mania de fazer comida boa. Odeio esse povo que sabe fazer acarajé, tapioca, vatapá e moqueca como ninguém. A culinária deles é tão gostosa, que até político experimenta buchada de bode para se fazer popular.

Minha ira vai mais além. Além do povo carimbado de nordestino, ainda tem aqueles quilômetros de praias de areia fofa rodeadas de coqueiros. Lá, o azul do céu se confunde com as águas mornas do mar também azul, prontas pra receber gente do mundo inteiro para um doce mergulho num velho calção de banho, um dia prá vadiar.

Esse é o nordeste. Mesmo odiado, seu povo tem no coração a grandeza do sorriso franco e a alma acolhedora.

Jamais. As riquezas culturais acumuladas na história do povo nordestino jamais serão destruídas pelo preconceito, desamor, nem pela ignorância de gente impiedosa.

sexta-feira, outubro 03, 2014

O DEBATE PRESIDENCIAL DA GLOBO

O MEDIADOR ATRAPALHADO

A começar pelo Bonner. Trocou a ordem dos debatedores, confundiu quatréplica com tréplica. Não conseguiu por ordem no barraco frente a claque contratada pelos tucanos para aplaudir Aécio...

SEM PAPAS NA LÍNGUA

“Não levantes o dedo para mim Aécio”. O tucano se descontrolou. Espumou de raiva. Quer descontrolar o Aécio? É só lembrá-lo do aeroporto familiar construído em Claúdio-MG com dinheiro público. Luciana não deixou por menos. O dedo também veio em riste. Dois pitbulls na bancada.

HOMOFÓBICO RAIVOSO

Levy Fidelix não perdoou Luciana Genro. Jurou-lhe ódio eterno pela defesa temperamental da candidata à causa GLBT. Levy esperneou. Os passos dados da cadeira ao púlpito mostravam a pressa do candidato em achincalhar aquela - que aos olhos dele - seria o protótipo legítimo da dissolução da família brasileira. A psolista não se abalou. Continuou convicta e cada vez mais afiada.

CUMPADRE EVERALDO

O candidato toma banho, passa perfume – pastor Everaldo estava todo engomado – ensaia uma resposta e descamba para ancorar Aécio. É descarado. Repete a cantilena do liberalismo por ele mesmo, sem análise comparativa nem tampouco consequências. Um robô falante a serviço da direita retrógrada.

EDUARDO JORGE

O verde se esforçou mas não conseguiu destaque. Tentou se equilibrar na neutralidade às demais candidaturas se apoiando no didatismo ambiental chato. Entrou pequeno e saiu diminuto do debate. Confundiu atribuições do Governo Federal, com responsabilidades do executivo municipal. Cunhou a expressão G3 em referência ao trio DMA.

EX PT, EX PV, EX REDE, ORA PSB

De magra, só a compleição. De coitadinha, só o passado seringalista. Marina Silva mostrou como reage frente a quem ousa contrariá-la. No confronto, uma mulher prepotente, mal educada. Nas contradições, se omite, mente e não se abala. Tentou encurralar Dilma e se deu mal. O marcador do relógio zerava e Marina continuava em provocação infundada. Chegou ao ridículo de ironizar o jeito da Dilma falar em solavancos. Arrancou risos da plateia e também da minha pessoa acomodada na horizontal do meu Maxflex.

MINEIRO TINHOSO

Se derrotado, Aécio Neves tem emprego garantido em Óliúdi. Bom de câmera e de gogó, mas sem sustância. Prioriza ataques ao PT ao invés de propostas. Eleitoreiro por excelência, admite continuidade das boas políticas do PT, com promessas de avanços de última hora. Não apresenta novidade ao eleitor, a não ser a façanha em assumir o poder para aniquilar o PT. Figura doentia.

DILMA, A ESTRELA

Sem dúvida, Dilma é a candidata melhor preparada para governar o País. A petista não brinca em serviço. Respeita os adversários, fala com serenidade do que fez no primeiro mandato – que não é pouco – e tem clareza do que pretende implementar nos próximos 4 anos.

As provocações ácidas são respondidas com propostas factíveis, sempre com olhar voltado às políticas de inclusão em especial aos menos favorecidos.

“Criamos mecanismos para combater a corrupção. Não empurramos a sujeira para debaixo do tapete. Não nomeamos engavetador geral da República.”

Voto Dilma. Voto PT.

quarta-feira, outubro 01, 2014

DEBATE DA GLOBO: GOVERNADORES DO PARANÁ

BETO ENCURRALADO

Situação do Beto Richa ao dedurar a aposentadoria do Requião. Além de sobrar para a mãe, Beto ainda elogiou Requião ao afirmar que foi ele o beneplácito da polpuda pensão concedida à matriarca, esposa de José.

PSOL DISCRIMINADO

Além de ser taxado de moleque, Bernardo Piloto gastou pouca saliva. Pouparam-lhe perguntas. Mesmo assim, alcunharam o “não moleque” de baderneiro. Minimizou a quebradeira junho/2013, agora leva.

OGIER EMBALSAMADO

Homem talhado na tela, mais uma vez exagerou na maquiagem causando inveja a muitos defuntos. Versado à boa locução, equiparou-se a Sandro Dal Pícollo, o mediador do debate. Sandro não merece. Coitado!

PMDB VELHO DE GUERRA

Requião sofre e chora num vale de lágrimas com a postura traíra do Pessutti e de alguns outros deputados do PMDB atucanados. Requião destaca Dilma no papel de parceira nos investimentos do Estado, em contraposição a Beto que só faz reclamar da presidenta. Requião não se conforma com a situação “caótica” em que se transformou o Paraná nas mãos do atual governador.

NANICO PTC

Gralha falante. Aprendiz de discurso coronelista. Ruim de debate, ruim de ideias, ruim de postura. Se ausente, ninguém sentiria falta do Túlio Bandeira.

OUTRO NANICO, O PRTB

Nanico de direita se presta e cai na cilada do espertalhão melhor colocado nas pesquisas. Se auto ridiculariza no discurso ao achar que pode ganhar a eleição. Como figurante , serve apenas para encompridar o debate e atrasar o sono do telespectador .

ÚNICA MULHER

Entremeio a vozes grossas, Gleisi se mostrou enfática e segura do que falou. Paraná é com ela mesma. Chegou até ser ironizada pela facilidade em falar de números. “Falo porque vivenciei esta realidade como ministra na Casa Civil”, disse. Gleisi evitou revidar provocações (que não foram poucas).Focou o debate em propostas factíveis, ao mesmo tempo que questionou o atual governador pela inoperância administrativa frente os desafios do Estado.

Gleisi deu de 7 a 1 nos barbados.

segunda-feira, setembro 29, 2014

Análise: Debate da Record

O QUE SE REPETIU
Três nanicos, um meio nanico e três protagonistas
O QUE PREVALECEU
Papo de comadre entre Fidelix e Everaldo
Humor inconveniente do Eduardo Jorge
Interpretação hollywoodiana de Aécio
Luciana escorada no PSOL
Titubeio de Marina
Altivez da Dilma
O QUE SE ESCANCAROU
Nanicos a serviço do Aécio
O direitismo do Eduardo Jorge-PV
O ódio do Aécio pelo PT
Acidez partidária da Luciana
Cara de pau da Marina em negar fatos documentados
Aptidão da Dilma para dar conta do segundo mandato
SALDO
Seis perdidos numa noite suja – Marina, Aécio, Eduardo Jorge, Luciana, Everaldo e Fidelix – numa bancada de TV com o objetivo comum de nocaute à presidenta Dilma.

Homofobia mata. Aborto clandestino mata.

Os candidatos homofóbicos negam a igualdade aos homossexuais, da mesma forma que se omitem na questão do aborto, realidade prejudicial ao corpo e a alma da mulher vítima dos charlatões usurários chamados de médicos em clínicas clandestinas.
O bom governante deve implementar políticas públicas para todas as pessoas, sem discriminação. Deve estar atento a todos os segmentos da sociedade, sob pena de - ao fechar os olhos às demandas e negá-las em nome da própria crença – cultivar uma sociedade marginalizada sujeita à própria sorte.
Injustiça produz revolta. Revolta leva à morte.

quinta-feira, setembro 18, 2014

Prisão de Alberto Yousseff é ridícula

A pena de 4 anos de prisão aplicada a Alberto Yousseff é ridícula.
Se o condenado causou prejuízo ao erário ou a outrem, diga-se o valor e que Yousseff pague o que deve com multas, inclusive fiança do tamanho de suas “economias”.
Coloque-se o rapaz para cumprir serviços humanitários.
Esse tipo de prisão só serve para alimentar notícias para agradar fulano e desagradar ciclano.
É mais um para lotar cadeias já abarrotadas de presos rebeldes.
Passa a eleição, solta o homem e ninguém fala mais isso. Essa é a justiça.
E mais. Atrás de todo corrupto tem um beneficiário a dar-lhe guarida. Cadê a pena aos mantenedores do status quo do doleiro parasita?

sábado, setembro 13, 2014

Marina Silva, a coitadinha!

Frustrado com fracasso do seu franco favorito Aécio Neves, o PIG decide agora se condoer por Marina.

A súbita defesa orquestrada por alguns setores da imprensa é hilária.

Vamos ao raciocínio.

Será que a ex PT, ex PV, quase Rede, atual PSB e futura Rede pensou em aplauso unânime ao seu discurso dúbio e inconsistente? Será que Marina imaginou que seu palavreado prolixo iria encantar tanto, a ponto de calar quem pensa sério sobre os rumos do País?

Esse mesmo PIG que acusa o PT de judiar de Marina, já estampou manchetes horripilantes do PT e nem por isso o partido se fez de coitado.

Passagens bem vivas na memória.

Na campanha passada, a mulher do Serra fez o que fez na Baixada Fluminense. Espalhou aos quatro cantos que a Dilma era aborteira e que eleita, mandaria matar indefesas criancinhas.

Em 2006 foi terrível. O PIG humilhou, pisoteou no PT por conta da vingativa e teatral revelação de Roberto Jefferson que culminou na condenação de petistas históricos. Maldita Ação Penal 470, política e arbitrária.

A trajetória do Lula para chegar ao poder foi traumática. Se eleito, o metalúrgico iria pintar de vermelho a bandeira do Brasil; apartamentos com mais de dois quartos seriam invadidos pelos sem teto; sem chance nos negócios, o empresariado sairia em massa do país; os comunistas autoritários tomariam assento no poder...

Os petistas de verdade encararam de cabeça erguida as mentiras e o terrorismo da mídia. Lula, sempre forte e convicto da sua missão dizia “vamos vencer com a verdade, vamos vencer sem medo, vamos vencer na paz.”

O PIG não saiu em defesa das mentiras e difamações ao PT. Como sempre, silenciou ao sabor dos interesses de meia dúzia de endinheirados.

Lula governou duas vezes e fez a sucessora. E o Brasil após 12 anos de gestão petista? Está aí, cada vez mais esperançoso, soberano e promissor.

E Marina Silva?

Usa cabeça minha filha. Vá à luta e convença os brasileiros das tuas boas intenções e do círculo que a apóia. Larga da opinião mutante e se assuma enquanto é tempo.

Não se faça de tadinha e indefesa, incapaz de segurar críticas e pressões inerentes ao embate político-eleitoral. 

 Não é perfil recomendável para quem aspira a presidência da República.

terça-feira, setembro 09, 2014

Marina joga fora o pouco de lucidez que lhe resta

Dois teóricos da sociologia política - Ralph Miliband e Nicos Poulantzas – travaram altos debates sobre a natureza do Estado na concepção marxista.

Uma famosa polêmica entre ambos, diz respeito à negação da presença do Estado apregoada por Marx na sociedade capitalista.

“Como argumentar uma sociedade sem a mão do Estado, se quem discute sua ausência é a mesma pessoa que se beneficia dos seus interesses?”

Captei o exemplo do meu baú de memórias para falar de Marina Silva.

Marina caiu de paraquedas na campanha presidencial.

Esperta, tem se mostrado capaz de responder quaisquer questionamentos, mesmo que a mudar de idéia da noite para o dia.

Se por conta própria ou aconselhada por marqueteiros, Marina insiste na aparência da boa novidade na corrida eleitoral. A candidata se desvincula do fazer tradicional da política e reinventa formas de governar com pessoas e não com partidos.

“Como argumentar um governo sem a presença de partidos, se quem discute sua ausência é a mesma pessoa que se beneficia dos seus interesses?”

Marina é candidata do e de interesse do PSB e vice versa.

Ao negar os partidos como estruturas legítimas do Estado, Marina joga fora o pouco de lucidez que lhe resta.

Veja, o mal do século

Cada vez mais me convenço que a iniciativa da Veja em publicar a matéria “explosiva” do último final de semana, foi com a intenção de jogar merda no ventilador e apostar no “salve-se quem puder”.

“Nós não chegaremos lá, mas vocês vão se estrebuchar”. Mais ou menos assim.

Ora pois.

Aécio, o candidato queridinho da mídia grandona em agonia, sem chances de chegar lá. O projeto dos tucanos de “direitizar” o país desmorona dia pós dia.

Recurso de última hora.

Levantar a bandeira da baixaria nacional.

Há algo de muito errado no ar

Pode uma revista, uma única revista, do dia para a noite fazer uma longa matéria com alto teor destrutivo e de efeito devastador na vida das pessoas?
Porque somente a Veja teve o privilégio em saber do teor das investigações do Paulo R Costa e de citar nomes de supostos envolvidos?
Não seriam os envolvidos os primeiros a saber das denúncias para se defender?
Uma única revista é assim tão poderosa para causar alvoroço a ponto de interferir nas eleições?
O que está errado, muito errado nessa história é o mal que a Veja faz à democracia.
Entenda-se por Veja, golpe de tucano inconformado com a previsível derrota.

segunda-feira, setembro 01, 2014

Quem tem juízo não vota em Marina Silva

É evidente em Marina Silva a capacidade de sair pela tangente nas contradições. Basta um emaranhado de palavreado divinatório e tudo está explicado. Será?
Se na vida a coisa não funciona assim, imagine na presidência da República. Será que MS pensa em levar no bico os 513 deputados e os 81 senadores?
Faz parte do dia-a-dia do chefe da nação a negociação com outros poderes. No presidencialismo de coalizão – que é como funciona o sistema político no Brasil – os poderes legislativos interferem diretamente nas decisões do executivo.
Aí é que mora o perigo.
MS “viaja” ao acenar com um modelo que privilegia mais pessoas que partidos. Será que Serra do PSDB ou Suplicy do PT abandonariam acordos de suas bancadas para dar-lhe guarida?
Se com disposição ao diálogo um presidente come o pão que o diabo amassa em razão de conflitos trazidos por interesses difusos, imagine ao não respeitar hierarquia e o jeito do vizinho organizar a casa.
É golpe na certa.

No meio do caminho tinha um avião. Tinha um avião no meio do caminho

Cansa ver tanta notícia desabonadora dos adversários da Dilma e nada lhes ser imputado.

A começar pelo uso indevido de dinheiro público na construção do aeroporto em terreno da família Neves em Cláudio-MG. Da mesma forma que o escândalo veio à tona, sumiu e ninguém mais comenta. Aécio Neves – com a cara de pau peculiar - continua faceiro a falar em moralidade. Diz até que quer acabar com a corrupção do país.

Mais recente, o caso do avião usado pelo PSB durante a campanha eleitoral. Marina Silva desconhece a procedência da aeronave e o próprio partido encontra dificuldades para explicar a aquisição. Aliás, se instada a dar esclarecimentos, a candidata dirá que “no meio do caminho tinha um avião, tinha um avião no meio do caminho.”

Ah... se fosse com o PT! CPI da Aviação, impugnação da candidatura da Dilma e extradição do Lula.

Por aí.

domingo, agosto 31, 2014

Marina Silva: Uma falácia perigosa

É evidente em Marina Silva a capacidade de sair pela tangente nas contradições. Basta um emaranhado de palavreado divinatório e tudo está explicado. Será?

Se na vida a coisa não funciona assim, imagine na presidência da República. Será que MS pensa em levar no bico os 513 deputados e os 81 senadores?

Faz parte do dia-a-dia do chefe da nação a negociação com outros poderes. No presidencialismo de coalizão – que é como funciona o sistema político no Brasil – os poderes legislativos interferem diretamente nas decisões do executivo.

Aí é que mora o perigo.

MS “viaja” ao acenar com um modelo que privilegia mais pessoas que partidos. Será que Serra do PSDB ou Suplicy do PT abandonariam acordos de suas bancadas para dar-lhe guarida?

Se com disposição ao diálogo um presidente come o pão que o diabo amassa em razão de conflitos trazidos por interesses difusos, imagine ao não respeitar hierarquia e o jeito do vizinho organizar a casa.

É golpe na certa.

quarta-feira, agosto 20, 2014

Marina ambientalista. Vice defensor do transgênico.

Em 2008, Marina Silva pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente no governo Lula.
O motivo da demissão do governo petista foi a dificuldade em prosseguir com a agenda ambiental e a insuficiente 'sustentação política' para as questões do setor.
Durante sua administração no Meio Ambiente, Marina acabou perdendo a luta histórica contra os transgênicos. Interesses econômicos se contrapunham aos objetivos da pasta.

Em 2014, Marina assume o lugar do candidato a presidente Eduardo Campos morto em acidente aéreo.

O vice da Marina passa a ser Beto Albuquerque, político gaúcho da mesma legenda, o PSB.

Há tempos Albuquerque é ligado ao agronegócio. Pelo menos nas duas últimas eleições, empresas ligadas ao setor foram suas principais doadoras.
Como deputado federal, o recente vice de Marina foi defensor número um no Congresso da Medida Provisória que liberou o plantio de soja transgênica na safra de 2004/2005.

E agora, José?

segunda-feira, agosto 18, 2014

Dilma, Aécio e Marina Silva. Fico com a primeira

A morte de Eduardo Campos, sem dúvida, altera o ritmo e expectativas eleitorais com a entrada da Marina Silva na concorrência.

A nova candidata à presidente da República é um nome conhecido do povo brasileiro. Seu discurso identificado com a causa ambiental é simpático e inofensivo. Não causa polêmica. Até quem usa chuveiro elétrico todos os dias não se incomoda com a falta de luz, caso esta venha a depender da construção de novas hidrelétricas.

Ambientalistas sofrem arrepios frente a projetos interferentes à água, florestas e peixinhos.

Marina é a negação da política. A Rede Sustentabilidade, expressão pomposa da agremiação, foi meticulosamente escolhida para afastar o fantasma dos partidos desgastados pela democracia que os criou.

O PSB a dar-lhe abrigo é transitório. É apenas uma sigla para legalizar a condição de vice e agora titular do cargo.

Predestinação messiânica.
A predestinação de Marina será capaz de salvar o Brasil da sanha do capital especulativo, da subalternidade às nações ditas desenvolvidas, da proteção ao país das espionagens atrevidas.
Marina está predestinada a respeitar até o fim dos seus dias a laicidade do estado brasileiro.

Que venha o Apocalipse.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Campanhas caras. Politização em baixa.

Mal foi liberada a campanha eleitoral e a selvageria toma conta das ruas. Vide o mau exemplo vindo da destruição de material de propaganda do outro.
Este fato é verificado diariamente nos cavaletes apostos em locais movimentados na cidade.
O esforço do candidato para se tornar conhecido do eleitor é monumental. Mas este jeito de se comunicar custa caro e rende pouco em termos de politização.
Mesmo que a propalada reforma política e eleitoral não tenha prosperado, para fazer valer a conquista suada da democracia, o velho corpo-a-corpo, pequenas reuniões, sola de sapato, diálogo direto com a população ainda é a receita mais eficaz.
Investimentos gigantescos em visual de campanha servem somente para tornar as campanhas desiguais e privilegiar os endinheirados. Não politiza ninguém.

quarta-feira, agosto 13, 2014

Gente sem noção

Um fato presenciado aqui em Curitiba durante a Copa não me sai da cabeça.

Na fila para pegar as pulseiras de acesso à Fan Fest na Pedreira Paulo Leminski, uma menina aparentando uns 15 anos, gritava para todos ouvirem: “Dilma vagabuuuunda! 

Foi a forma encontrada por ela para manifestar a indignação na demora da entrega das tais pulseirinhas.

Na tentativa de entender o porquê de tamanha selvageria decorrente de um motivo besta, deduzi tratar-se de reflexo do xingamento infame dirigido à presidenta Dilma dias antes, na abertura dos jogos.

Se existe explicação para despropósitos como esses, não sei. Mas que tem horas que dá uma vontade de morar noutro planeta... Ah isso dá.

Principalmente quando, sem menos esperar, o ódio, a maldade continuam a ditar regras de comportamento.

Gente de espécie pequena transitou nas redes sociais para destilar novamente o veneno contra a presidenta. Comentários como “A Dilma poderia ter morrido no lugar dele” ou “foi o PT que derrubou o avião” e outras insanidades foram vomitadas nas redes sociais com uma naturalidade assustadora.

É de se perguntar mais uma vez, o que leva essa gente a ser tão sem noção?

domingo, agosto 10, 2014

Veja joga o anzol, Globo pesca e os tucanos comem o peixe

Até o dia das eleições, os tucanos – em conluio com a Veja, Globo e adjacências - farão de tudo para desviar a atenção das questões que realmente mereçam a atenção do povo para escolher seus representantes.
É simples. Se tem uma denúncia verdadeira, grave contra o Aécio, a mídia vai dar pouco ou nenhum destaque. Em contrapartida, vai ocupar bons minutos do precioso tempo do horário nobre para falar de alterações no currículo da Mirian Leitão na Wikipédia. E condenam o PT numa rapidez estonteante.

Averiguação do caso, investigação, é o que menos interessa para jogar a m... no ventilador.

E lá no sofá de casa o comportado telespectador é levado a pensar: Pô meu! Esse povo do PT é dos diabos.

terça-feira, agosto 05, 2014

Tucano e farsa. Tudo a ver

Você sabe por que é difícil ver mal feitos nas administrações tucanas? Não sabe? Então vou contar.

Ah! Porque os tucanos são perfeitos na arte de governar. Mentira deslavada.

Então vamos lá.

O PSDB tem por hábito jorrar dinheiro na mídia, tanto escrita quanto falada. Não importa o porte. A bolada vai das grandes redes de comunicação até aos pequenos jornais de bairro. E a grana é alta. Assim, assegura-se as notícias (falsas) boas deles e as más notícias dos outros.

Outro jeitinho. A compra de apadrinhados. Funciona mais ou menos assim: eu nomeio você para um cargo aqui, pra tua filha acolá e tudo se apazigua.

E tem os jantares com gente da alta. Essa mania é típica dos tucanos e é uma das que mais funciona. Nestas rodas define-se o executor da obra “x” que obviamente será doador da campanha “y” e do candidato “z”.

E ainda tem as deformidades do sistema, como as relações incestuosas com o legislativo, Tribunal de Contas, tribunal disso, tribunal daquilo... Assunto espinhoso para outra matéria.

Veja: a praga do século

Essa história do PSDB achar que o escândalo político do século está em conversas que antecederam os depoimentos na CPI da Petrobrás é patética, senão hilária. Que eles criaram um factoide para desviar a atenção dos fatos escabrosos dos aeroportos familiares, isso todo mundo já sabe. É óbvio.

Mas, o que é complicado entender e ao mesmo tempo causa revolta, é o papel da imprensa nessa palhaçada.

É notório que a Veja é um semanário a serviço do PSDB. A reprodução de notícias de interesse tucano na revista não mais causa estranheza.

Estranho de verdade, é ver outras revistas de circulação nacional e redes de televisão aderirem a pauta da Veja, como se nada soubessem do caráter tendencioso e inescrupuloso da revista.

É a grande mídia unida no exercício da informação deformada.

quarta-feira, julho 30, 2014

Campanha das multas uivantes

O candidato Beto Richa foi condenado mais uma vez pela justiça eleitoral. Desta vez é devido o uso do site da Sanepar para publicidade ilegal.
A multa é de R$ 5.320,50 e é extensiva à vice Cida Borghetti e ao presidente da Sanepar Fernando Ghignone.

Toda a publicidade ilegal deve ser retirada do ar no prazo máximo de 24 horas. Caso contrário o trio estará sujeito à multa diária de R$ 10.000,00.

O mesmo juiz já havia enquadrado o governador por publicidade ilegal no site da Copel.

E mais. Beto e a vice Cida Borguetti também foram condenados a pagar multa por uso indevido do facebook.

Parece que lei é brincadeirinha e dinheiro é farto nas hostes tucanas.

domingo, julho 27, 2014

Comentários sobre a entrevista de FHC na Isto É

FHC concedeu uma entrevista caprichada na revista Isto É desta semana. Só de olhar a capa, percebi que o sociólogo está correto em muitos pontos Senão vejamos:
“Existe um mal-estar no País”
FHC tem razão. Existe um mal-estar vergonhoso no Brasil. Para o povo que valoriza a democracia, é um mal-estar desgraçado ter como oposição um candidato que transformou Minas Gerais, seu estado de origem, numarepubliqueta de parentes apadrinhados, de desperdício comprovado de dinheiro público, de construção de aeroportos inúteis para uso sabe-se lá para quem e para uso sabe-se lá do que.
“O PT perdeu a credibilidade”
Mais uma vez FHC tem razão. O PT perdeu a credibilidade perante os países genocidas. Perdeu a credibilidade dos que duvidavam da capacidade do Brasil em reduzir a pobreza, o analfabetismo. Os indicadores da ONU mostram avanços positivos nestes setores. O PT perdeu a credibilidade dos vira-latas que apostavam num país incapaz de receber tanta gente bonita na Copa do Mundo.
“A Dilma não fala com o Brasil”
É. Realmente a Dilma não fala com o Brasil. Não fala com os banqueiros exploradores do grande capital. Não fala com os patrocinadores de mão-de-obra escrava e infantil.
Dilma não fala com os que desejam ver o Brasil retroceder.

domingo, julho 20, 2014

Educação: Brasil tem até 2015 para completar a lição de casa

Entre as metas da ONU para a educação a serem cumpridas até 2015, estão a expansão do atendimento escolar na primeira infância, universalização do ensino primário, ampliação das oportunidades de estudo da população adulta, redução do analfabetismo em 50%, alcançar a igualdade de gênero e melhorar a qualidade da educação.

Segundo a Unesco, o Brasil se saiu bem na ampliação do atendimento em creches e pré-escolas e matricula de todas as crianças no ensino fundamental, em principal as meninas e as pertencentes a minorias étnicas. Mas destaca que as condições de acesso não são igualitárias e que a universalização da educação primária não significa a universalização do acesso aos conhecimentos básicos.

O relatório destaca que o Brasil quase universalizou o ensino fundamental, com 94,4% da população de 7 a 14 anos matriculados na escola e que conseguiu reduzir as distorções série-idade, uma vez que a proporção de jovens na idade ideal para o ensino médio é mais do que o dobro da de 1995.

Contudo o Brasil ainda precise de avanços na área, em países de alta renda, as crianças mais pobres estão distantes da educação de melhor qualidade. Na Nova Zelândia, por exemplo, quase todos os estudantes de renda elevada atingem padrões mínimos de aproveitamento nas 4ª e 8ª séries, contra dois terços dos estudantes pobres. Na França, apenas 60% dos imigrantes atingem os patamares mínimos de leitura.

O estudo detalhado e confiável da ONU indica que até agora o Brasil se esforçou e priorizou medidas para melhoras na educação.

segunda-feira, julho 14, 2014

Só o dinheiro não resolve

Ao defender mais recursos para a saúde e educação, de imediato se remete ao Governo Federal a responsabilidade destas demandas. E é verdade.
Os percentuais mínimos de investimento fixados a estas áreas vem lá do planalto.
Mas exigir maior investimento com a alegação de que estes serviços são ruins é uma armadilha perigosa. É uma outra questão.
Os serviços prestados pela saúde e educação só irão funcionar a contento, se as verbas a eles destinados forem aplicadas corretamente. Por exemplo:
. os equipamentos das escolas, hospitais, postos, são bem cuidados?
. os médicos cumprem o horário de trabalho?
. as licitações para compra de materiais são transparentes?
. os recursos repassados aos municípios/estados chegam ao destino?
Pois é. De nada adianta o Governo Federal e Congresso estabelecerem as políticas se o prefeito e o governo do Estado não fizerem a sua parte.

sexta-feira, julho 04, 2014

Dilma convence. Lula provoca. Gleisi cativa.

Aproximadamente 2500 pessoas na plateia vindas de diversos municípios paranaenses. Gente que veio para ver Lula, Dilma e Gleisi dizer que “Mudar é olhar pra frente”. Gente que acredita no futuro.

O Hino Nacional emocionou. Como na arquibancada verde-amarela, punhos em riste, voz solta e som capela.

Da arquibancada, “um, dois, três, é Dilma outra vez!.” Ou, “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lulá!.” Cada vez mais alto.

Juventude, ah essa juventude criativa. Cantavam, entoavam palavras de ordem sem cansar. PCdoB presente na maior energia. Sinal de campanha alto astral do candidato ao Senado Ricardo Gomyde.

Moçada do PRB, sob o comando do Pastor Praczyk, numa animação total. “Ei Dilma, cadê você, o PRB tá com você”, repetiam o tempo todo. A presidenta Dilma fez uma ressalva: “Eu não estou entendendo o que vocês estão dizendo – o som não ajudou – mas eu apoio. Foi aplaudidésima.

Do PDT, o prefeito Gustavo Fruet e Osmar Dias, estavam ali firmes na tarefa de fortalecer a aliança partidária. Afinal, o vice da futura governadora Gleisi Hoffmann, o médico Haroldo Ferreira é um pedetista histórico das araucárias.

Comentei com um colega ao lado: ”Admiro a presidenta Dilma pelo respeito que ela tem com a militância. Ela detalha as políticas implementadas pelo seu governo e as que pretende dar continuidade com uma paciência de Jó”

Zelo pela soberania e reforma política. A presidenta reafirma a confiança aos dividendos do Pre-sal e à esperança de tornar a política mais ética, transparente e participativa.

Iluminado? É um dom? É difícil achar um adjetivo para qualificar Lula. Ele chega meio de mansinho – a voz continua rouca – começa a falar e a plateia se cala. Os olhos das crianças brilham.

Silêncio total, até que alguém grita “Lula!, interrompendo-lhe a fala. As pessoas sentem necessidade de demonstrar o amor por ele.

“Você que fala mal da política, que diz que político não presta, seja você o bom político. Mostre que você faz a diferença”. Lula provoca e faz a juventude pensar. Quando conta suas estrepolias dos tempos de peão sindicalista, arranca risos.

E a Gleisi Hoffmann? De miúda? Só a compleição. De frágil, só a voz e os gestos delicados. No mais, uma mulher firme, decidida e de um currículo invejável.

E lá vem o mantra da plateia: “Ah! Não vai ter Beto!”. Analogia clara ao recente “Ah! Não vai ter Copa!”

“Os que pregavam o discurso do medo perderam”.

Que venham as eleições.

É bom ser brasileira. Ser paranaense, mais ainda.

sábado, junho 28, 2014

Copa dos arrependidos

O fim primeira fase dos jogos revelou uma nova classe de brasileiros.
É a classe dos arrependidos. Eles duvidavam desde o começo do sucesso do mundial. De tanto assistir o JN, ler a Veja e dar ouvidos a papo de colegas reacionários, alimentaram  o discurso do contra: contra a construção dos estádios, contra os jogos, contra a vinda de estrangeiros para cá, contra a realização das obras de infra-estrutura. Ironizaram o legado da Copa e insistiram na alegação do tal gasto excessivo.
Hoje eles assistem assiduamente as  partidas na TV, debatem a qualidade dos jogos na família, vibram com os lances bem feitos e, de repente, sem perceber, assumem uma brasilidade reprimida. Admitem publicamente o orgulho de ser brasileiro e sentem-se felizes por isso.
É incontável o número de pessoas arrependidas por não haver lutado por ingresso para assistir os jogos. Quem foi ao estádio, leva até o copo da Coca-Cola prá casa para guardar de lembrança.
Agora é tarde.

segunda-feira, junho 02, 2014

Banestadense no divã

A sala está bonita. Mesa decorada com arranjos florais, canapés e salgadinhos de primeira. É o tratamento dispensado ao aposentado que participa das palestras promovidas pelo Plano de Saúde. Além das palestras motivacionais, de temas relacionados à saúde, os organizadores oferecem um delicioso coquetel de confraternização.

Tudo vai bem, até que – o regabofe farto ainda nem terminou – e já tem gente passando a sacolinha. Sem pedir licença, levam para casa, não só salgados e doces, como também arranjos e flores.

Jantar no Madalosso. O aposentado já vem preparado de casa. Tira a sacolinha de plástico amarrotada do bolso e, discretamente, mas não muito, coloca pedaços de coxa de galinha dentro. Os garçons olham atônitos, incrédulos.

Reveillon na Associação Banestado em Praia de Leste. Faltam 10 minutos para meia-noite. Um grupo domina a agitação em torno do buffet de frutas e champagne, decorado no maior carinho de frente pro mar. A queima dos fogos ainda nem começou. Uvas, ameixas, cachos de banana, são arrancados da mesa e levados para os quartos. Sem dó, nem piedade dos que querem brindar o novo ano.

E por falar em Praia de Leste

Encontro Nacional de Catadoras de Materiais Recicláveis, evento realizado na Associação para mais de 800 catadoras.

Os patrocinadores do evento ofereceram às participantes um jantar de primeira no restaurante da AB. O ambiente foi todo decorado com plantas, arranjos de flores, enfeite com velas e luzes. Para aquele público, um sonho.

O jantar termina. Os elementos de decoração e a comida não consumida ficaram no salão. Tudo na mais perfeita ordem e civilidade.

...

Dia desses, o comentário de um aposentado aqui na rede chamou a atenção. Revoltado, ele vociferou: “Não me sinto mais à vontade para ir na Associação. Imagine... até lixeiro se hospeda lá!”

quinta-feira, maio 29, 2014

O ontem e o hoje. E o amanhã?

Cinquentões de hoje tem viva na lembrança as muitas manifestações populares ocorridas na década de noventa, ápice do governo neoliberal FHC.

E não eram poucas. Trabalhadores do Brasil inteiro se organizavam, discutiam pautas e saiam às ruas cientes da legitimidade das reivindicações, dos direitos defendidos e das bandeiras de luta.

Nas datas-bases, sindicatos travavam batalhas setorizadas por melhores salários, condições de trabalho e benefícios sociais.

Por contrariedade aos rumos da política vigente, uma massa crítica cada vez maior saia às ruas a clamar por mudanças.

Os movimentos organizados tinham a consciência de que a estabilidade econômica era salutar para o país. Porém, não aceitavam a ideia de que a tal estabilidade fosse concebida à custa da exploração da classe trabalhadora. O povo estava cansado de sofrer, de esperar o bolo crescer para só depois vê-lo repartir.

Nas ruas, gente desempregada se revoltava com a venda do patrimônio público a preço de banana à iniciativa privada. Uma onda de privatizações tomou conta do país numa obediência cega ao Consenso de Washington.

O grito pela Reforma Agrária saia do campo e invadia cidades. Era preciso repartir a terra para plantar e depois colher. Não havia empenho nem prioridade para resolver a questão agrária. Os donos do poder preferiam o amém ao latifúndio e aos grandes proprietários de terras improdutivas.

O receituário neoliberal virou bíblia na era FHC.

Nos pronunciamentos só se ouvia falar no alto endividamento público interno e externo do Brasil, o que, para o governo, justificava a dependência ao capital estrangeiro e a escravidão vergonhosa ao FMI.

Outra justificativa usada pelos economistas para fazer o brasileiro parar de sonhar com a aposentadoria justa era o argumento de que a previdência social estava quebrada. Este motivo também era fartamente usado por eles para dificultar o reajuste do salário-mínimo.

FHC nunca ouviu o povo. Foi um governo explicitamente submisso às ordens lá de fora e ao grande capital. Enquanto isso, o mercado de trabalho dava mostras de encolhimento e milhões de trabalhadores perdiam seus postos de trabalho vítimas de demissões seriadas. Sem contar a desesperança dos jovens em poder estudar, trabalhar e ser alguém na vida.

Os jovens que obviamente não passaram por essa fase de horror acham que é exagero, que é chororô de petista saudoso. Mas não é. É a mais pura verdade.

Deu a louca no mundo

O povo retoma os movimentos. Diferente do jeito de reivindicar e de fazer política dos anos neoliberais, gente organizada por sindicatos pelegos, gente autônoma, gente liderada por pequenos partidos políticos, gente de grupos de ninguém sabe ninguém viu, fazem protestos financiados sabe-se lá por quem e com quais interesses . Enfim, uma massa que faz pose de insatisfeita com o sistema, sem saber que sistema é esse que o oprime e o que quer dele de verdade.

Se apresentam da noite para o dia como revolucionários do sabe-se lá do que e para quem. Misturam Copa do Mundo com saúde e educação, Neymar com salário, ignoram a justiça, negam acordos coletivos firmados via sindicatos e se acham donos da razão.

Confundem manifestação com depredação.

Se a polícia recua, é quebradeira, pichação, incêndio. Se usa a força, é autoritária e violenta.

Se o manifestante vai preso, é arbitrariedade da lei. Se a impunidade prevalece, é a justiça que falha.
Constituinte exclusiva para reformar a política arcaica é pouco. Urge uma constituinte exclusiva para repensar a alma do povo. Se é que Deus ainda é brasileiro.

Vida de humano

Na caminhada costumeira que faço com o Lilico nas manhãs, acompanhei hoje, sem querer, a abordagem dos agentes da FAS - Fundação de Ação Social, a três moradores de rua. Eles estavam sentados numa esquina próxima a minha casa.

Um se dizia cantor e às vezes cantarolava palavras desconexas. Outro alegou que havia brigado na família e que por isso estava fora de casa. O terceiro disse que estava ali porque era solidário aos demais. Disse ter casa e que não havia necessidade da prefeitura se preocupar com eles.

Todos chapadésimos. Entremeavam frases reais a delírios.

Não houve argumento que os convencessem a sair dali. Um deles, o mais novo, era velho conhecido da equipe da prefeitura. Ele dizia que as assistentes sociais do abrigo o trataram bem nas vezes que esteve lá, mas que o problema é a falta de cachaça. Disse que tinha medo de ficar preso. “Mas como o senhor ficou preso, se o senhor saiu de lá e agora está de novo na rua”? Perguntou a agente. “Não adianta dona, lá eu tremo e fico nervoso por causa da droga”, disse o rapaz de 31 anos.

Outro, com a cabeça enfaixada e marca de pontos recém retirados do rosto inchado e ainda ferido, foi o mais resistente. Disse que tinha onde morar e que estava rondando porque brigou com a irmã. Segundo ele, a irmã o quebrou de pau. Sob qualquer intervenção, levantava a voz em tom agressivo.

O cantor estava relax. Enrolado num cobertor sujo, imundo, olhava para o céu e cantarolava baixinho. Enquanto os agentes faziam anotações, olhou-me e perguntou se os três incomodavam a vizinhança. Perguntou também se, como moradora do bairro, eu havia sentido falta de alguma coisa. Falei que não.

Os agentes pediram que eu assinasse como testemunha, foram embora e eu também.

Ah! O mais moço lembrou que vai acompanhar os jogos da Copa no radio de pilha. Ele carrega o radinho no bolso.

Vida de Cão, não. Vida de Cão é bem melhor.

domingo, maio 25, 2014

Cinza constante no ceu, chuva fina na sacada e a echarpe tirada da gaveta para aquecer o pescoço.

Junho se aproxima. O inverno começa a mostrar a cara.

Curitiba, devagar, retoma sua vocação ensimesmada.

domingo, maio 18, 2014

Síndrome coletiva de pessimismo pré-copa

Nelson Rodrigues criou a expressão Complexo de Vira-latas para traduzir o sentimento de inferioridade que assolou o brasileiro após a derrota do Brasil no mundial de futebol em 1950.

À véspera da Copa 2014 tendo o Brasil como sede, o sentimento vira-lata é visível, não apenas no âmbito do futebol - até porque os jogos nem começaram – mas no leque de serviços que o Brasil deve oferecer aos visitantes.

Em roda de amigos, esquinas, por toda parte, sempre tem alguém a dizer: “No Brasil nada funciona. Os aeroportos estão aos pedaços, o trânsito, a segurança estão à beira do caos. Essa copa vai ser uma vergonha!”

Sem arrogância, digo que conheço muitos países nesse mundão afora. Por onde passo, procuro observar costumes, mobilidade e funcionalidade das instituições.

Posso afirmar que o oásis almejado não existe em nenhum lugar do mundo. Todas as cidades, principalmente as de grande porte, apresentam problemas de urbanidade.

Será a favela de Munique menos desigual que a Rocinha? Será o engarrafamento das ruas parisienses convergentes ao Arco do Triunfo menos caótico que a Marginal Tietê? Mais uma pergunta. Se escolhidos a sediar uma Copa Mundial de Futebol, esses países recusariam?

Na verdade o povo tem é medo de acreditar em si mesmo. A atitude negativa nada mais é que o disfarce do otimismo envergonhado. É a proteção necessária para – se o Brasil falhar - estufar o peito e dizer: ”Viu, eu não disse!?

Se vivo, Nelson Rodrigues, substituiria o Complexo de Vira-Latas por Síndrome Coletiva de Pessimismo Pré-copa.