“Muitas vezes, o silêncio é um
crime”.
(Dr.
Martin Luther King Jr.)
Passados 196 anos do grito de
Independência ou morte por Dom Pedro I, às margens do Riacho Ipiranga, em São
Paulo, mais do que nunca é preciso mergulhar profundamente na História do
Brasil para compreender a nossa difícil e frágil democracia, nossa
Independência e quais são os interesses que estão em jogo no Brasil de hoje. “A
memória histórica existe para a libertação e não para a servidão” (Jacques Le
Goff).
É preciso lembrar que o Brasil
nasceu para ser branco e capitalista, sendo mercantilista, escravista,
machista, racista, preconceituoso e excludente com a chegada dos portugueses se
apropriando da Terra de Pindorama em 1500, habitado por cinco milhões de
indígenas. De cara tais posseiros não respeitaram a cultura dos povos
originários, como também não respeitaram e continuam não respeitando a cultura
africana e afro-brasileira.
É preciso lembrar também dos
chamados “homens bons” do período colonial, que ainda estão “soltos” por aqui,
que exploravam o trabalho alheio e que decidiam tudo num pacto das elites da
aristocracia agrária (Independência de 1822, Proclamação da República em 1889,
Abolição da Escravidão em 1888, etc.).
O Grito do Ipiranga não se deu de
forma conflituosa como em outros países, o que não quer dizer que foi de forma
pacífica. O sentido de nação independente seria necessário derrubar a monarquia
absolutista de D. Pedro I e as rebeliões populares (1837-1840) (Cabanagem,
Sabinada, Balaiada e a Farroupilha) já previam um Golpe de Estado com apoio da
imprensa que já “bestializava” o povo. Eis alguns exemplos para compreender
como os tempos se parecem... Companheiras e companheiros.
Marx já previa a luta de classes do
século XXI, mas a farsa está sendo pior do que a tragédia, e a História do
Brasil é uma história de resistências, lutas e conquistas, até com greve de
fome, um gesto simbólico pela nossa democracia demolida. No ano 2000 todo o
território nacional foi comemorado “Brasil 500 anos de resistência negra,
indígena e popular”.
Chegamos neste 7 de setembro com
vários tipos de golpes, porque a ofensiva das forças conservadoras oligárquicas
nacionais e o imperialismo estadunidense não é novidade na América Latina. É
tudo que interessa as petroleiras, aos EUA, aos banqueiros, empresários, Rede
Golpe e do Deus dinheiro.
Por isso que o mercado dos golpes e
da Casa Grande está de pé, com o latifúndio, trabalho escravo, repressão,
extermínio da população negra e indígena, os palácios, as cortes, mídia colonizada,
tribunal da Inquisição e muitas outras barbáries medievais.
Estamos vivendo os desdobramentos do
golpe de 17 de abril de 2016 (dia da infâmia), dois mil e “dezesselva”, na
democracia e povo brasileiro, orquestrado, espetacularizado, desta vez pelos
três poderes da República sem nenhum pudor e financiado pelas elites avarentas
irracionais e de um judiciário do “esqueça o que estudei, falei e escrevi”,
como fez FHC, o pai deste golpe pseudolegal, vergonhoso.
Neste 7 de setembro, que não somos
mais nação independente, há de se perguntar quais as forças poderosas que
impedem o STF de assumir suas atribuições de cumprir e fazer cumprir a
Constituição Federal de 1988? Por que Barroso, a serviço do golpe refundou a
República submissa aos EUA. Sabemos que foi mais um pacto das elites
entreguistas e traidoras da pátria, criminosos de lesa pátria, serão julgados
pelo povo e pela História.
Vivemos o pior momento de nossa
História e muitas coisas para dizer sobre este novo filme de terror nas trevas
com vampiros monstros detonando aceleradamente as árduas conquistas do povo
brasileiro, assim como nossas riquezas. Um Brasil fora da lei, ditatorial, à
deriva, isolado do mundo, cujo último vexame foi negar a afirmação histórica
dos Direitos Humanos da ONU de igual natureza para todas as pessoas.
Isso porque as elites do atraso não
conseguem esconder mais seus danos morais, sociais, ecológicos e do veneno, do
ódio fascista e do cinismo. Não gostam do Brasil e do povo brasileiro, mas de
Miami.
Por isso incomodaram com os 13 anos
dos governos democráticos e populares do PT com Lula e Dilma, porque nunca
antes viram o pobre participando de conferências, trabalhar, comprar, comer,
morar, consultar, estudar e viajar de avião. O mundo civilizado sabe que Lula é
um preso político, é um símbolo internacional, candidato preferido do povo
brasileiro e que Lula e o PT são os únicos capazes de tirar o Brasil deste
atoleiro. Por isso também é que “a maior virtude da alma brasileira é a
esperança” e “haverá um dia em que veremos nesta terra reinar a liberdade”
(Leonardo Boff), e Beto Guedes completa: “Quando entrar setembro e a boa nova
andar nos campos trazendo o sol da primavera”. Assim este 7 de setembro será
mais um dia de luta de toda militância socialista, que se liga na TV 247 e na
TVT, resistindo sempre com a solidariedade nacional e internacional. Lutar e
vencer com muita arte e cultura ao som do professor trompetista. Em tempo quero
dizer que a melhor resistência é na Escola sem Mordaça, para sermos cronistas
da História com um pensamento épico. Somos todas e todos e nosso grito é
internacional, por democracia, independência e soberania, e por Lula Livre, Brasil Livre, Lula inocente,
Lula/Haddad Presidente 13, por um “Brasil Feliz de Novo”.
Viva
Lula, Viva o PT, o Brasil e o povo brasileiro!
Joana Darc Faria de Souza Lula da
Silva
Prof.ª
de História, especialista em Ensino de Cultura, Artes e História Africana,
Afro-Brasileira e Indígena (Unioeste – Cascavel/PR). Diretório Municipal do PT
de Toledo/PR.
Toledo,
setembro de 2018.
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