Puno
é uma cidade localizada no extremo sul do Peru às margens do lago Titicaca e se
situa a 3.827 acima do nível do mar. Puno tem um clima seco e a temperatura
chega facilmente abaixo de zero nos meses de julho e agosto. Boa parte de sua
população é descendente de dois grupos étnicos andinos: Quéchua e Aymara.
O
Lago Titicaca é a grande atração de Puno, com uma área de 8.560 km2. É o maior
e mais alto lago navegável do mundo e divide o Peru da Bolívia. A temperatura
de suas águas varia de -3ºC à 13ºC. Ali nasce o Rio Amazonas.
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O artesanato é uma importante fonte econômica na região
Como
as demais cidades do Peru, as feiras livres e mercados de artesanato tomam
conta das ruas. Tanto o movimento de pessoas como a extensão da feira são muito
grandes. Chama atenção a grande variedade de batatas (papas) e de milho (maiz).
Os artesanatos: bolsas, gorros, xales, mantas, ponchos, meias –
todos com muitas cores – dão vida à árida paisagem andina no período das secas.
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Outro
dia
Conhecer
o Titicaca significa madrugar para concentrar o passeio em duas atrações: Ilhas
Uros e Taquille, cada uma com sua beleza e particularidade.
Ilhas
Uros: flutuante
As
ilhas Uros, que ficam a 30m de barco de Puno, na verdade não são ilhas comuns e
sim uma justaposição de várias camadas de totora sobreposta em cubos parecidos com
xaxim.
Totora
é um tipo de junco abundante do lago, o que faz com que as ilhas flutuem. Para que não se movam lago adentro, são
ancoradas no fundo com cordas. Sobre elas os Uros constroem suas casas e tudo o
que precisam também com a própria totora, incluindo seus barcos que eles mesmos
comparam com uma gôndola.
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Casas e chão da ilha são feitos de totora |
No
arquipélago móvel vivem 32 famílias, aproximadamente 500 nativos. Tem escola até o 1º grau e posto de saúde. Vivem da pesca, venda do artesanato e do turismo.
O passeio de 15m da gôndola – o barco de totora - custa 15 soles por
pessoa. De qualquer forma, impressiona e
adaptação a essa estranha forma de viver. Eles falam os idiomas Quéchua e
Aymara.
Os turistas são recepcionados pelo líder da ilha, que juntamente com o
guia, explica como a ilha é construída e mantida, através da montagem de uma
maquete. Após a orientação cada grupo é convidado à visitar a oca de uma
família e conhecer seu artesanato.
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Líder
simula a construção da ilha através de maquete
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Embora os uros tenham vivido sempre nas ilhas, percebe-se mudança na hábitos, a exemplo de um aparelho de televisão ligado na oca do líder da comunidade. “Graças ao Fujimori”, disse o líder, satisfeito por ter uma TV em duas cores de 14 polegadas pendurada no teto da pequena oca.
Ilhas
Taquille
Na
sequência do passeio, mais 2h lago adentro e lá está a ilha Taquille. Ao
contrário de Uros, é uma ilha propriamente dita – uma porção de terra cercada
de água por todos os lados- mas o grande
diferencial é sua população.
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Pedras e muita subida em Taquille |
A
ilha foi habitada originalmente pela cultura Pukara que desenvolveu as
primeiras terras para o plantio. Foi então dominada pela cultura Tihuanaco
que falava Aymara e no século XIII foi então dominada pelos Incas que trouxeram
o Quéchua. Em 1580 a ilha foi comprada pelo espanhol Pedro Gonzalez de Taquille
que influenciou no costume e na vestimenta de seus habitantes.
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O almoço servido aos visitantes tem visual do Lago Titicaca |
Devido
a topografia em aclive, em Taquille não tem carro, bicicleta ou qualquer outro
facilitador do trabalho humano. Todos vivem em comunidade e se ajudam
mutuamente nos trabalhos de plantio e colheita. As vestimentas são muito
peculiares. As mulheres sempre usam saia e um tecido negro na cabeça,
semelhante às muçulmanas. Os homens com camisas brancas de manga comprida e um
colete preto. A cor do gorro na cabeça identifica se ele é casado ou solteiro e
se usar um chapéu negro sobre o gorro indica que é uma autoridade na
comunidade. Um costume somente entre os homens casados é usar uma pequena bolsa
para o transporte de folhas de coca que é trocada entre eles em roda de amigos.
Realmente é incrível ver como uma comunidade pode manter suas tradições por
tanto tempo sem sofrer a influência do mundo moderno.
Como
agrado aos visitantes, os nativos fazem a apresentação da Dança do Matrimônio, embalada
em ritmo andino, com vestimentas típicas da ilha.
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Dança do matrimônio: Eliana (blusa amarela) foi convidada a entrar na roda. |