Zapeando com o controle remoto nesta segunda à noite, parei
na TV Cultura, na hora do programa Roda Viva. O entrevistado da semana era Fernando
Gabeira do PV.
Mesmo a contragosto, senti que deveria assistir a entrevista
até o final, ou melhor, curtir um amistoso e combinado bate-papo entre o ex
deputado e os jornalistas do PIG.
Minha cabeça fervilhou.
Há quem diga que planejamento e coisa séria só acontecem depois do
carnaval. Pois não é bem assim. Atrás de cada pergunta disfarçada de preocupação
com o meio ambiente e nas entrelinhadas de cada resposta, estava embutida uma
clara campanha para desmoralizar o PT e, claro, o ex presidente Lula.
Eles perseguem o Lula como o mais feroz inimigo em campo de
batalha.
Com voz aveludada e ar debochado, Gabeira afirmou ter ouvido
petistas assumirem o epíteto do “rouba mais faz”. E aí eu peço licença ao nobre
ex parlamentar e acrescento: “Vai se catar, Gabeira.”
É salutar à democracia a posição política de forças contrárias
ao poder vigente. É natural a busca e alternância de poder. Mas o PIG confunde esta
lógica. O repórter do jornal O Estado de S. Paulo, Gabriel Manzano Filho, teve
uma baita cara-de-pau ao queixar-se do rótulo de mídia golpista. Segundo ele, isto
acontece porque os jornalões contrariam a situação. Pura petulância.
Mídia golpista é essa que antecipa fatos e publica-os
irresponsavelmente em letras garrafais numa primeira página de jornal e depois
percebe que foi pasmaceira. Golpismo é usar a transmissão de uma TV pública
para promoção de uma direita cínica, incompetente e raivosa.
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