Simpático, acolhedor, modesto... nunca foi. Mas isso não vem ao caso. O que faz Requião intragável é a indisfarçável mágoa acumulada na sua cabeça, dir-se-ia, quem sabe, por não ter sido indicado a um cargo importante no governo Lula.
Entrou sorrateiramente no PT, mas petista nunca foi. Se questionado sobre o porquê da saida do PMDB velho de guerra e a consequente filiação ao PT, dirá que esperava encontrar um partido de esquerda para chamar de seu.
Ou então, a depender do humor, atirará pedras a quem ousou abordar tal assunto.
Em tempos de campanha à prefeitura, predomina a ironia irritante. Um homem alquebrado de impaciência aparente insiste no discurso desconstrutivo do Lula, em flagrante desrespeito à trajetória e às dificuldades politico- conjunturais enfrentadas pelo presidente para conseguir governar. Requião sabe disso tudo. Sabe mas não se verga. Fixo no exibicionismo latente do que foi no passado, esquece que é candidato do amanhã numa cidade de problemas do ontem.
Enquanto isso a direita extremada navega feliz e contente na Curitiba da luz dos pinhais.