sexta-feira, janeiro 16, 2015

Je ne suis pas Charlie

Defender a liberdade de imprensa é politicamente correto, chique. É discurso fácil aqui e em Marrakesh.

Mas o que é liberdade? O que é imprensa? O que é liberdade de imprensa?

Sartre já dizia que a liberdade é a condição de vida do ser humano. O princípio do homem é ser livre, de não depender de ninguém. O homem é livre para fazer o que tiver vontade

“desde que não prejudique outra pessoa.”

Imprensa é o conjunto dos meios de difusão de notícias, fatos, informações. De onde venha, esse conjunto exerce grande influência na opinião pública.

Bem. Se liberdade pressupõe respeitar o outro e se a imprensa faz a cabeça das pessoas,

então a imprensa erra ao não impor limites éticos e de bom senso em suas publicações em nome do “sou livre para fazer o que der na telha”?

Boa pergunta.

Somos livres para agir de acordo com a nossa vontade. No entanto, se não soubermos respeitar os outros - seu espaço e sua liberdade - também não teremos direito a ser livres.

À primeira vista, a liberdade não pode ser encarada como algo que não tem limite e da qual podemos usufruir sem qualquer tipo de respeito e, diria até, maturidade.

Paga-se o preço. Às vezes salgado demais.

terça-feira, janeiro 13, 2015

Um petista verdadeiro

Admiro petista que - mesmo insatisfeito com os rumos que a política forçou-lhe a dar na vida - reconhece as instâncias e respeita decisões do partido.

Um petista perspicaz sabe delimitar os espaços da polêmica. Se contrário, estará a pautar a imprensa tradicionalmente algoz das esquerdas.

Um petista fraterno não se contamina pela aridez própria das relações empoderadas. Na busca do poder e realização, priorizará argumentos convincentes.

Um petista de verdade saberá ser petista na alegria e na tristeza, até que a morte o separe do ideal.

Textículos

Ontem
Às vezes não sei o que faço
Nas folhas do meu caderno
Mas cada linha que traço
São traços do meu interno.

Hoje
Às vezes não sei o que traço
Nas redes da internet
Mas cada clique que faço
Alguém de longe se mete.

terça-feira, janeiro 06, 2015

Kit primeiros socorros, extintor, airbag e outras falácias

Funciona assim. Um super amigo de um super deputado apresenta um super projeto de sumo” interesse público”.

À sorrelfa - sem alarde nem debate - o projeto é aprovado, sancionado e cumpra-se a lei.

Exemplo fatídico

Todo motorista deveria portar um kit de primeiros socorros no porta luvas do carro. Se pego na fiscalização sem portar o aparato, multa da grossa no coitado. Não precisa saber ler, escrever nem ser inteligente para entender que pedacinhos de gases e band aid nada resolvem em casos de acidentes automobilísticos.

Resultado. Tal como veio a lei foi embora, sem antes fabricantes ganharem rios de dinheiro com a correria nas lojas para aquisição do kit. Ganha também o autor do projeto, ganha o deputado, ganha o atravessador, menos o infeliz do consumidor.

Agora é só comparar o caso do kit com a exigência do novo extintor.

Logo, logo seremos surpreendidos com a exigência de airbag no carro. Você duvida?

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Samek é um bom companheiro. Ninguém pode negar.

Um dos requisitos para tornar uma pessoa bacana é a simplicidade, independente de cargo ou poder aquisitivo.

Digo isso para ilustrar meu encontro com o petista Jorge Samek, diretor-presidente da Itaipu Binacional , no embarque do voo Brasilia Curitiba em 2 de janeiro. 

Com visu de militante pós ato político - shorts jeans e camiseta customizada da CUT - cumprimentei-o encabulada ao mesmo tempo em que falei que meu traje não combinava com o impecável terno e gravata do ilustre passageiro.

“Não vejo a hora de tirá-lo. Daqui a pouco estarei igual a você”, disse Samek, dirigindo-se às poltronas côncavas da TAM na classe econômica.

Remédio prá boi dormir

A denúncia da máfia das próteses coloca em questionamento também a indicação dos remédios alopáticos.

Você está na sala de espera a aguardar pacientemente a vez do atendimento e eis que um homem portando uma maleta pesada entra na sala do médico antes de qualquer outro paciente.

É o representante de laboratórios.

Enfiam-lhe goela abaixo remédios e mais remédios, da moda, do custo alto, do ganho atravessado e dos interesses meramente mercadológicos.

sábado, janeiro 03, 2015

Posse da Dilma. O que a midiazona não mostrou

Calor de quase 40 graus. Nem meio dia, gente e mais gente rumo à Praça dos Três Poderes. Centenas, milhares. No caminho, bandas locais se revezam num grande palco. A luta contra a violência das mulheres é constantemente lembrada nos microfones.

O vermelho das bandeiras contrastam com o verde do gramadão. As camisetas vermelhas, com o azul do ceu.

Os coqueiros próximos do Palácio do Planalto fornecem a sombra precisa do momento. Milhares sentam no chão, cansados de longas viagens. Arriscaram até uma soneca para aguardar a chegada da presidenta reeleita.

O descanso dura pouco. A fim de conseguir um lugar de boa visibilidade, os “romeiros” se postam no gargarejo do Palácio do Planalto ou nos alambrados. Dali não arredam o pé, mesmo sob o sol escaldante.



Gente de toda parte. O rapaz ao meu lado, conversa insistentemente no celular. Fala com o pai, lá em Minas Gerais. O velho assiste a posse pela TV e tenta informar os passos da Dilma para que o filho possa vê-la em um ângulo privilegiado na saída do Congresso. Aliás, quem estava próximo, mesmo do lado de fora, pode ouvir a fala da Presidenta. Nos 40 minutos do discurso, aplausos e comentários de aprovação ao conteúdo.

Ao ver Dilma Rousseff passar a revista nas tropas das Forças Armadas, elegantemente vestida, altiva, dá um arrepio no coração. É como se daqui a uns cem anos alguém dissesse: “o Brasil já teve uma Mulher Presidenta. Só que faz tanto tempo!” 

 

Dilma e filha. Uma a dar força a outra. Estiveram juntas em todos os momentos da posse.

O telão ajudou os mais distantes da rampa, mas não muito. Assistir ao vivo Dilma colocar a faixa presidencial, vê-la no parlatório a dar seu recado aos brasileiros, mesmo de longe, rendeu muitos, muitos selfies e muitos, muito gritos de “Dilma, eu te amo”. 

 

As urnas mostraram que 54.501.118 de brasileiros apostaram no Partido dos Trabalhadores para fazer as mudanças que o Brasil precisa. Dilma sabe da responsabilidade e tem coragem, saúde e honradez para dar conta do recado.

Boa sorte Presidenta.