quinta-feira, janeiro 30, 2025

Verso solto. Frase além.

 De vez em quando me arrasto

Nas minhas pernas cansadas

Do medo tento e me afasto

De rotas amarguradas.

 

sábado, janeiro 25, 2025

Mulheres na contramão

Um olhar atento na recente história de lutas dos movimentos de mulheres, constata-se, com inúmeros questionamentos, que muita coisa mudou. Há oito anos - em tempos de Temer e Inelegível -  em titubeio constante.

Porque oito se ambos permaneceram seis anos no poder?

Porque estes dois anos do governo Lula  mostram que as mulheres, mesmo que a ocupar espaços e empoderadas em cargos de relevância, se ridicularizam em disputas vazias de egos inflados. 

Ministérios e secretarias transversais, donde as mulheres deveriam se assemelhar e se unir na defesa de pautas humanitárias, se distanciam do bom combate coletivo. 

Hora de rever conceitos e formas de luta. 

Lembrar das conferências verticalizadas, marchas históricas, bicicletadas da CUT no 8 de março... Huum! Dá saudade.

Mas o retorno destas agendas ajuda reconstruir a luta pelas demandas atuais? E quais seriam estas demandas?

Cadê o protagonismo das mulheres em defesa da democracia tão violentada como nunca se viu? Cadê a indignação das mulheres frente o sofrimento das mães palestinas a ver seus filhos a morrendo a míngua?

Cadê a iniciativa das mulheres em denunciar misogenia, rascismo, violência, hoje a correrem soltas na web?

Prá pensar.

Recorrer as costumeiras formas de luta? Talvez não.  As massas hoje se informam por meio de cliques bem pagos e de alcance inquestionável no mundão virtual.

Fazer o quê? 

Aprimorar conhecimentos, principalmente os voltados à modernidade comunicacional, estudar, sair da sala do ar condicionado e dialogar com a vizinha sobre a dupla jornada... aliás...hoje muitas mulheres estão a trabalhar no transporte de aplicativo. 

"Mulheres unidas, jamais serão vencidas"... Este mote não morre. 

quinta-feira, janeiro 16, 2025

COM PIX, SEM PIX TAXADO. POUCO IMPORTA

No emaranhado das notícias prevaleceu um entendimento, diga -se de passagem, amargo: ao mesmo tempo em que perdemos, empoderamos um aloprado deputado de primeiro mandato chamado Nikolas. Quem diria!

Uso o verbo na segunda pessoa do plural porque estamos boquiabertos no mesmo barco.

Vamos lá.

A princípio - não sei se por aplausos, expectativas, reticências -  esperançamo-nos com a nomeação do Sidônio na Comunicação. Um homem de bagagem inquestionável no convencimento dos feitos e falas.

Aliás, o apelo coletivo por mudanças na área ecoou até em Marte. 

Haddad lá, Lula acolá, Sidônio cá e nós aqui a chorar pitangas.

Eis que uma avalanche passa por cima do PT velho de guerra, a destruir coisas simples ao nosso ver, que senão implantar uma medida segura ao cidadão e mecanismos de controle aprimorados. 

De repente - parece filme de ficção - uma multidão anônima, quer virtual, quer de carne e osso - se engalfinha contra as mudanças do PIX, a expressar revolta contra o Governo. 

E agora José?

Assistir de camarote os desdobramentos?

Confiar na expertise do Sidônio?

Criticar, se calar, se frustrar diante de tamanha encruzilhada?

A realidade é assustadora. Hoje é o PIX. Amanhã, quem sabe?

As esquerdas estão nas mãos da direita extremada rica, sem pudor, antenada em modernidades que até Deus duvida.

E nós?

Um partido cujo ideal repercutiu no eco do auto-falante, no fax do sindicato, na voz do artista rebelde.

Muitos dessa tribo continuam ativos nas hostes petistas a influenciar e palpitar no cotidiano governamental. 

Diante de tantas mudanças no jeito das pessoas de se comunicarem com o mundo, estaríamos nós dotados de ousadia, da clareza necessária para se contrapor a guerra virtual?

Que semente estamos a plantar para vislumbrar um PT dinâmico, conectado na rapidez das informações?

Lembrei do Pedro Rossseff. 

O Sidônio não faz milagre.

Lula não é eterno.

Eu e você também não.