A expectativa da revelação dos nomes de políticos envolvidos na Operação Lava Jato pautou a curiosidade de mídia esta semana.
De uma hora para outra, o político e partido citados nas investigações são vistos como personas non gratas ao sacro santo mundo da política.
Engana-se quem pensa que vai tirar proveito da situação.
Essa é uma guerra sem vencidos nem vencedores.
Em cada nome de político citado, um enfoque maior aos do PT.
O partido carrega o ônus de ser governo há 12 anos. É óbvio – não natural – que em meio a avalanche de denúncias apareçam nomes de petistas.
Afinal, se elegeram ou ocuparam cargos sob a égide de um sistema vulnerável a desvios de toda ordem.
É o sistema da morosidade da justiça, das campanhas eleitorais caras e da indiferença histórica dos órgãos de fiscalização à falta de lisura na administração pública.
No ideário, o PT viria para romper com esse sistema. Na prática, teve que se adaptar a ele sob o argumento do poder e governabilidade.
As revelações servem para encolher o PT, partido que corre o risco de passar para a história com o epíteto de corrupto.
As pessoas passam, o partido fica. Assim, cabe aos militantes proteger a sigla.
Se petista, hoje Sheakspeare mudaria o “ser ou não ser, eis a questão” para “poder ou não poder, eis a questão”. Prevaleceu a primeira hipótese.
Lula 8, Dilma 4 e mais 4 anos de mandato de pura adrenalina.
O tempo judia, mas também ensina a ver o lado bom da política.
O mesmo sistema que elegeu os dois presidentes vermelhos e mais senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores da mesma cor espalhados pelo Brasil afora recuperou a autoestima de milhões de brasileiros historicamente colocados à deriva da cidadania.
A pobreza caiu, o poder de compra aumentou. Mais crianças na escola, mais jovens com dedicação à pesquisa, mais vagas nas universidades e mais investimentos em programas de inclusão social. Mais profissionais para cuidar da saúde, principalmente nos rincões.
Esse é o Brasil de hoje. Os bons resultados das políticas sociais e a seriedade na condução dos rumos da economia ajudaram a imprimir um novo olhar sobre a nação. O Brasil é respeitado lá fora.
Há quem diga que o otimismo é mania de petista ufano. Mas não é. O reconhecimento das melhorias do país nos últimos anos é fundamentada em bases sólidas. Os números atestam as mudanças positivas. Sem contar os prêmios recebidos e a inspiração a outros países para que também cuidem do seu povo tal como fez o governo brasileiro.
Pena que o ônus insista em ofuscar o bônus.
Em 2015
O PT vai se recompor. Vai para a história como o partido que chegou ao poder para passar o Brasil a limpo.
Levantamento recente dá conta da recuperação, mesmo que a conta gotas, da popularidade da presidenta Dilma e aprovação da sua gestão.
Sábio, o povo também revelou em pesquisa que o PSDB é o partido que menos se importa com a corrupção.
O governo Dilma terá que estar em constante vigilância ao que acontece no mundo e zelar a cada segundo pela soberania do país. A Petrobrás está na mira.
Outra questão com pauta obrigatória, é a retomada dos debates da reforma política e democratização da mídia.
Urge uma reforma para por fim às montanhas de dinheiro gasto nas campanhas eleitorais. Urge mudar as regras do troca-troca de partido ao bel-prazer do político sem ideal.
Urge acabar com o monopólio midiático. É nocivo à democracia que meia dúzia de senhorios sejam donos de conteúdos balizadores de costumes, consumo e preferências.
Pois é.
Não basta apenas investigar e punir corruptos para passar o Brasil a limpo.
Sem uma mudança madura nas leis, novas denúncias surgirão, novas investigações terão recomeço e o nome de outros políticos virão a ocupar as manchetes do dia.