Cinquentões de hoje tem viva na lembrança as muitas manifestações populares ocorridas na década de noventa, ápice do governo neoliberal FHC.
E não eram poucas. Trabalhadores do Brasil inteiro se organizavam, discutiam pautas e saiam às ruas cientes da legitimidade das reivindicações, dos direitos defendidos e das bandeiras de luta.
Nas datas-bases, sindicatos travavam batalhas setorizadas por melhores salários, condições de trabalho e benefícios sociais.
Por contrariedade aos rumos da política vigente, uma massa crítica cada vez maior saia às ruas a clamar por mudanças.
Os movimentos organizados tinham a consciência de que a estabilidade econômica era salutar para o país. Porém, não aceitavam a ideia de que a tal estabilidade fosse concebida à custa da exploração da classe trabalhadora. O povo estava cansado de sofrer, de esperar o bolo crescer para só depois vê-lo repartir.
Nas ruas, gente desempregada se revoltava com a venda do patrimônio público a preço de banana à iniciativa privada. Uma onda de privatizações tomou conta do país numa obediência cega ao Consenso de Washington.
O grito pela Reforma Agrária saia do campo e invadia cidades. Era preciso repartir a terra para plantar e depois colher. Não havia empenho nem prioridade para resolver a questão agrária. Os donos do poder preferiam o amém ao latifúndio e aos grandes proprietários de terras improdutivas.
O receituário neoliberal virou bíblia na era FHC.
Nos pronunciamentos só se ouvia falar no alto endividamento público interno e externo do Brasil, o que, para o governo, justificava a dependência ao capital estrangeiro e a escravidão vergonhosa ao FMI.
Outra justificativa usada pelos economistas para fazer o brasileiro parar de sonhar com a aposentadoria justa era o argumento de que a previdência social estava quebrada. Este motivo também era fartamente usado por eles para dificultar o reajuste do salário-mínimo.
FHC nunca ouviu o povo. Foi um governo explicitamente submisso às ordens lá de fora e ao grande capital. Enquanto isso, o mercado de trabalho dava mostras de encolhimento e milhões de trabalhadores perdiam seus postos de trabalho vítimas de demissões seriadas. Sem contar a desesperança dos jovens em poder estudar, trabalhar e ser alguém na vida.
Os jovens que obviamente não passaram por essa fase de horror acham que é exagero, que é chororô de petista saudoso. Mas não é. É a mais pura verdade.
Deu a louca no mundo
O povo retoma os movimentos. Diferente do jeito de reivindicar e de fazer política dos anos neoliberais, gente organizada por sindicatos pelegos, gente autônoma, gente liderada por pequenos partidos políticos, gente de grupos de ninguém sabe ninguém viu, fazem protestos financiados sabe-se lá por quem e com quais interesses . Enfim, uma massa que faz pose de insatisfeita com o sistema, sem saber que sistema é esse que o oprime e o que quer dele de verdade.
Se apresentam da noite para o dia como revolucionários do sabe-se lá do que e para quem. Misturam Copa do Mundo com saúde e educação, Neymar com salário, ignoram a justiça, negam acordos coletivos firmados via sindicatos e se acham donos da razão.
Confundem manifestação com depredação.
Se a polícia recua, é quebradeira, pichação, incêndio. Se usa a força, é autoritária e violenta.
Se o manifestante vai preso, é arbitrariedade da lei. Se a impunidade prevalece, é a justiça que falha.
E não eram poucas. Trabalhadores do Brasil inteiro se organizavam, discutiam pautas e saiam às ruas cientes da legitimidade das reivindicações, dos direitos defendidos e das bandeiras de luta.
Nas datas-bases, sindicatos travavam batalhas setorizadas por melhores salários, condições de trabalho e benefícios sociais.
Por contrariedade aos rumos da política vigente, uma massa crítica cada vez maior saia às ruas a clamar por mudanças.
Os movimentos organizados tinham a consciência de que a estabilidade econômica era salutar para o país. Porém, não aceitavam a ideia de que a tal estabilidade fosse concebida à custa da exploração da classe trabalhadora. O povo estava cansado de sofrer, de esperar o bolo crescer para só depois vê-lo repartir.
Nas ruas, gente desempregada se revoltava com a venda do patrimônio público a preço de banana à iniciativa privada. Uma onda de privatizações tomou conta do país numa obediência cega ao Consenso de Washington.
O grito pela Reforma Agrária saia do campo e invadia cidades. Era preciso repartir a terra para plantar e depois colher. Não havia empenho nem prioridade para resolver a questão agrária. Os donos do poder preferiam o amém ao latifúndio e aos grandes proprietários de terras improdutivas.
O receituário neoliberal virou bíblia na era FHC.
Nos pronunciamentos só se ouvia falar no alto endividamento público interno e externo do Brasil, o que, para o governo, justificava a dependência ao capital estrangeiro e a escravidão vergonhosa ao FMI.
Outra justificativa usada pelos economistas para fazer o brasileiro parar de sonhar com a aposentadoria justa era o argumento de que a previdência social estava quebrada. Este motivo também era fartamente usado por eles para dificultar o reajuste do salário-mínimo.
FHC nunca ouviu o povo. Foi um governo explicitamente submisso às ordens lá de fora e ao grande capital. Enquanto isso, o mercado de trabalho dava mostras de encolhimento e milhões de trabalhadores perdiam seus postos de trabalho vítimas de demissões seriadas. Sem contar a desesperança dos jovens em poder estudar, trabalhar e ser alguém na vida.
Os jovens que obviamente não passaram por essa fase de horror acham que é exagero, que é chororô de petista saudoso. Mas não é. É a mais pura verdade.
Deu a louca no mundo
O povo retoma os movimentos. Diferente do jeito de reivindicar e de fazer política dos anos neoliberais, gente organizada por sindicatos pelegos, gente autônoma, gente liderada por pequenos partidos políticos, gente de grupos de ninguém sabe ninguém viu, fazem protestos financiados sabe-se lá por quem e com quais interesses . Enfim, uma massa que faz pose de insatisfeita com o sistema, sem saber que sistema é esse que o oprime e o que quer dele de verdade.
Se apresentam da noite para o dia como revolucionários do sabe-se lá do que e para quem. Misturam Copa do Mundo com saúde e educação, Neymar com salário, ignoram a justiça, negam acordos coletivos firmados via sindicatos e se acham donos da razão.
Confundem manifestação com depredação.
Se a polícia recua, é quebradeira, pichação, incêndio. Se usa a força, é autoritária e violenta.
Se o manifestante vai preso, é arbitrariedade da lei. Se a impunidade prevalece, é a justiça que falha.
Constituinte exclusiva para reformar a política arcaica é pouco. Urge uma constituinte exclusiva para repensar a alma do povo. Se é que Deus ainda é brasileiro.