sexta-feira, maio 25, 2018

Caminhoneiros,imprensa e podres poderes



Pobre imprensa no regime do caos. Comentaristas dito iluminados de repente se anulam em análises frente a greve dos caminhoneiros.  
Na tevê, só se assiste notícias da falta de combustível nos postos, de alimentos nos mercados, de remédios nas farmácias, de oxigênio nos hospitais, do gás de cozinha nos lares.
Nos grandes portais, jornalistas apenas acompanham os fatos e o ritmo das negociações para resolver o impasse do fim do movimento paredista.
Existem sim pontos de partida para entender a confusão que ora avassala o Brasil. 
Os sucessivos acontecimentos nefastos na política vivenciados nos últimos quatro anos, com mais afinco nos últimos dois, tem muito a ver com a situação atual.
A visível desobediência civil dos caminhoneiros diz respeito à credibilidade. Não é preciso ser esperto para perceber que ao abrir a boca o governo não inspira confiança. Que a atual equipe que circula no Planalto aparece diariamente nos jornais, não por feitos benéficos à população, mas sim por prática de ilícitos de toda ordem.  
Então como respeitar, acatar as ordens lá de cima.
Quando Dilma ganhou as eleições em 2014, Aécio Neves jurou de pés juntos que ela não chegaria ao final do mandato. Boicotaram-na. Sob o pretexto leviano de crime de responsabilidade fiscal, deputados e senadores golpistas com o aval explícito do Judiciário depuseram a legitima presidenta escolhida pelo povo.  Ainda viva a presença do ministro Ricardo Levandowski no plenário do Senado Federal a testemunhar impassível a grande farsa contida naquele julgamento de araque. 
Num piscar de olhos, acreditava-se, os problemas econômicos iriam ser superados e o Brasil começaria a crescer. 
O que se vê desde então, é um país presidido por uma figura tíbia,  cujo mandato meramente serviu e serve para o acobertamento de crimes de propinas transportadas em malas representadas em cifras de causar inveja a qualquer mega investidor.
A promessa de dedicação de políticas benéficas ao país, foi substituída pela rotina diária de acordos desavergonhados no Congresso visando  garantir o mandato do golpista chefe. Muito dinheiro e toma-lá-da-cá protagonizados por deputados clientelistas alheios à ética parlamentar.
Nesse meio, se criou e proliferou no povão o mote “Político nenhum presta”. Na psicologia, um mecanismo de defesa para justificar o passo errado em apoiar o afastamento de Dilma, hoje reconhecida como uma presidenta injustiçada e honesta.
Não satisfeitos, judiciário e os silenciosos da direita autoritária, trancafiaram o ex presidente Lula, o brasileiro preferido do povo,  numa cela. Crime? Provas? Apenas um detalhe. O que importa é que preso, Lula não concorre, não ofusca os planos de continuidade do desmonte do patrimônio brasileiro. Sim. É a entrega do Brasil e suas riquezas energéticas, minerais e ambientais que estão em jogo.
Os golpistas ludibriaram. Brincaram com a fé do povo.
O resultado está aí. A insubordinação veio a cavalo. É só o começo. 
Ao bom observador, a constatação. 
Embora a longevidade da greve provoque transtornos coletivos, a população é solidária ao movimento. As pessoas entendem os motivos da  paralisação e torcem pela vitória dos caminhoneiros.
Vè-se também nos depoimentos dos grevistas, evasivas em politizar a greve. Parece que a desconfiança é tanta, que simplesmente falar em política macularia um movimento oriundo de legítimas reivindicações. Aí é que mora o perigo.
E o Governo? Quer os caminhoneiros queiram ou não, é dele que emanam as decisões favoráveis ou não à categoria, o uso da força para coibir o movimento.
Enquanto isso os jornalões robustecem suas pautas na precursão da lei da e da ordem.