quinta-feira, dezembro 23, 2021

SÃO TANTAS EMOÇÕES. OU POUCAS.

Como costumeiramente faço, fecho as cortinas, pego as almofadas e me ajeito bem no sofá prá assistir coisas que gosto na TV.

O esperado especial do Roberto Carlos, aquele do final do ano, sugeriu cenário semelhante, haja vista muitas passagens da vida entrelaçadas ao extenso repertório do Rei.

Além dele - o Rei -  repertório e convidados fazem  lembrar tempos áureos de leveza musical, amizades, amor ... Muitas saudades...

Mas este último foi diferente. 

A emoção se diluiu no exagero da técnica. Personagens porcelanizados pareciam robôs num palco iluminado pela tonalidade vinheta da Globo.

Como sempre, o trio histórico e infalível - Erasmo, Wanderleia e Roberto - se esforçaram ao máximo para valorizar a parceria decana. Porém, tudo ali exageradamente decorado, desde a pose até as palavras. 

Exageros de maquiagem embalsamaram de tal forma estes personagens, capaz de transformá-los, sem maldade, em álbum itinerante de múmias Jovens Guardianas.

O Rei... bem, o Rei segue na majestade, mas falta-lhe vigor. E não é o vigor da idade. É o vigor da espontaneidade. Preso aos padrões,

o programa omitiu contextos sociais marcados de forma inequívoca pela pandemia, a exemplo das interrupções e rupturas de vidas. 

No mais,  deixa a vida me levar...vida leva eu. O Zeca tava lá. 

Para o Rei, um recado... Faltou-lhe Emoções.

Sirlei Fernandes

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