domingo, janeiro 17, 2021

A primeira agulhada a gente nunca esquece

Diante de tanta demora e sufoco, sem dúvida, os brasileiros respiram aliviados ao testemunhar ao vivo e a cores a aplicação da primeira vacina anti Covid na enfermeira paulistana.

Mais realismo que pessimismo, o alívio sentido na poltrona de domingo pode durar pouco.

A cizania criada entre os postulantes ao cargo de presidente em 2022 - Dória x Jair - prenuncia mudanças no discurso do Planalto.

Nada surpreenderia se o Jair, amanhã, segunda, no cercado em frente o Alvorada, Jair volte a defender cloroquina, negue a importância da vacina, entre outros- impropérios afins.

E pior. Tem um bocado de gente que acredita piamente em tais falácias. 

PS:.  Pazuello acaba de convocar governadores para acompanhar a distribuição-embarque das vacinas em Guarulhos na segunda-18, às  7hs. Trata-se de reação ao faturamento político obtido por Dória ao sediar a primeira vacina.

Vê-se, sobra pirotecnia no processo.

17 de janeiro de 2021. A vacina chegou.

A primeira agulhada mostra ao país uma melancólica e vergonhosa guerrilha de poder. 

Do governo federal, o ineditismo de coletiva à  imprensa. 

Pasme. De forma educada e ordeira. Jair mandou e o Pazzuello assumiu na íntegra o papel de parceiraço da vacinação. Pasme mais um pouco. Pazzuello defendeu até o idolamento social como complemento protetivo à vacina.

Já Sao Paulo, estado protagonista na produção de vacinas, em coletiva faz uma catarse das dificuldades no relacionamento com o Governo Federal para viabilizar a vacinação. 

Doria se impõe numa narrativa segura, porém sempre ressentida em relação aos tropeços e boicotes oriundos do Planalto.

Em suma - Coronavac e AstraZeneca à parte - o cenário na disputa 2022 está posto: 

Saúde na pauta, direita ensandecida e chá de camomila para aguentar tudo isso.