segunda-feira, setembro 03, 2012

Puno: porta de entrada do Lago Titicaca


Puno é uma cidade localizada no extremo sul do Peru às margens do lago Titicaca e se situa a 3.827 acima do nível do mar. Puno tem um clima seco e a temperatura chega facilmente abaixo de zero nos meses de julho e agosto. Boa parte de sua população é descendente de dois grupos étnicos andinos: Quéchua e Aymara.
O Lago Titicaca é a grande atração de Puno, com uma área de 8.560 km2. É o maior e mais alto lago navegável do mundo e divide o Peru da Bolívia. A temperatura de suas águas varia de -3ºC à 13ºC. Ali nasce o Rio Amazonas.
O artesanato é uma importante fonte econômica na região

Como as demais cidades do Peru, as feiras livres e mercados de artesanato tomam conta das ruas. Tanto o movimento de pessoas como a extensão da feira são muito grandes. Chama atenção a grande variedade de batatas (papas) e de milho (maiz). Os artesanatos: bolsas, gorros, xales, mantas, ponchos, meias – todos com muitas cores – dão vida à árida paisagem andina no período das secas.  

Outro dia
Conhecer o Titicaca significa madrugar para concentrar o passeio em duas atrações: Ilhas Uros e Taquille, cada uma com sua beleza e particularidade.

Ilhas Uros: flutuante
As ilhas Uros, que ficam a 30m de barco de Puno, na verdade não são ilhas comuns e sim uma justaposição de várias camadas de totora sobreposta em cubos parecidos com xaxim.
Totora é um tipo de junco abundante do lago, o que faz com que as ilhas flutuem.  Para que não se movam lago adentro, são ancoradas no fundo com cordas. Sobre elas os Uros constroem suas casas e tudo o que precisam também com a própria totora, incluindo seus barcos que eles mesmos comparam com uma gôndola.
Casas e chão da ilha são feitos de totora
No arquipélago móvel vivem 32 famílias, aproximadamente 500 nativos. Tem escola até o 1º grau e posto de saúde. Vivem da pesca, venda do artesanato e do turismo. O passeio de 15m da gôndola – o barco de totora - custa 15 soles por pessoa.  De qualquer forma, impressiona e adaptação a essa estranha forma de viver. Eles falam os idiomas Quéchua e Aymara.
Os turistas são recepcionados pelo líder da ilha, que juntamente com o guia, explica como a ilha é construída e mantida, através da montagem de uma maquete. Após a orientação cada grupo é convidado à visitar a oca de uma família e conhecer seu artesanato.
Líder simula a construção da ilha através de maquete
Embora os uros tenham vivido sempre nas ilhas, percebe-se mudança na hábitos, a exemplo de um aparelho de televisão ligado na oca do líder da comunidade. “Graças ao Fujimori”, disse o líder, satisfeito por ter uma TV em duas cores de 14 polegadas pendurada no teto da pequena oca.

Ilhas Taquille
Na sequência do passeio, mais 2h lago adentro e lá está a ilha Taquille. Ao contrário de Uros, é uma ilha propriamente dita – uma porção de terra cercada de água por todos os lados-  mas o grande diferencial é sua população.
Pedras e muita subida em Taquille
A ilha foi habitada originalmente pela cultura Pukara que desenvolveu as primeiras terras para o plantio. Foi então dominada pela cultura Tihuanaco que falava Aymara e no século XIII foi então dominada pelos Incas que trouxeram o Quéchua. Em 1580 a ilha foi comprada pelo espanhol Pedro Gonzalez de Taquille que influenciou no costume e na vestimenta de seus habitantes.
O almoço servido aos visitantes tem visual do Lago Titicaca
Devido a topografia em aclive, em Taquille não tem carro, bicicleta ou qualquer outro facilitador do trabalho humano. Todos vivem em comunidade e se ajudam mutuamente nos trabalhos de plantio e colheita. As vestimentas são muito peculiares. As mulheres sempre usam saia e um tecido negro na cabeça, semelhante às muçulmanas. Os homens com camisas brancas de manga comprida e um colete preto. A cor do gorro na cabeça identifica se ele é casado ou solteiro e se usar um chapéu negro sobre o gorro indica que é uma autoridade na comunidade. Um costume somente entre os homens casados é usar uma pequena bolsa para o transporte de folhas de coca que é trocada entre eles em roda de amigos. Realmente é incrível ver como uma comunidade pode manter suas tradições por tanto tempo sem sofrer a influência do mundo moderno.

Como agrado aos visitantes, os nativos fazem a apresentação da Dança do Matrimônio, embalada em ritmo andino, com vestimentas típicas da ilha.
Dança do matrimônio: Eliana (blusa amarela) foi convidada a entrar na roda.


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