Faixa dos 70 anos em peso nas ruas do domingo 26. Mulheres faceiras, maquiadas até o pescoço, de cabelo impecável, de mãos dadas com seus maridos de barriga proeminente. O Batel sai da toca.
Orgulho e empáfia no andar livre pelas ruas dos mal cheirosos mendigos do ontem.
Na boca, o Hino Nacional entoado como mantra, privilégio restrito ao verde amarelo nas vestes.
Em resposta ao pacote nefasto da reforma da previdência, a célebre indiferença do egoísmo coletivo: "Pouco me importa. Já me aposentei".
De um caminhão de som enorme, gritos repetidos: "Aqui ninguém é pago pra se manifestar. As pessoas vem de graça."
Enquanto isso, perto dali, pessoas em fila recebem gratuitamente camisetas.
Comunismo demonizado, fora Dilma, fora PT, Lula na cadeia, nossa bandeira jamais será vermelha.
Vez ou outra menção não honrosa ao STF e ao Congresso.
A advogada do microfone centra o repúdio dos poderes nas figuras de Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Rodrigo Maia. "Eles não deixam o presidente governar. Vamos tirar eles de lá".
O senhor de aparência saudável em traje amarelo desbotado xinga, ofende, exala revolta: "Eu não tenho partido. To aqui porque foi a vaca da Dilma que impediu minha aposentadoria por invalidez."
A Boca Maldita das Diretas corre risco.
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