Pobre imprensa
no regime do caos. Comentaristas dito iluminados de repente se anulam em análises frente a greve
dos caminhoneiros.
Na tevê, só se assiste notícias da falta de combustível nos postos, de alimentos nos
mercados, de remédios nas farmácias, de oxigênio nos hospitais, do gás de
cozinha nos lares.
Nos grandes portais, jornalistas apenas acompanham os fatos e o ritmo das negociações para
resolver o impasse do fim do movimento paredista.
Existem sim
pontos de partida para entender a confusão que ora avassala o Brasil.
Os
sucessivos acontecimentos nefastos na política vivenciados nos últimos quatro
anos, com mais afinco nos últimos dois, tem muito a ver com a situação atual.
A visível desobediência
civil dos caminhoneiros diz respeito à credibilidade. Não é preciso ser esperto
para perceber que ao abrir a boca o governo não inspira confiança. Que a atual equipe
que circula no Planalto aparece diariamente
nos jornais, não por feitos benéficos à população, mas sim por prática de
ilícitos de toda ordem.
Então como
respeitar, acatar as ordens lá de cima.
Quando Dilma
ganhou as eleições em 2014, Aécio Neves jurou de pés juntos que ela não chegaria
ao final do mandato. Boicotaram-na. Sob o pretexto leviano de crime de responsabilidade
fiscal, deputados e senadores golpistas com o aval explícito do Judiciário depuseram
a legitima presidenta escolhida pelo
povo. Ainda viva a presença do ministro
Ricardo Levandowski no plenário do Senado Federal a testemunhar impassível a
grande farsa contida naquele julgamento de araque.
Num piscar de olhos,
acreditava-se, os problemas econômicos iriam ser superados e o Brasil começaria
a crescer.
O que se vê desde então, é um país presidido por uma figura tíbia, cujo mandato meramente serviu e serve para o acobertamento
de crimes de propinas transportadas em malas representadas em cifras
de causar inveja a qualquer mega investidor.
A promessa
de dedicação de políticas benéficas ao país, foi substituída pela rotina diária
de acordos desavergonhados no Congresso visando garantir o mandato do golpista chefe. Muito dinheiro e toma-lá-da-cá protagonizados
por deputados clientelistas alheios à ética parlamentar.
Nesse meio,
se criou e proliferou no povão o mote “Político nenhum presta”. Na psicologia,
um mecanismo de defesa para justificar o passo errado em apoiar o afastamento
de Dilma, hoje reconhecida como uma presidenta injustiçada e honesta.
Não
satisfeitos, judiciário e os silenciosos da direita autoritária, trancafiaram o ex presidente Lula, o
brasileiro preferido do povo, numa cela.
Crime? Provas? Apenas um detalhe. O que importa é que preso, Lula não concorre,
não ofusca os planos de continuidade do desmonte do patrimônio brasileiro. Sim.
É a entrega do Brasil e suas riquezas energéticas, minerais e ambientais que
estão em jogo.
Os golpistas
ludibriaram. Brincaram com a fé do povo.
O resultado está aí. A
insubordinação veio a cavalo. É só o começo.
Ao bom observador, a constatação.
Embora a longevidade
da greve provoque transtornos coletivos, a população é solidária ao movimento. As pessoas entendem os motivos da paralisação
e torcem pela vitória dos caminhoneiros.
Vè-se também
nos depoimentos dos grevistas, evasivas em politizar a greve. Parece que a
desconfiança é tanta, que simplesmente falar em política macularia um movimento
oriundo de legítimas reivindicações. Aí é que mora o perigo.
E o Governo?
Quer os caminhoneiros queiram ou não, é dele
que emanam as decisões favoráveis ou não
à categoria, o uso da força para coibir o movimento.
Enquanto
isso os jornalões robustecem suas pautas na precursão da lei da e da ordem.
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