terça-feira, maio 28, 2019

Meninos, eu vi.

Faixa dos 70 anos em peso nas ruas do domingo 26. Mulheres faceiras, maquiadas até o pescoço, de cabelo impecável, de mãos dadas com seus maridos de barriga proeminente. O Batel sai da toca.

Orgulho e empáfia no andar livre pelas ruas  dos mal cheirosos mendigos do ontem.

Na boca, o Hino Nacional entoado como mantra, privilégio restrito ao verde amarelo  nas vestes.

Em resposta ao pacote nefasto da reforma da previdência, a célebre indiferença do egoísmo coletivo: "Pouco me importa. Já me aposentei".

De um caminhão de som enorme,  gritos repetidos: "Aqui ninguém é pago pra se manifestar. As pessoas vem de graça."
Enquanto isso, perto dali, pessoas  em fila recebem gratuitamente camisetas.

Comunismo demonizado, fora Dilma, fora PT, Lula na cadeia, nossa bandeira jamais será  vermelha.
Vez ou outra menção não honrosa ao STF e ao Congresso.
A advogada do microfone centra o repúdio  dos poderes nas figuras de Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Rodrigo Maia. "Eles não  deixam o presidente governar. Vamos tirar eles de lá".

O senhor de aparência saudável em traje amarelo desbotado  xinga, ofende, exala revolta: "Eu não  tenho partido. To aqui porque foi a vaca da Dilma que impediu minha aposentadoria por invalidez."

A Boca Maldita das Diretas corre risco.