Seria cômico se um cidadão, em sã consciência, fosse a favor de aumento no custo de algum bem de consumo, principalmente o combustível, líquido este indispensável ao nosso carro de cada dia.
Mais cômico porém, é a ira provocada em meia dúzia de bobões fora de época. Eles estão chamando o povo para participar de um carnavalzinho na Mal. Deodoro no sábado para protestar contra a recente alta autorizada pelo governo nos preços dos combustíveis.
Ridículos. Onde estavam estes protestadores, quando dias atrás os postos de gasolina subiram os preços ao seu bel prazer, sem lógica ou disfarce para justificar o procedimento abusivo? Talvez estivessem atrás do balcão de um desses estabelecimentos contabilizando os lucros e agora são contra porque a medida é governamental.
Sem dó nem piedade, Beto Richa anuncia aumento na conta de água. Será que a medida também será alvo de protestos na Marechal? É claro que não.
O que eles querem, de verdade, é provocar desgaste no governo da Dilma. Mas eles não vão conseguir. Os argumentos são frágeis e as intenções arraigadas de hipocrisia.
quinta-feira, janeiro 31, 2013
domingo, janeiro 20, 2013
A Curitiba vivida, curtida e não esquecida
Um domingo de janeiro curitibano, meio frio por excelência, sugere algumas
reminiscências. A viagem acontece lá pela segunda metade da década de 70,
começo dos anos 80. Curitiba suja, louca
e desvairada. Frio, muito frio sempre. A poesia aquecia o coração os boêmios
irreverentes. A fumaça dos bares denunciava a quantidade de Carlton, Minister devorados
naquelas madrugadas compridas.
A via sacra começava na Velha Adega, local pequeno de dois
ambientes, na Cruz Machado. A garçonete
histórica – pena não lembrar o nome – sempre com um indefectível avental , magra e de rosto pálido, séria.
Atendia os loucos com a cara amarrada e todos a respeitavam, gostavam dela. Pub lotado. Vez ou outra o violão saía do
canto da parede e um dedilhado tentava acompanhar o som dezenas de vozes inspiradas em
Zé Ramalho ou Elis.
Perto da meia-noite, próxima parada: o Si Bemol na Alameda
Cabral. A escada de madeira estreita de acesso ao piso superior sofria para dar
conta do movimento. Ver e ouvir o Lápis cantar tinha seus encantos e compensava
qualquer sacrifício, inclusive o de esperar mais de hora para conseguir um cuba-libre.
Um tal de Paulo Leminski também dava o ar da
graça por lá. Um guardanapo amarrotado e
uma caneta eram suficientes para aquecer a mão fria do poeta. E os versos se
misturavam aos copos e bitucas de cigarros naquele ambiente de luz fraca. Lembro
dos irmãos Péricles e Grego, assíduos frequentadores das noites geladas de
Curitiba.
La Cueva, na Visconde de Nácar. Esse boteco também fazia
parte do circuito dos loucos. O ambiente acolhedor e a boa localização incentivava uma passadela no final da noite. O
som gostoso do Bob Dylan numa altura
mediana deixava a cabeça insana e ao mesmo tempo mais leve do que se previa. La
Cueva teve vida curta. Depois de fechar as portas, o espaço abrigou uma boate
de strip tease.
Quase 5 da matina. Garçons cansados e cadeiras em cima das
mesas. Vontade de comer antes que a dia
amanheça. Bora pro Bar e Restaurante do Luiz na José Loureiro, especialista em
servir sopa na madrugada aos desvairados. Prostitutas, taxistas, um ou outro
travesti, convergidos num mesmo ambiente e unidos por apenas um objetivo: saciar
a fome. É a fome humana, sem preconceito ou distinção de classe.
terça-feira, janeiro 15, 2013
No meio do caminho tinha um granito
As transformações pelas quais passa Curitiba com a posse de Gustavo
Fruet são bem mais profundas que a decisão de por ou não granito numa calçada
do Batel. A vitória do prefeito e da atuante vice Mirian Gonçalves sugere uma
nova leitura de criatividade, organização e orientação do que se deve, como e onde investir em ações de
interesse coletivo.
A história também ensina. Em 1972, ano em que os carros
pararam de circular na Rua XV, houve intensa gritaria por parte dos comerciantes.
A proibição de estacionamento nas laterais da Avenida Visconde de Guarapuava
também causou alvoroço. Em ambos os casos, a reclamação maior residia no fato
de que os lojistas temiam fuga de clientes com a conseqüente queda nas vendas. Os
administradores da época não titubearam. Certos de que as medidas asseguravam melhor
mobilidade, driblaram as reclamações e implementaram as mudanças.
Voltando à polêmica do granito. Essa pendenga - herança da
administração anterior - deve servir de exemplo
para outras situações que possivelmente venham a ocorrer durante a gestão. A
equipe do governo deve der clareza das diretrizes e, porque não dizer, de um viés
ideológico para nortear as ações. Deve-se ter a resposta na ponta da língua das
prioridades e a quem beneficiar, inserindo neste contexto, a camada da população
costumeiramente alijada de políticas públicas. Curitiba padece muito dos males
das desigualdades sociais.
Os comerciantes do Batel esperneiam. Querem ruas e calçadas
brilhosas para atrair a clientela. É justo. Mas, mais justo ainda é revisar custos
e rever prioridades. E o prefeito tem
que ser firme! Só assim a história será generosa com ele.
Vai se catar, Gabeira!
Zapeando com o controle remoto nesta segunda à noite, parei
na TV Cultura, na hora do programa Roda Viva. O entrevistado da semana era Fernando
Gabeira do PV.
Mesmo a contragosto, senti que deveria assistir a entrevista
até o final, ou melhor, curtir um amistoso e combinado bate-papo entre o ex
deputado e os jornalistas do PIG.
Minha cabeça fervilhou.
Há quem diga que planejamento e coisa séria só acontecem depois do
carnaval. Pois não é bem assim. Atrás de cada pergunta disfarçada de preocupação
com o meio ambiente e nas entrelinhadas de cada resposta, estava embutida uma
clara campanha para desmoralizar o PT e, claro, o ex presidente Lula.
Eles perseguem o Lula como o mais feroz inimigo em campo de
batalha.
Com voz aveludada e ar debochado, Gabeira afirmou ter ouvido
petistas assumirem o epíteto do “rouba mais faz”. E aí eu peço licença ao nobre
ex parlamentar e acrescento: “Vai se catar, Gabeira.”
É salutar à democracia a posição política de forças contrárias
ao poder vigente. É natural a busca e alternância de poder. Mas o PIG confunde esta
lógica. O repórter do jornal O Estado de S. Paulo, Gabriel Manzano Filho, teve
uma baita cara-de-pau ao queixar-se do rótulo de mídia golpista. Segundo ele, isto
acontece porque os jornalões contrariam a situação. Pura petulância.
Mídia golpista é essa que antecipa fatos e publica-os
irresponsavelmente em letras garrafais numa primeira página de jornal e depois
percebe que foi pasmaceira. Golpismo é usar a transmissão de uma TV pública
para promoção de uma direita cínica, incompetente e raivosa.terça-feira, janeiro 08, 2013
O Brasil continua lindo.Xô baixo astral
Brasileiros e brasileiras: a campanha
de desmoralização ao PT e ao governo da presidenta Dilma continua cada vez mais
forte. Em 2012 eles decidiram julgar o tal mensalão e a lenga-lenga se estendeu
até o JB cansar de aparecer na mídia. Tentaram na reta final incriminar o Lula,
mas se deram mal. A galera que saiu em defesa do ex presidente, antes mesmo deles
levarem a cabo o intento, botou todo mundo prá correr.
Este ano eles se articulam de outra
forma. Mal passou o réveillon e as molecagens apareceram. Desta vez resolveram
decretar a treva. É isso mesmo. Por mais que o governo venha a público e afirme
não haver risco de apagão no País, eles insistem que haverá racionamento de
energia, que o preço da luz será aumentado, que o Brasil viverá dias terríveis
daqui prá frente. Verdadeiros mensageiros da desgraça.
E eles estão ágeis. Já incumbiram o
Malan, Fraga, Bresser - essa turma do receituário econômico reoliberal - de assessorar
o Aécio. Essa alternativa merece
aplauso. Palmas ao Consenso de Washington 2013. Vão esperar o bolo crescer, para
depois explodi-lo nas mãos da plebe rude, sebosa e ignara.
Economia boa de verdade é essa que o
Brasil pratica desde 2002. País rico é país sem pobreza. O resto é lorota de
quem não tem o que fazer.
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