As transformações pelas quais passa Curitiba com a posse de Gustavo
Fruet são bem mais profundas que a decisão de por ou não granito numa calçada
do Batel. A vitória do prefeito e da atuante vice Mirian Gonçalves sugere uma
nova leitura de criatividade, organização e orientação do que se deve, como e onde investir em ações de
interesse coletivo.
A história também ensina. Em 1972, ano em que os carros
pararam de circular na Rua XV, houve intensa gritaria por parte dos comerciantes.
A proibição de estacionamento nas laterais da Avenida Visconde de Guarapuava
também causou alvoroço. Em ambos os casos, a reclamação maior residia no fato
de que os lojistas temiam fuga de clientes com a conseqüente queda nas vendas. Os
administradores da época não titubearam. Certos de que as medidas asseguravam melhor
mobilidade, driblaram as reclamações e implementaram as mudanças.
Voltando à polêmica do granito. Essa pendenga - herança da
administração anterior - deve servir de exemplo
para outras situações que possivelmente venham a ocorrer durante a gestão. A
equipe do governo deve der clareza das diretrizes e, porque não dizer, de um viés
ideológico para nortear as ações. Deve-se ter a resposta na ponta da língua das
prioridades e a quem beneficiar, inserindo neste contexto, a camada da população
costumeiramente alijada de políticas públicas. Curitiba padece muito dos males
das desigualdades sociais.
Os comerciantes do Batel esperneiam. Querem ruas e calçadas
brilhosas para atrair a clientela. É justo. Mas, mais justo ainda é revisar custos
e rever prioridades. E o prefeito tem
que ser firme! Só assim a história será generosa com ele.
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