quinta-feira, abril 07, 2022

Era 7 de abril de 2018, quatro anos atrás

Começou assim. Na sala, a TV ligada e eu no sofá a assistir ao vivo o discurso do presidente Lula antes de selar seu destino. Na tela, um homem valente fazia um discurso inflamado. Era tudo muito intenso na voz e no significado das palavras ditas. Quanto mais ele falava, mais eu soluçava. Não conseguia me conter. As lágrimas rolavam no rosto  e uma  dor incontrolável, intensa me dominava. Era tudo muito bruto, desumano sobre  o que viria então a acontecer. 

Soava tons de  despedida. Foi a entrega a uma trajetória  marcada por 580 dias de uma prisão injusta.

Coloquei um tênis, tomei um copo de água, respirei fundo e me dirigi à sede da Policia Federal em Santa Cândida, bairro de classe média mais baixa que alta, em Curitiba-PR.

Nem combinado, nada planejado. De uma hora para  outra o entorno da PF lotou de gente. Uma multidão  queria testemunhar aquele triste  acontecimento. Lula desceu do helicóptero e um choro coletivo, vozes embargadas e um inconformismo revoltante tomou conta dos corações presentes. 

De lá para cá muita coisa mudou. Lula está livre, inocentíssimo e franco favorito a ser o próximo presidente do Brasil. 

O juiz algoz e depois ministro no governo neonazifacista chafurda na sua insignificância pessoal e política. Posa para fotos com políticos corruptos e tarados; se comporta como um aspirante de cargo público da pior espécie. O imberbe dinheirista procurador do powerpoint se agarra a chances remotas de se dar bem na política;  se contrariado nas suas ambições, age como um moleque birrento acostumado a mimos.

Como diz a música do Milton Nascimento, "a história é um carro alegre cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue."

Sigamos alegres sempre a acreditar e defender a justiça e os justos. Dá certo.

Sirlei Fernandes