Marilda Ribeiro, Rose Gomes e Antônia Passos de Araujo, a
Toninha.
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Então? Pelo semblante delas rolava um papo mais ou menos assim:
A Marilda, a mais jovem das três, comentava que se tivesse uma filha hoje, ela iria se chamar Rosa Luxemburgo. A menina seria uma revolucionária de esquerda. Uma crítica apaixonada e convincente de sistemas opressores e do capitalismo. Sem fazer concessões e com voz poderosa ela defenderia suas convicções e agiria sobre as pessoas como um trovão, sem, entretanto, recorrer a outros meios que não fosse seu talento. Ela seria capaz de conquistar todos que se aproximassem dela sem preconceitos de raça, cor e classe social.
Animada com a ideia de também poder parir, Rose disse que sua filha se chamaria Clara Zetkin. A menina seria jornalista e nos seus escritos diria que não se concebe um movimento de massas pela paz sem a participação das mulheres e que a paz estará assegurada somente quando uma esmagadora maioria das mulheres de todo o mundo aderirem à luta pela causa da paz, pela causa da liberdade e da felicidade da humanidade.
Clara trataria a questão da igualdade de direitos das mulheres, certa de que a mulher seria escrava do homem e ficaria nessa condição até que alcançasse sua independência econômica.
Toninha pensou duas vezes, coçou a cabeça, mordeu os lábios e ensaiou levantar-se. Mas as duas a colocaram contra a parede. “E você não vai dizer nada?” Perguntou Marilda. “Fugindo da raia Toninha? ” Cutucou Rose. “Se pudesse, você também não gostaria de ter uma filha hoje?”, complementou.
“Minha filha se chamaria Dilma, Dilma Rousseff. Ela teria as características das filhas de vocês, com o agravante de que seria ainda a primeira mulher e a melhor presidenta do Brasil.” Toninha matou a pau.
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