O lançamento do livro que conta a trajetória do Sindicato dos Bancários
de Curitiba é a concretização de um sonho antigo. Tive a grata oportunidade de
acompanhar os primeiros passos da sua realização, na companhia do Lucas e
Gustavo, dois estudantes da UFPR contratados pelo sindicato como estagiários
para ajudar nas pesquisas.
A primeira etapa se deu através de um trabalho ininterrupto junto aos
arquivos do Ministério do Trabalho e Emprego e do próprio sindicato. Foram três
meses de idas e vindas para São José dos Pinhais, local do arquivo de
documentos históricos do MTE e depois na Chácara dos Bancários em Piraquara.
Foi uma tarefa minuciosa e difícil. Nestes dois lugares se
encontrava armazenada farta documentação de quase cem anos de registro de vida
trabalhista e sindical do Paraná.
Os documentos encontrados relativos aos bancários foram digitalizados,
resultando na geração de mais de três mil imagens.
Além do privilégio da realização deste trabalho, houve também a
preocupação da equipe em preservar os acervos. Foi comum encontrar documentos
amarelados e em estado de decomposição, a exemplo do registro de fundação do
Sindicato dos Estivadores de Paranaguá que ocorreu no começo do século passado.
Em ambientes úmidos e com máscaras apropriadas - e mesmo sem ligação direta com
os bancários - muitos documentos foram recuperados. Havia a consciência
de se preservar a história com foco nas futuras gerações.
Depoimentos
Não menos importante que a pesquisa documental, foi a reconstrução
da história do sindicato sob a ótica daqueles que estavam na linha de frente do
movimento. Com uma câmera na mão e um bloco de anotações na outra, saímos em
campo para entrevistar os ex presidentes do sindicato e lideranças destacadas.
Esta tarefa foi emocionante. Os entrevistados, muitos de cabelos brancos
e há anos afastados do cotidiano sindical, narravam fatos da época com tamanha
precisão, que às vezes dava a impressão de que eles nunca se desligaram da
experiência de um dia ter sido um dirigente sindical bancário. Cada um com sua
crença, cada um com seu jeito de pensar e agir frente as lutas e desafios, mas
todos com valor e respeito inquestionáveis pela categoria bancária.
O livro é resultado do esforço e compreensão de toda a diretoria, a
começar pelo presidente Otávio Dias. Mas mesmo assim, permito-me
fazer uma reverência especial a dois companheiros. Em primeiro lugar, registrar
o entendimento da amiga Marisa Stedile sobre a
importância de se registrar a história do sindicato, evidenciada quando ocupava
o cargo de presidenta da entidade. Em segundo, reconhecer a elogiável
obstinação do meu querido amigo Márcio Kieller, que no papel de
coordenador, mostrou uma responsabilidade impar na apuração dos fatos e na
busca de informações.
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