segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Como fritar um banqueiro em tempo recorde


Esta é a história de um homem muito rico. 

Para lá e para cá de avião próprio, o homem viajava pelo imenso país, sempre a esbanjar simpatia e boa vida, mesmo nas viagens a negócio.

Aliás, negócios sobravam-lhe às pampas. A riqueza se estendia a jornais, terras, bois, cavalos de raça e plantação.

Mas o chamego principal do grande homem se chamava banco. Um grande banco de sua propriedade.

Não satisfeito com poder conferido pelo dinheiro, o homem se enveredou no mundo da política. Se candidatou a senador.

Na campanha da TV, um chapéu lançado no ar pairando sobre vastas plantações provocava arrepios. A propaganda bem feita – dizem que foi tecnologia importada dos EUA – caiu no agrado do povo. O homem do chapeu se elegeu senador sem sufoco.

E as relações de poder do homem não paravam de crescer. Chegou até a ser ministro do governo que ele ajudou a eleger à base de generosas doações de campanha.

Mas ele queria mais. E mais. Almejava o cargo de presidente da República.

Aí o bicho pegou.

O governo que o banqueiro senador deu dinheiro para se eleger não gostou da pretensão ousada. Sentiu cheiro de ameaça ao poder.

A reação veio à galope.

Decretaram a falência do banco. Acabar com a instituição significava minar as possibilidades de avanço do homem do chapéu à presidência.

Não satisfeitos, facilitaram a venda dos ativos do banco a preço de banana a um grupo inglês.

Colocaram o homem prá escanteio, sem banco, com prestígio abalado e carreira política abreviada.


domingo, fevereiro 15, 2015

Beto Richa escolheu um caminho sem volta


A chantagem branca da bancada governista instalada no legislativo custa muito caro aos cofres do governo. As boas relações entre os poderes é proporcional ao tanto de dinheiro destinado às emendas dos deputados.

Por aquelas bandas, nada se faz por amor ao próximo.

A relação incestuosa entre os poderes vem de longa data. O governo só funciona se tem dinheiro. Óbvio.

Ocorre que para ter dinheiro para saúde e educação conforme manda a lei é preciso economizar noutras áreas.

Beto Richa age ao contrário. Prioriza o uso da grana pública em supérfluos.

Para garantir vitória nas eleições, o tucano não se fez de rogado.

Além do quadro inchado de comissionados, na reta final do mandato nomeou mais gente com polpudos salários.

Em cada canto do estado, em destaque o puxa-saco profissional nomeado só para falar bem do governo; Richa tratou os deputados a pão- de- ló para garantir apoio as suas estripulias e a vitória deles também, claro; aprovou benesses exorbitantes ao judiciário e por aí vai.

A oposição só faltava chorar na TV. Convencer os paranaenses da bancarrota do Paraná e que o povo estava sendo enganado foi a tentativa do debate que não houve.

Poucos minutos de realidade e em seguida a longa propaganda tucana - com aquele fundo azul esperança na tela - mostrava um Paraná próspero e futurista. Um governador jovem, seguro, com experiência para governar por mais 4 anos.

O povo preferiu o engodo. A máquina cuidadosamente preparada para blindar Richa comprovou-se mais eficiente.

Deu no que deu.

Um governo acuado, desmoralizado perante o funcionalismo público e atolado nas insolvências.

Pior. Um governo refém de um legislativo do toma-lá-da-cá cada vez mais acintoso. Uma bancada representada por parlamentares eleitos a reboque, fruto de um sistema político anacrônico carente de reformas estruturais.

Duas vezes pior. Já subiu a conta da água, luz, IPVA, pedágio e, mesmo com todos esses aumentos, não se vislumbra equilíbrio no caixa.

E agora, governador!

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

O Paraná falido e servidores pagam o pato


É falacioso o argumento do governo de que as medidas de contenção de despesas via pacotaço de maldades resolva o problema de caixa do Estado.
Beto Richa escolheu o caminho errado. O pior caminho.

Para o governo, é mais fácil emplacar demissões e redução de direitos do funcionalismo público; desmontar as estruturas das escolas, atrasar salários, que mexer com as áreas que realmente oneram os cofres públicos.

A crise se arrasta há anos. No entanto, para garantir vitória nas eleições, Richa escondeu a barbárie a sete chaves.

O judiciário é agraciado com auxílio aluguel de R$ 4 mil mensais; secretários e comissionados não se intimidam com a auto concessão de polpudos salários; a quantia das verbas destinadas aos deputados é proporcional à subserviência e ao puxassaquismo ao governo. Esta é a realidade.

E o povo não representado dignamente pelo executivo, ainda tem um legislativo mercantilista; pobre de formação política.

Para onerar ainda mais os cofres, tem o repasse ininterrupto de grana graúda a jornalões e jornalecos do Paraná inteiro; gente da imprensa chapa-branca que sobrevive à custa de publicação alvissareira ao governo.

Aonde o Paraná vai chegar?

Com certeza, o pacote de maldades em curso só faz piorar a situação.

Nada para pior para um governo quando ele deixa de ser amado pelo seu povo.

Richa pode se surpreender. E se arrepender.