sexta-feira, setembro 20, 2013

Ame o Brasil e fique por aqui mesmo

Começo da década de noventa, dois filhos pré adolescentes prá criar e uma enorme insegurança no futuro. O índice de desemprego beirava a estratosfera. Uma década centrada na doutrina neoliberal e FHC seguiu a cartilha à risca. A ordem vinda de cima não deixava dúvidas: vender estatais a qualquer preço e segurar a escalada inflacionária, nem que para isso fosse sacrificado o emprego, salários e prestação serviços públicos de primeira necessidade. O real estabilizou, mas o custo foi altíssimo.

Hoje a realidade é outra. O fantasma do desemprego não mais assusta. Tem escola superior prá pobre e rico. Basta ter vontade de estudar. Brasileiro que não tinha onde morar hoje tem casa com geladeira e máquina de lavar roupa. Tem um governo que ajuda quem tem fome até a pessoa se levantar e seguir seu caminho sem precisar de ajuda.

No entanto, paradoxalmente, as queixas hoje são maiores. Todo mundo reclama. Tem gente que chega a dizer que o Brasil é uma merda. Que é preferível viver lá fora.

Meus filhos estão empregados. Irmãs, sobrinhos também. Todos tem esperança e acreditam que o amanhã será ainda melhor.

ET. Soube que uma amiga que mora na Itália está “despachando” seu filho de 18 anos para o Brasil para continuar os estudos e trabalhar. Lá os jovens estão sem rumo. Olham ao redor e não encontram nada para fazer.

segunda-feira, setembro 16, 2013

Mudem as regras, pelo amor de Deus!

Tem muita gente por aí que pensa que se os envolvidos no mensalão forem punidos, seria retomada a normalidade ética e moral no país. Assim, como um passe de mágica, a classe política se tornaria a inimiga número um dos atos lesivos ao erário e voltaria a ter o respeito dos cidadãos. Ledo engano.

Enquanto persistir o modelo de fonte de recursos privados para campanhas, os Caixa 2, as prestações de contas maquiadas vão existir. E quem paga a conta “além da conta” é o cidadão.

Se a empresa X faz uma doação para um determinado candidato, não a faz por amor à pátria. A recompensa vem em dobro nos superfaturamentos, licitações dirigidas e tráfico de influências. É óbvio. É um modelo de privilégios ao grande capital. Basta observar a configuração do Congresso: as bancadas de megapastor, mega latifundiário, mega empresário se perpetuam no poder.

A corrupção político-eleitoral é a mais nociva.

Hipocrisia anunciada

Na tentativa de dar respostas ao povão ensandecido das “ruas de junho”, os congressistas se decidiram por uma reforma política meia sola. Chamam a obra prima de mini reforma. Se levassem a sério o brado das ruas, não apresentariam uma proposta tão esdrúxula.
Primeiro: porque mini e não uma reforma decente, que apresente avanços e amadurecimento da democracia?
Segundo: centralizar o debate de redução nos gastos de campanha em corte de santinhos e cartazes é, no míninmo, fazer pouco da inteligência do brasileiro.
Ou seja: deixa-se aberta a porta para abusos do poder econômico, facilidades para compra de votos.
Porque eles temem o financiamento público de campanha? Não querem perder a mamata. Querem continuar tratando pobre como subalterno eleitor, jamais como seu igual.

O dia “D” dos hipócritas

Diz a música que “O Haiti é aqui”. Discordo. A Normandia é aqui. E o “Dia D” dos brasileiros vai ser na quarta-18. Precisamente nesta data, a grande imprensa e políticos da direita estarão apostos como aves de rapina no aguardo do parecer do Ministro Celso de Mello, no caso do julgamento do mensalão.

Se o ministro acatar os embargos infringentes, dirão que a democracia está em jogo, dirão que a turma do PT merece ser punida porque o país não aguenta mais tanta impunidade, dirão que a decisão corrobora a tese de julgamento ad eternum...

Na hipótese de parecer contrário aos recursos, essa mesma corja vai suspirar aliviada. Conseguimos. Muitos pensarão.

Manchete da Folha: “Cai a chance de Dilma em 2014”. Chamada do JN: “Condenados do mensalão vão prá cadeia. Em decisão histórica, a Suprema Corte põe fim ao julgamento do maior escândalo de corrupção do século.”

O Haiti não é aqui. Aqui é o Brasil.

sábado, setembro 14, 2013

Amigos. Somente amigos.

 
Tem horas que bate uma saudade... Saudade dos tempos da primeira faculdade, dos bons tempos de república, saudade dos amigos sumidos por esse mundão afora...Pessoas que cruzam nossa vida e de repente vão embora sabe-se lá prá onde.

Nesse clima de nostalgia - mas não de tristeza - usei as redes sociais na tentativa de rever pessoas que fizeram parte da minha história. No vai-e-vem de lembranças de nomes, localizei o gaúcho Nelson Gilberto Mazzoti, um jovem estudante de Engenharia Química nos idos de 1973. Fomos vizinhos por algum tempo e uma grande amizade se fez nessa época.

Entrei em contato e trocamos algumas mensagens com visível bagagem de emoção pelo reencontro, mesmo que virtual. Atualmente meu amigo mora em Porto Alegre e trabalha em Caxias do Sul.

De súbito, atendo uma ligação hoje cedo e quem estava na linha? Era o Nelson. Disse estar em Curitiba e que gostaria de me ver.

Fiz um almoço bem gostoso prá nós dois - pasta alho e óleo, frango ao molho e saladas - tomamos umas cervejas e depois um cafezinho no capricho prá rebater.

Os cabelos brancos – menos os meus - não impediu a sensação da pureza e juventude tal qual vivemos há quarenta anos.