Em trens pequenos
e vagões sem janelas. Assim chegava gente de várias partes do mundo na Polônia.
Famílias vendiam o pouco que tinham, juntavam bens e joias, sem jamais imaginar
a armadilha que o destino lhes reservaria.
Seguiam pela
longa viagem na expectativa de trabalho. Iam naquele comboio, literalmente amontoados
e quase sem ar.
Na chegada, o
choque. A decepção. A guarda nazista apreendia todos os pertences, inclusive
alianças de casamento e ouro do dente.
É horrível. É
triste. É chocante.
De fora, uma
fileira de 28 enormes barracões. Um ao lado do outro. A visita começa por um deles. Já de cara num
dos compartimentos, montes e montes de calçados velhos. Do outro lado, milhares
de óculos amontoados. Aqueles óculos redondos de aro fino usados na época da guerra.
Mais a frente, um pavilhão com montes e mais montes de cabelos. O cabelo das
mulheres era cortado para fazer agasalho.
Assusta o volume
e quantidade dos objetos guardados expostos para visitação pública. Tem
explicação. Foram mais de 1 milhão de judeus vitimados pelo nazismo. Ainda na
lista persecutória, os negros, ciganos e homossexuais.
Nos demais barracões,
lá para quem quiser ver, os beliches de três, quatro andares. Em cada piso do
beliche, dormiam oito pessoas. Dava prá ver, super apertado. Muitos prisioneiros
não conseguiam dormir. Dores, saudades, frio, os faziam tremer e chorar. O
lamento coletivo.
Tifo e malária
deixava-os fracos, impossibilitados ao trabalho escravo. Então a guarda abreviava
vida. A fogueira funcionava a todo vapor. Crianças não aptas ao trabalho também
eram queimadas.
O quarto do
castigo era destinado a aqueles que não produziam a contento no eito. Um espaço
de um metro quadrado, sem ar. Ali morriam.
Tentativas
de fuga do campo eram severamente castigadas. Está lá o patíbulo, a forca, em local
estratégico para que os demais pudessem assistir o castigo dos rebeldes ousados.
O tempo de
refeição e das necessidades fisiológicas era controlado. Desobediências implicavam
em castigo severos.
O período de
permanência no campo não passava de seis meses. Os prisioneiros morriam cedo vítimas
da desnutrição, frio e doenças provocadas
pela imundície. Muitos pediam prá antecipar a morte dado o sofrimento
desalentador.
Alguns barracões
serviam de estábulo à cavalaria e ao mesmo tempo de dormitório.
A câmara de gás
foi a forma mais utilizada pelos nazistas para matar os judeus.
...
Eu vi. A
história está lá para quem quiser testemunhar.
De tudo, o
que mais assusta é saber que em pleno século 21 - 70 anos após o registro do maior
genocídio na humanidade - grupos autodenominados neonazistas surgem das trevas
no Brasil.
É de se
perguntar o que passa na cabeça de um jovem capaz de tatuar o símbolo nazista
no corpo e exibi-lo como troféu de bravura.
Eles estão
soltos por aí semeando ódio e discórdia, impunes.
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