sábado, fevereiro 17, 2018

Pense Comigo

Em 2013, ano dos mega protestos contra a falácia dos 20 centavos, surgiram os tais black blocs. Do nada, quebradeiras, pichações se multiplicavam nas mãos de mascarados nos grandes centros urbanos. O povo ficou em sobressalto.
Como passe de mágica, a pauta dos 20 centavos sumiu, dos black blocs ninguém mais ouviu falar.
A calmaria voltou. Voltou? Não.
Os protestos foram um ensaio meticuloso e bem planejado para tirar a Dilma do poder. Desgastes, boicote parlamentar, tibieza do judiciário... Dilma perde o cargo.
Assume Temer. O homem predestinado a fazer  o que a petista deposta não queria fazer:  endireitar o pais à custa apenas do sacrificio do povo sofrido e trabalhador.
Chegamos em 2018.
Temer patina em miseros 6% de aprovação. Do baú satânico previsto, congelou recursos da saúde e da educação pelos próximos 20 anos, reduziu os direitos e acabou com a dignidade  dos trabalhadores e agora tenta empurrar a forceps mudanças significativas nas leis da Previdência.
Tudo para atender exigências do grande capital, invisivel por natureza e voraz na esperteza.
Temer está encurralado. Dia a dia surgem notícias cabeludas de corrupção, cooptação na PF, conluios, mordomias palacianas.
A quadrilha previsa sobreviver. A aprovação da RefPrevidência é ponto de honra para o Temer et caterva justificarem a razão de suas existências ao mercado.
Ufa... Chegou o Carnaval.
Dá-lhe Rio. Rio do morro, favela e confronto. Rio centenário, do momo, do bloco, do brilho.
O Homem dos braços abertos lá em cima acolhe gente de todas as cores, raças e procedências no Carnaval. 
Praias e ruas lotadas.
Gritos. Correria. Agonia. Arrastões tomam conta das praias da Zona Sul, um cartão postal agora diferenciado.
Não foi na favela.
Os black blocs invadem Ipanema. O mundo surtou. Governador assume a pusilaminidade. Prefeito em rolê abençoado na Europa.
E de repente, não mais que de repente, fiéis soldados da Pátria amada que querem a paz com fervor,  são convocados para frear a indocil negritude perdida.
Parabéns Temer. O golpe foi de mestre. De  dissimulado corrupto e destruidor de direitos, agora um presidente corajoso, preocupado com a segurança do povo.
E a Previdência? Nada que um parangolé negociado na podridão dos corredores  palacianos não faça deputado mudar de ideia.

E por que o povo que saiu às ruas em 2013 não se rebela?
Porque não lê, não pensa com a cabeça. Porque precisa de um pato pra chamar de seu.

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