domingo, maio 14, 2017

Diferenças e significados


Conheci dona Jandira no ônibus após o ato pró Lula na Praça Santos Andrade.
Há tempos não se via tanta gente vermelha, alegre, com adesivos na roupa e bandeira na mão no transporte coletivo curitibano.
Na voz dos seus 70 anos ou mais, escuto dona Jandira comentar com o vizinho de banco que estava na praça desde a hora do almoço; que não iria arredar o pé  de lá  até que o ex presidente chegasse.
Disse ainda emocionada, que seu maior sonho era tirar uma foto bem pertinho do Lula.
Pensei.
No palco, militantes e políticos às dezenas acostumados a poses e closes, acotovelando-se para aparecer bem na foto.
Eles, a alimentar o ego proporcional ao número de curtidas nas redes sociais.
Ela, dona Jandira, na esperança vã
de mostrar uma foto com o Lula à família, às comadres, às vizinhas da vila.

Não me contive. Perguntei o nome daquela senhora e disse: Não desanime.

sábado, maio 13, 2017

Toda unanimidade é burra

Combater a corrupção e punir quem a pratica é unanimidade universal.  Justamente por isso, como dizia Nelson Rodrigue, encarar a Lava Jato  como braço da  moral da Pátria  é burrice das grandes.
A mega operação criada para resgatar a moralidade dos homens, encontra-se em plena decadência moral.
No esforço inútil de dar cabo às esquerdas, Sérgio Moro  se perde na posição ora magistrado, ora destruidor de ideologias que não as dele. Moro trocou os pés pelas mãos.
Como dar crédito  à Lava Jato, quando dezenas de praticantes de atos ilícitos provados e comprovados há tempos  passeiam livres e desenvoltos pelos corredores palacianos de Brasília? Em São Paulo também.
Como avalizar os atos do Moro,  juiz  que interroga  Lula alicerçado em  documentos sem assinatura? Ou então que envolve a falecida dona Marisa, em citações  constrangedoras ao ex presidente?  
 Como levar em frente o processo, quando um juiz determina o encerramento do Instituto Lula baseado num parecer inexistente  do Ministério Público?
Como  levar a sério o judiciário, quando um juiz  que - pela aparência a vida nada lhe ensinou –  vai na TV e se diz convicto dos “crimes” do Lula? Crimes desenhados em bolinhas de power point?
Tenho pena do brasileiro que ainda acredita na Lava Jato. O sonhado fim da corrupção cantado em verso em prosa pelos  verde-amarelo que foram as ruas ruiu. Desvaneceu.

Resta ao juiz Sérgio Moro por a cabeça no travesseiro e se perguntar:  “Aonde foi que eu errei?”

sexta-feira, maio 05, 2017

Mindo cão

Polícia Militar joga bomba em  moradores  de rua que estavam dormindo no ponto do ônibus em frente o Jardim Botânico.

Na canaleta do expresso em frente o Walmart do Cabral, um guardador de carros estendido no asfalto com a metade do corpo na pista. Parecia dormir.

Um comboio de viaturas da Polícia Federal passa, sirenes ligadas, e pessoas atentas a observar a cinematográfica ação policialesca.

Maldito sistema, onde o menosprezo da vida de humanos desgarrados chama menos atenção que o barulho de carro de polícia.

PS. Implorei, gritei, discursei até que um outro guardador arrastou  o pobre cidadão para a calçada.