quarta-feira, fevereiro 21, 2018

Globo, jornalismo e dramaturgia. Nada a ver.

É sabido. A Rede Globo, notadamente na área do jornalismo, carece de credibilidade. A emissora apoia, mantém e derruba governantes a depender do lado que o vento sopra.
De um lado, o questionamento constante do malefício decorrente da parcialidade jornalística;  de outro,  o poder do alcance das notícias, em se tratando de um grupo que detém o monopólio da informação.
Fiz este preâmbulo para abordar outra questão: a da dramaturgia.
Refiro-me especificamente ao capítulo de ontem, terça, da novela "O outro lado do paraiso."
É sobre o espetáculo da interpretação nas cenas do julgamento. Na ficção, abusador, abusada sexual e mãe omissa conseguiram transformar a sala do júri em emoção real. A expressão dos atores e atrizes ali presentes ora acompanhava o script, ora por si se entregava ao drama vivido pelos personagens.
Do sofá, impossível não se emocionar pela intensidade do enredo ou então pelo frágil limite do real no exercicio da teatralidade ficcional.
E é na Globo que tudo acontece.
Nas salas onde Willian Bonner define pauta e Marieta Severo decora textos. No mesmo  espaço em que Walcir Carrasco traz pra telinha o tema doído da pedofilia e onde os Marinhos conspiram para se manter donos absolutos da mídia.

Pois é.

sábado, fevereiro 17, 2018

Pense Comigo

Em 2013, ano dos mega protestos contra a falácia dos 20 centavos, surgiram os tais black blocs. Do nada, quebradeiras, pichações se multiplicavam nas mãos de mascarados nos grandes centros urbanos. O povo ficou em sobressalto.
Como passe de mágica, a pauta dos 20 centavos sumiu, dos black blocs ninguém mais ouviu falar.
A calmaria voltou. Voltou? Não.
Os protestos foram um ensaio meticuloso e bem planejado para tirar a Dilma do poder. Desgastes, boicote parlamentar, tibieza do judiciário... Dilma perde o cargo.
Assume Temer. O homem predestinado a fazer  o que a petista deposta não queria fazer:  endireitar o pais à custa apenas do sacrificio do povo sofrido e trabalhador.
Chegamos em 2018.
Temer patina em miseros 6% de aprovação. Do baú satânico previsto, congelou recursos da saúde e da educação pelos próximos 20 anos, reduziu os direitos e acabou com a dignidade  dos trabalhadores e agora tenta empurrar a forceps mudanças significativas nas leis da Previdência.
Tudo para atender exigências do grande capital, invisivel por natureza e voraz na esperteza.
Temer está encurralado. Dia a dia surgem notícias cabeludas de corrupção, cooptação na PF, conluios, mordomias palacianas.
A quadrilha previsa sobreviver. A aprovação da RefPrevidência é ponto de honra para o Temer et caterva justificarem a razão de suas existências ao mercado.
Ufa... Chegou o Carnaval.
Dá-lhe Rio. Rio do morro, favela e confronto. Rio centenário, do momo, do bloco, do brilho.
O Homem dos braços abertos lá em cima acolhe gente de todas as cores, raças e procedências no Carnaval. 
Praias e ruas lotadas.
Gritos. Correria. Agonia. Arrastões tomam conta das praias da Zona Sul, um cartão postal agora diferenciado.
Não foi na favela.
Os black blocs invadem Ipanema. O mundo surtou. Governador assume a pusilaminidade. Prefeito em rolê abençoado na Europa.
E de repente, não mais que de repente, fiéis soldados da Pátria amada que querem a paz com fervor,  são convocados para frear a indocil negritude perdida.
Parabéns Temer. O golpe foi de mestre. De  dissimulado corrupto e destruidor de direitos, agora um presidente corajoso, preocupado com a segurança do povo.
E a Previdência? Nada que um parangolé negociado na podridão dos corredores  palacianos não faça deputado mudar de ideia.

E por que o povo que saiu às ruas em 2013 não se rebela?
Porque não lê, não pensa com a cabeça. Porque precisa de um pato pra chamar de seu.

terça-feira, fevereiro 06, 2018

O TEMERoso golpista
Insiste na nomeação
Da Cristiane muito doida
Em barco com saradão.
•••
E de tudo ainda resta
Ti ti ti com traficante
Esse é o perfil da ministra
Que Temer quer levar adiante.
Sou do tempo que briga
 Se resolvia no abraço
 Hoje é porrada, parceiro...
 E treisoitão no pedaço.