Zé das Pedras é um cara famoso. Seus discos venderam como água nas décadas de setenta oitenta. Já ganhou prêmios internacionais como intérprete e compositor, inclusive de trilhas sonoras adaptadas ao teatro e cinema. Enfim, é um cara que nasceu para o sucesso.
Gente interessada em documentar a trajetória do Zé escreveu um livro sobre sua vida. Uma obra bonita de 200 páginas. Lá na página 187, tem uma passagem inusitada da sua biografia. Conta o escritor que Zé tinha mania de emitir flatulências enquanto pensava, enquanto se entregava aos devaneios inspiradores de sua criação. A narração vai mais além. Afirma que, quanto mais forte o odor dos gases , mais o artista se inspirava na composição dos versos.
O livro virou bestseller da noite para o dia. De norte a sul, todo mundo comentava a biografia do Zé. Só que a vida dele virou um inferno.
A dona da padaria da esquina da casa do Zé torcia o nariz quando ele entrava no estabelecimento comprar o pãozinho de cada dia. Certa vez Zé escutou a vendedora cochichando com uma amiga se o cheiro da flatulência não iria contaminar o sabor dos pães.
Pior mesmo aconteceu naquele domingo. Como sempre, Zé foi à praia tomar um delicioso banho de sol. Bater um papo gostoso com a galera. A fim de relaxar, deitou na areia e fechou os olhos para ouvir o balanço do mar. Ao abri-los, viu que não tinha mais ninguém ao redor. O vendedor de coco disse-lhe que a moçada ficou com medo que ele infestasse o lugar.
E o talento do Zé? A flatulência ofuscou.
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