sábado, dezembro 20, 2014

Como um partido execrado, uma presidenta valente e um povo esperançoso saem dessa prá melhor


A expectativa da revelação dos nomes de políticos envolvidos na Operação Lava Jato pautou a curiosidade de mídia esta semana.

De uma hora para outra, o político e partido citados nas investigações são vistos como personas non gratas ao sacro santo mundo da política.

Engana-se quem pensa que vai tirar proveito da situação.

Essa é uma guerra sem vencidos nem vencedores.

Em cada nome de político citado, um enfoque maior aos do PT.

O partido carrega o ônus de ser governo há 12 anos. É óbvio – não natural – que em meio a avalanche de denúncias apareçam nomes de petistas.

Afinal, se elegeram ou ocuparam cargos sob a égide de um sistema vulnerável a desvios de toda ordem.

É o sistema da morosidade da justiça, das campanhas eleitorais caras e da indiferença histórica dos órgãos de fiscalização à falta de lisura na administração pública.

No ideário, o PT viria para romper com esse sistema. Na prática, teve que se adaptar a ele sob o argumento do poder e governabilidade.

As revelações servem para encolher o PT, partido que corre o risco de passar para a história com o epíteto de corrupto.

As pessoas passam, o partido fica. Assim, cabe aos militantes proteger a sigla.

Se petista, hoje Sheakspeare mudaria o “ser ou não ser, eis a questão” para “poder ou não poder, eis a questão”. Prevaleceu a primeira hipótese.

Lula 8, Dilma 4 e mais 4 anos de mandato de pura adrenalina.

O tempo judia, mas também ensina a ver o lado bom da política.

O mesmo sistema que elegeu os dois presidentes vermelhos e mais senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores da mesma cor espalhados pelo Brasil afora recuperou a autoestima de milhões de brasileiros historicamente colocados à deriva da cidadania.

A pobreza caiu, o poder de compra aumentou. Mais crianças na escola, mais jovens com dedicação à pesquisa, mais vagas nas universidades e mais investimentos em programas de inclusão social. Mais profissionais para cuidar da saúde, principalmente nos rincões.

Esse é o Brasil de hoje. Os bons resultados das políticas sociais e a seriedade na condução dos rumos da economia ajudaram a imprimir um novo olhar sobre a nação. O Brasil é respeitado lá fora.

Há quem diga que o otimismo é mania de petista ufano. Mas não é. O reconhecimento das melhorias do país nos últimos anos é fundamentada em bases sólidas. Os números atestam as mudanças positivas. Sem contar os prêmios recebidos e a inspiração a outros países para que também cuidem do seu povo tal como fez o governo brasileiro.

Pena que o ônus insista em ofuscar o bônus.

Em 2015

O PT vai se recompor. Vai para a história como o partido que chegou ao poder para passar o Brasil a limpo.

Levantamento recente dá conta da recuperação, mesmo que a conta gotas, da popularidade da presidenta Dilma e aprovação da sua gestão.

Sábio, o povo também revelou em pesquisa que o PSDB é o partido que menos se importa com a corrupção.

O governo Dilma terá que estar em constante vigilância ao que acontece no mundo e zelar a cada segundo pela soberania do país. A Petrobrás está na mira.

Outra questão com pauta obrigatória, é a retomada dos debates da reforma política e democratização da mídia.

Urge uma reforma para por fim às montanhas de dinheiro gasto nas campanhas eleitorais. Urge mudar as regras do troca-troca de partido ao bel-prazer do político sem ideal.

Urge acabar com o monopólio midiático. É nocivo à democracia que meia dúzia de senhorios sejam donos de conteúdos balizadores de costumes, consumo e preferências.

Pois é.

Não basta apenas investigar e punir corruptos para passar o Brasil a limpo.

Sem uma mudança madura nas leis, novas denúncias surgirão, novas investigações terão recomeço e o nome de outros políticos virão a ocupar as manchetes do dia.

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