É sabido. A Rede Globo, notadamente na área do jornalismo, carece de credibilidade. A emissora apoia, mantém e derruba governantes a depender do lado que o vento sopra.
De um lado, o questionamento constante do malefício decorrente da parcialidade jornalística; de outro, o poder do alcance das notícias, em se tratando de um grupo que detém o monopólio da informação.
Fiz este preâmbulo para abordar outra questão: a da dramaturgia.
Refiro-me especificamente ao capítulo de ontem, terça, da novela "O outro lado do paraiso."
É sobre o espetáculo da interpretação nas cenas do julgamento. Na ficção, abusador, abusada sexual e mãe omissa conseguiram transformar a sala do júri em emoção real. A expressão dos atores e atrizes ali presentes ora acompanhava o script, ora por si se entregava ao drama vivido pelos personagens.
Do sofá, impossível não se emocionar pela intensidade do enredo ou então pelo frágil limite do real no exercicio da teatralidade ficcional.
E é na Globo que tudo acontece.
Nas salas onde Willian Bonner define pauta e Marieta Severo decora textos. No mesmo espaço em que Walcir Carrasco traz pra telinha o tema doído da pedofilia e onde os Marinhos conspiram para se manter donos absolutos da mídia.
Pois é.
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