quarta-feira, setembro 05, 2018

O Grito do Ipiranga



“Muitas vezes, o silêncio é um crime”.
(Dr. Martin Luther King Jr.)
            Passados 196 anos do grito de Independência ou morte por Dom Pedro I, às margens do Riacho Ipiranga, em São Paulo, mais do que nunca é preciso mergulhar profundamente na História do Brasil para compreender a nossa difícil e frágil democracia, nossa Independência e quais são os interesses que estão em jogo no Brasil de hoje. “A memória histórica existe para a libertação e não para a servidão” (Jacques Le Goff).
            É preciso lembrar que o Brasil nasceu para ser branco e capitalista, sendo mercantilista, escravista, machista, racista, preconceituoso e excludente com a chegada dos portugueses se apropriando da Terra de Pindorama em 1500, habitado por cinco milhões de indígenas. De cara tais posseiros não respeitaram a cultura dos povos originários, como também não respeitaram e continuam não respeitando a cultura africana e afro-brasileira.
            É preciso lembrar também dos chamados “homens bons” do período colonial, que ainda estão “soltos” por aqui, que exploravam o trabalho alheio e que decidiam tudo num pacto das elites da aristocracia agrária (Independência de 1822, Proclamação da República em 1889, Abolição da Escravidão em 1888, etc.).
            O Grito do Ipiranga não se deu de forma conflituosa como em outros países, o que não quer dizer que foi de forma pacífica. O sentido de nação independente seria necessário derrubar a monarquia absolutista de D. Pedro I e as rebeliões populares (1837-1840) (Cabanagem, Sabinada, Balaiada e a Farroupilha) já previam um Golpe de Estado com apoio da imprensa que já “bestializava” o povo. Eis alguns exemplos para compreender como os tempos se parecem... Companheiras e companheiros.
            Marx já previa a luta de classes do século XXI, mas a farsa está sendo pior do que a tragédia, e a História do Brasil é uma história de resistências, lutas e conquistas, até com greve de fome, um gesto simbólico pela nossa democracia demolida. No ano 2000 todo o território nacional foi comemorado “Brasil 500 anos de resistência negra, indígena e popular”.
            Chegamos neste 7 de setembro com vários tipos de golpes, porque a ofensiva das forças conservadoras oligárquicas nacionais e o imperialismo estadunidense não é novidade na América Latina. É tudo que interessa as petroleiras, aos EUA, aos banqueiros, empresários, Rede Golpe e do Deus dinheiro.
            Por isso que o mercado dos golpes e da Casa Grande está de pé, com o latifúndio, trabalho escravo, repressão, extermínio da população negra e indígena, os palácios, as cortes, mídia colonizada, tribunal da Inquisição e muitas outras barbáries medievais.
            Estamos vivendo os desdobramentos do golpe de 17 de abril de 2016 (dia da infâmia), dois mil e “dezesselva”, na democracia e povo brasileiro, orquestrado, espetacularizado, desta vez pelos três poderes da República sem nenhum pudor e financiado pelas elites avarentas irracionais e de um judiciário do “esqueça o que estudei, falei e escrevi”, como fez FHC, o pai deste golpe pseudolegal, vergonhoso.
            Neste 7 de setembro, que não somos mais nação independente, há de se perguntar quais as forças poderosas que impedem o STF de assumir suas atribuições de cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal de 1988? Por que Barroso, a serviço do golpe refundou a República submissa aos EUA. Sabemos que foi mais um pacto das elites entreguistas e traidoras da pátria, criminosos de lesa pátria, serão julgados pelo povo e pela História.
            Vivemos o pior momento de nossa História e muitas coisas para dizer sobre este novo filme de terror nas trevas com vampiros monstros detonando aceleradamente as árduas conquistas do povo brasileiro, assim como nossas riquezas. Um Brasil fora da lei, ditatorial, à deriva, isolado do mundo, cujo último vexame foi negar a afirmação histórica dos Direitos Humanos da ONU de igual natureza para todas as pessoas.
            Isso porque as elites do atraso não conseguem esconder mais seus danos morais, sociais, ecológicos e do veneno, do ódio fascista e do cinismo. Não gostam do Brasil e do povo brasileiro, mas de Miami.
            Por isso incomodaram com os 13 anos dos governos democráticos e populares do PT com Lula e Dilma, porque nunca antes viram o pobre participando de conferências, trabalhar, comprar, comer, morar, consultar, estudar e viajar de avião. O mundo civilizado sabe que Lula é um preso político, é um símbolo internacional, candidato preferido do povo brasileiro e que Lula e o PT são os únicos capazes de tirar o Brasil deste atoleiro. Por isso também é que “a maior virtude da alma brasileira é a esperança” e “haverá um dia em que veremos nesta terra reinar a liberdade” (Leonardo Boff), e Beto Guedes completa: “Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos trazendo o sol da primavera”. Assim este 7 de setembro será mais um dia de luta de toda militância socialista, que se liga na TV 247 e na TVT, resistindo sempre com a solidariedade nacional e internacional. Lutar e vencer com muita arte e cultura ao som do professor trompetista. Em tempo quero dizer que a melhor resistência é na Escola sem Mordaça, para sermos cronistas da História com um pensamento épico. Somos todas e todos e nosso grito é internacional, por democracia, independência e soberania, e por  Lula Livre, Brasil Livre, Lula inocente, Lula/Haddad Presidente 13, por um “Brasil Feliz de Novo”.
Viva Lula, Viva o PT, o Brasil e o povo brasileiro!
Joana Darc Faria de Souza Lula da Silva
Prof.ª de História, especialista em Ensino de Cultura, Artes e História Africana, Afro-Brasileira e Indígena (Unioeste – Cascavel/PR). Diretório Municipal do PT de Toledo/PR.
Toledo, setembro de 2018.