domingo, janeiro 29, 2017

Brasil, um país bipolar

Terra de praias belíssimas, de gente acolhedora. 
Se desafiada, a moçada vai a luta e dá conta do recado. Basta pedir. O Brasil é assim.
Copa do Mundo e Olimpíadas
Não faltou gente prá vaticinar o vexame da Pátria amada. Uns apostaram na incapacidade estrutural, outros na falta de segurança.
Nem uma coisa nem outra.
Dois eventos gigantescos realizados a contento. O mundo reconheceu a capacidade empreendedora dos brasileiros.
Passou.
Hoje a galera do sofá assiste estarrecida noticias de superfaturamento das obras. Milhões e milhões desviados sem dó nem piedade. Sérgio Cabral - o preso - e seus comparsas só não roubaram mais por falta de espaço.
Estádios abandonados, saqueados.
O poeta Castro Alves disse:
Deus, oh Deus! Onde estás que não respondes?, em lamento à saga africana.
Ao Brasil, Deus omite resposta.
Et. Torre Eiffell passará por reformas nos próximos anos. Franceses já se preparam para as Olimpíadas de 2024.
Know how brasileiro não recomendável.

sábado, janeiro 28, 2017

O velho mundo ouve Dilma Rousseff

De cidade em cidade na Europa, Dilma fala de democracia, denuncia o golpe vivido e fala da recorrente perseguição ao ex presidente Lula.
Como era de se esperar, a grande mídia esperneia. Se posta contrária à iniciativa da ex presidenta. Acusam-na de violar normas diplomáticas; da deselegância em falar mal do Brasil lá fora.
Inversão total de valores.
O assunto corrupção desaparece das manchetes como passe de mágica. De repente, a pessoa que ousa dizer que o Brasil hoje é comandado por uma gang nefasta passa a ser a culpada da desgraça.
A midiazona tem muito a ver com isso. Ganha muito dinheiro para forjar realidades.
Nas entrelinhas, o termômetro dos golpistas é a ausência de protestos nas ruas. Apostam na desagregação do povo, no imobilismo social.

Os jornalões são fundamentais para lançar farpas desagregadoras e proteger o sistema.

Dilma tá certa. Tem prerrogativa, experiência e respeitabilidade lá fora para falar o que bem quiser.
Mas o esforço seria melhor recompensado, se o povo - paneleiros e lutadores contumazes - se unissem aos milhares e fossem prá rua prá dizer "não" a tudo que tá aí.

quinta-feira, janeiro 26, 2017

Dedo na ferida

A questão é polêmica? É.
No entanto, a questão é polêmica porque o debate é feito por gente indevida no local errado.
Falo do aborto.

A atividade é  lucrativa. Mulheres aos milhares se submetem à prática do aborto em clinicas clandestinas. Médicos charlatães ganham dinheiro fácil e não pagam impostos.

A mulher corre risco de morte. A clandestinidade exime responsabilidades.

Enquanto isso um deputadozinho qualquer aparece na TV com seu terno de grife dizendo-se contra o aborto.

Pergunto. Ser contra ou a favor resolve o problema da saúde das mulheres?

Sim. O assunto é da saúde.  Não é de igreja, nem tampouco deve ser visto sob ótica religiosa.

Porque as mulheres precisam de educação, orientação sexual, cuidados e, sobretudo, de amor. Doutrinação não.

No mais é pura hipocrisia.

terça-feira, janeiro 10, 2017

Morador de rua não é gente

Gente que dorme ao relento e passa o dia a perambular pelas ruas e praças é gente vagabunda.
Gente fétida, sem capricho com a veste e com  dentes podres na boca não é gente. É lixo.
Gente sem eira nem beira, bêbados e drogados. Errantes da vida.
Então fazer o quê?
Governante que é governante jamais deixaria seus cheirosos eleitores à mercê do odor horroroso vindo das marquises por onde andam madames  com suas sacolas das Lojas Riachuelo.
O bom governante deve ser criativo.
Morador de rua não tem sindicato. Aliás, a única proteção que ele tem é a do fiel Vira-lata que dorme com ele nas noites de frio.
Morador de rua não tem passado. O governante competente arranca-lhe os documentos (se é  que ainda os tem) para fazê-lo esquecer do nome do pai e da mãe.
Morador de rua não tem escolha. Ou se recolhe no mundo dos limpos ou está predestinado ao vale dos marginalizados, tal como os leprosos nos tempos de Cristo.

ET.  Acabo de levar um pão de casa à ocupa da marquise do Walmart do Cabral.

sexta-feira, janeiro 06, 2017

Bandido bom é bandido morto

Hoje o Brasil acordou com mais uma manchete macabra, a morte de 33 presos em Boa Vista-RR.
Apenas 33 vidas ceifadas a se tornarem anônimas de fato sepultadas, porque de direito já estão mortas há tempos.
O filho que tinha a esperança de ver o pai  um dia sair da cadeia, poder abraçá-lo e dizer:  “que bom que você tá aqui”, chora.
A mãe que levava sobremesa nos finais de semana na cadeia ao filho delinquente na esperança de que dia menos dia o Pai Divino tirasse o rapaz de lá, se desespera.
Enquanto isso, os deveras protegidos da lei discutem responsabilidades na frieza dos números. Preso custa caro ao Estado. O trabalho e a educação são substituídos pela retórica da construção de mais presídios. Erguer paredes é mais vantajoso. Em cada tijolo, a propina descarada. Em cada obra propositalmente interminável, um aditivo orçamentário.
Uma cadeia privatizada, um preso superfaturado.  O Estado terceiriza a segurança. É mais fácil delegar funções para cuidar de gente cuja vida vale menos que um monte de lixo.

Aos mandantes da Nação, o menoscabo de suas prosopopeias.