segunda-feira, junho 18, 2012

Com Mírian Gonçalves até às quatro da manhã


Começo da década de 90. O Sindicato dos Bancários de Curitiba vivia momentos históricos. Era a consolidação de um longo processo que culminou com a retomada do poder no sindicato pelo MOB - Movimento de Oposição Bancária. Um ideário perseguido por companheiros partidários de uma nova concepção político-sindical pós  criação da CUT-Central Única dos Trabalhadores em 83.  A briga não foi fácil. Só quem participou das lutas nesse período é capaz de mensurar os embates e as dificuldades para romper com o sindicalismo pelego vigente na época.
Envolta num processo eleitoral conturbado, uma jovem advogada fez a diferença. Ela se chamava Mírian Gonçalves. A doutora Mírian. Movida pela crença de um novo sindicalismo para a categoria bancária, Mírian surpreendia no comprometimento com a causa e na tenacidade para lidar com os adversários.
Os reuniões se estendiam madrugada a  dentro. Bem viva na memória, está a cena de lavratura de atas às quatro da manhã - num frio de fazer gosto – com os  lados opostos em discussão ferrenha dos termos. Não raro, uma simples vírgula se tornava motivo para discussões intermináveis na Comissão Eleitoral. E a Mírian estava lá, acompanhando cada passo, cada reviravolta. Foram muitos os sobressaltos.
Valeu a pena. E como valeu! Ainda mais quando se aprende que a luta é intermitente.
Agora um novo desafio. E dos grandes. Na vice de Gustavo Fruet, Mirian se respalda na democracia interna do PT que sabidamente a elegeu ao cargo.  Mas é isso é só um começo.
Se realmente existe o entendimento de que Curitiba urge por mudanças político-administrativas, é preciso que todos os petistas estejam com a Mírian nessa empreitada, se preciso for, até às quatro da manhã. 

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