domingo, abril 07, 2013

Contradições sociais estão em toda parte

A Gazeta do Povo deste domingo noticia que quatro mil pessoas perambulam pelas ruas de Curitiba, dado preocupante para uma cidade considerada não tão sujeita a esse tipo de vulnerabilidade.

Essa realidade aponta uma tendência, quase que natural, em comparar a cidade, o estado, o mesmo o Brasil com as condições sócio-econômicas de outros países. É senso comum achar que o Brasil é sempre o pior, e que em outros países da Europa – mesmo em crise – ou nos Estados Unidos, não existe população de rua.

Mero engano.

Nova York é divina. Degustar um bom vinho durante um show de jazz no Carlyle Hotel, com nada mais nada menos que umas cinquenta pessoas curtindo Woody Allen e seu sax é the best. Na mesa ao fundo, está Soon Yi, filha adotiva da atriz Mia Farrow, com quem Woody mantem um relacionamento eivado de polêmicas.

Ou então, jantar no Soho vendo gente alternativa, estranhamente linda, em companhia de Gerald Thomas, homem do teatro profundo conhecedor da arte nova-yorkina.

Visitar o Moma, The Cloisters, Guggenheim, museus ricos em cultura e raridades. Como ninguém é de ferro, comprar umas coisinhas na Bloomingdales.

Essa é a cidade dos viajantes curiosos. Mas existe outra Nova York escondida. A NY de gente como a gente.

Andar de metrô em Manhattan é uma maravilha. Estações limpas, espaçosas e arejadas. Mas são poucas. Basta sair um pouco da rota endinheirada e o cenário muda da água para o vinho.

O cheiro de xixi é insuportável. Muita gente sem teto faz das estações sua moradia. São dezenas, centenas de pessoas amontoadas pelos cantos subterrâneos das estações. É dessa forma que eles fogem do frio nos longos períodos de inverno, peculiar naquelas bandas.

Criativos, vão à luta para saciar a fome. Com voz bonita e sorriso nos lábios, cantarolam Yesterday Once More dos Carpenters nos corredores do metrô durante as viagens. Para lá e para cá. Muita gente dá uns trocados, uns até generosos.

No Harlem, bairro de população predominantemente negra, os problemas sociais são acentuados. Mães com filhos no colo, sob uma temperatura abaixo de zero, esmolam enquanto as crianças maiores correm entre os carros num trânsito intenso a pedir dinheiro. Lá tem o Silvia’s, restaurante famoso e tradicional de NY.

Contraste e mais contraste, como aqui no Brasil. Portanto, cuidemos das nossas mazelas, mas sem autodesprezo pátrio.

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