Como costumeiramente faço, fecho as cortinas, pego as almofadas e me ajeito bem no sofá prá assistir coisas que gosto na TV.
O esperado especial do Roberto Carlos, aquele do final do ano, sugeriu cenário semelhante, haja vista muitas passagens da vida entrelaçadas ao extenso repertório do Rei.
Além dele - o Rei - repertório e convidados fazem lembrar tempos áureos de leveza musical, amizades, amor ... Muitas saudades...
Mas este último foi diferente.
A emoção se diluiu no exagero da técnica. Personagens porcelanizados pareciam robôs num palco iluminado pela tonalidade vinheta da Globo.
Como sempre, o trio histórico e infalível - Erasmo, Wanderleia e Roberto - se esforçaram ao máximo para valorizar a parceria decana. Porém, tudo ali exageradamente decorado, desde a pose até as palavras.
Exageros de maquiagem embalsamaram de tal forma estes personagens, capaz de transformá-los, sem maldade, em álbum itinerante de múmias Jovens Guardianas.
O Rei... bem, o Rei segue na majestade, mas falta-lhe vigor. E não é o vigor da idade. É o vigor da espontaneidade. Preso aos padrões,
o programa omitiu contextos sociais marcados de forma inequívoca pela pandemia, a exemplo das interrupções e rupturas de vidas.
No mais, deixa a vida me levar...vida leva eu. O Zeca tava lá.
Para o Rei, um recado... Faltou-lhe Emoções.
Sirlei Fernandes
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