segunda-feira, dezembro 27, 2021

FAÇAMOS COM NOSSAS MÃOS TUDO QUE NOS DIZ RESPEITO

Textões, testículos... debates, dúvidas às avessas, travessas... e assim caminham os militantes a exercer a sagrada rebeldia latente. 

Somos tributários de um ideal inconteste: a luta inquestionável pela igualdade. Um povo igual estuda, lê, pensa; se apropria do saber das  diferenças históricas para delas construir o receituário da libertação futura.

Por aqui,  sonhos se mesclam à realidade presente. 

E o que vem desenhado no horizonte logo ali? 

Um país dividido entre paz e morte a granel? Entre prato farto e a fome maldita? Entre Iates nas marinas e carrinheiros suados nas ruas?

Pós é.

Mais que isso. Vem a desesperança, a resignação.

Gente resignada se curva, diz aleluia ao pastor surrupiador dos seus poucos tostões.

Amanhã tem Lula, tem Alckmin(ou não)  e junto uma batelada de pitacos na construção de cenários 2022.  

Ousadia é preciso. 

Dia desses vi escrito que nada vai mudar, que não importa se o empoderado da hora seja de esquerda ou de direita. Tem lógica.

Tudo continua igual se o povo -  ah! esse povo brasileiro pacifico por natureza - resumir os caminhos de auto determinação coletiva apenas no debate  efervescente da política eleitoral. 

Em exemplo

Há de se perguntar quantas criaturas se prontificaram a aderir os atos recentes Fora Moro em frente o Positivo ou o Fora Dalagnoll em frente o Mabu Hotel? Embora os múltiplos apelos, um número reduzido de rebeldes - merecedores de aplausos, claro - lá compareceram em protesto.

Cadê a imprensa alternativa para registro in loco dos atos? O UOL estava na cobertura. Cadê os criticos ferrenhos da milicia togada inconformados com as arbitrariedades por eles praticadas? 

Parecem cômodas as mudancas de patamar da luta, porque sol na cabeça, sola de sapato e voz foram substituídos pelo chat acalorado no celular.

Para não ter protestos vãos

Para sair desse antro estreito

Façamos nós por nossas mãos

Tudo o que a nós nos diz respeito.


É o limite frágil da utopia.

Sirlei Fernandes

quinta-feira, dezembro 23, 2021

SÃO TANTAS EMOÇÕES. OU POUCAS.

Como costumeiramente faço, fecho as cortinas, pego as almofadas e me ajeito bem no sofá prá assistir coisas que gosto na TV.

O esperado especial do Roberto Carlos, aquele do final do ano, sugeriu cenário semelhante, haja vista muitas passagens da vida entrelaçadas ao extenso repertório do Rei.

Além dele - o Rei -  repertório e convidados fazem  lembrar tempos áureos de leveza musical, amizades, amor ... Muitas saudades...

Mas este último foi diferente. 

A emoção se diluiu no exagero da técnica. Personagens porcelanizados pareciam robôs num palco iluminado pela tonalidade vinheta da Globo.

Como sempre, o trio histórico e infalível - Erasmo, Wanderleia e Roberto - se esforçaram ao máximo para valorizar a parceria decana. Porém, tudo ali exageradamente decorado, desde a pose até as palavras. 

Exageros de maquiagem embalsamaram de tal forma estes personagens, capaz de transformá-los, sem maldade, em álbum itinerante de múmias Jovens Guardianas.

O Rei... bem, o Rei segue na majestade, mas falta-lhe vigor. E não é o vigor da idade. É o vigor da espontaneidade. Preso aos padrões,

o programa omitiu contextos sociais marcados de forma inequívoca pela pandemia, a exemplo das interrupções e rupturas de vidas. 

No mais,  deixa a vida me levar...vida leva eu. O Zeca tava lá. 

Para o Rei, um recado... Faltou-lhe Emoções.

Sirlei Fernandes