Odeio o povo cubano porque eles moram numa ilha cercada de
sol por todos os lados com muitas praias bonitas.
Odeio o povo cubano porque lá se faz a revolução sem
derramar uma gota de sangue. “Hasta la vitoria, siempre!” não significa a busca da riqueza pela riqueza,
mas a disposição para lutar pelos ideais de soberania.
Odeio o povo cubano, porque lá na terra deles todas as
crianças tem direito ao estudo, de uniforme e material escolar distribuídos pelo Estado.
Odeio Cuba porque lá todo idoso tem direito a pelo menos um
litro de leite e uma cesta de alimentos para saciar a fome.
Odeio o povo cubano porque a graça e leveza dos passos da salsa e da rumba roubam os sentidos. Ao som, dá vontade de dançar só numa sala
qualquer.
Odeio o povo cubano porque lá solidariedade é lei espontânea.
Na terra deles é costume dar carona aos
trabalhadores no fim das tardes dos dias chuvosos sem nada cobrar em troca.
Odeio cubano não dominado ao monopólio bélico, midiático e
econômico impregnados na doutrina neoliberal.
Odeio o povo cubano pela criatividade presente na música, arte
e literatura. “La bodeguita del médio” é muito mais que um bar. É um ponto de
encontro de gente pensante. Ernest Hemingway viveu lá na ilha e num sopro
estético criou “O Velho e o Mar” para deleite da boa leitura no mundo.
Odeio o cubano porque ele prepara um “mojito” delicioso de
fazer inveja, ao gosto do rum e folhas de hortelã frescas da horta.
Odeio o povo cubano, porque lá a saúde é pública e todo
cidadão, independente de classe social, pode usufruir dos serviços.
Odeio o cubano pela sua pele negra, um misto de África e
Espanha, traços firmes e sorriso livre do subjugo norte americano.
Continuo a odiar os cubanos. Muito mais porque não consigo
convencer o mundo que eles são bem melhores que todo o mundo. E viva a revolução!
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