Começo da década de 90. O Sindicato dos Bancários de
Curitiba vivia momentos históricos. Era a consolidação de um longo processo
que culminou com a retomada do poder no sindicato pelo MOB - Movimento de
Oposição Bancária. Um ideário perseguido por companheiros partidários de uma
nova concepção político-sindical pós criação da CUT-Central Única dos Trabalhadores
em 83. A briga não foi fácil. Só quem participou
das lutas nesse período é capaz de mensurar os embates e as dificuldades para
romper com o sindicalismo pelego vigente na época.
Envolta num processo eleitoral conturbado, uma jovem advogada
fez a diferença. Ela se chamava Mírian
Gonçalves. A doutora Mírian. Movida pela crença de um novo sindicalismo
para a categoria bancária, Mírian surpreendia no comprometimento com a causa e na
tenacidade para lidar com os adversários.
Os reuniões se estendiam madrugada a dentro. Bem viva na memória, está a cena de
lavratura de atas às quatro da manhã - num frio de fazer gosto – com os lados opostos em discussão ferrenha dos termos.
Não raro, uma simples vírgula se tornava motivo para discussões intermináveis
na Comissão Eleitoral. E a Mírian estava lá, acompanhando cada passo, cada reviravolta.
Foram muitos os sobressaltos.
Valeu a pena. E como valeu! Ainda mais quando se aprende que
a luta é intermitente.
Agora um novo desafio. E dos grandes. Na vice de Gustavo
Fruet, Mirian se respalda na democracia interna do PT que sabidamente a elegeu ao
cargo. Mas é isso é só um começo.
Se realmente existe o entendimento de que Curitiba urge por mudanças
político-administrativas, é preciso que todos os petistas estejam com a Mírian
nessa empreitada, se preciso for, até às quatro da manhã.
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