quarta-feira, maio 08, 2013

Na política, tombo a gente nunca esquece

Na reunião realizada ontem para organizar a Audiência Pública do Conselho Municipal da Mulher, a Rosani pautou e questionou a exigência de pertencimento a uma sociedade civil organizada para integrar o conselho. Ou seja, exclui-se os movimentos como a Marcha das Mulheres, Marcha das Vadias, Forum Popular de Mulheres, porque estas organizações não possuem CNPJ.

Estas considerações fizeram-me voltar o tempo, mais precisamente em 1996/97, época em que um grupo de sonhadores desvairados acreditava na democratização da comunicação via Canal Comunitário de TV cabo. Pura ousadia e uma experiência inesquecível.

O aprendizado maior do período, ironicamente deu-se no campo político. A formação de chapas para disputar o segundo mandato da coordenação do canal foi trágica. Senão vejamos.

Um lado defendia a programação composta de material produzido pelas entidades formadoras do Canal: Grupo Dignidade, Senge, Sindijus, Bancários, CUT, Acnap, APP, entre outras. Outro, insistia na produção de programas elaborado por terceiros, que “por coincidência” eram os mesmos que participavam das reuniões da executiva com direito a voz, mas não voto.

Após esgotadas as possiblidades de consenso, estas concepções influenciaram sobremaneira na formação das chapas.

Assembleia da eleição

Aí o bicho pegou. Dezenas de pessoas dizendo-se representantes de entidades civis - criadas a toque de caixa e portadoras do CGC provisório (atual CNPJ) – invadiram literalmente a plenária. Uma surpresa e tanto. Este público novato aplaudia e aprovava todas as propostas da corrente defensora da terceirização da programação da emissora. Ideias contrárias eram seguidas de vaia e conturbação.

Dada a interpretação dúbia e omissão de normas estatutárias, a executiva havia decidido pela filiação de novas entidades no mesmo dia da eleição, bem como o direito ao voto destas entidades na escolha da nova coordenação do Canal.

As normas do estatuto foram jogadas no lixo. Eles venceram. Gustavo Erwin(Red) da CUT, Luiz Henrique Herrman da APP e eu da CUT saímos do Senge antes da assembleia acabar e não mais voltamos ao canal. Até hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário