terça-feira, maio 28, 2019

Meninos, eu vi.

Faixa dos 70 anos em peso nas ruas do domingo 26. Mulheres faceiras, maquiadas até o pescoço, de cabelo impecável, de mãos dadas com seus maridos de barriga proeminente. O Batel sai da toca.

Orgulho e empáfia no andar livre pelas ruas  dos mal cheirosos mendigos do ontem.

Na boca, o Hino Nacional entoado como mantra, privilégio restrito ao verde amarelo  nas vestes.

Em resposta ao pacote nefasto da reforma da previdência, a célebre indiferença do egoísmo coletivo: "Pouco me importa. Já me aposentei".

De um caminhão de som enorme,  gritos repetidos: "Aqui ninguém é pago pra se manifestar. As pessoas vem de graça."
Enquanto isso, perto dali, pessoas  em fila recebem gratuitamente camisetas.

Comunismo demonizado, fora Dilma, fora PT, Lula na cadeia, nossa bandeira jamais será  vermelha.
Vez ou outra menção não honrosa ao STF e ao Congresso.
A advogada do microfone centra o repúdio  dos poderes nas figuras de Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Rodrigo Maia. "Eles não  deixam o presidente governar. Vamos tirar eles de lá".

O senhor de aparência saudável em traje amarelo desbotado  xinga, ofende, exala revolta: "Eu não  tenho partido. To aqui porque foi a vaca da Dilma que impediu minha aposentadoria por invalidez."

A Boca Maldita das Diretas corre risco.

terça-feira, abril 16, 2019

SUPREMO SÓ NO NOME

0 STF manteve atuação linear desde o fim da ditadura. Sem grandes solavancos, arbitrou conflitos normais em regimes onde o diálogo tem alguma valia.
A tranquilidade juridica foi tanta, que a toga encarou com naturalidade kaftiana a queda de uma presidenta eleita por um suposto crime apelidado de pedalada fiscal.
Eles sabiam que a Dilma não havia feito nada de errado.
Mas, digamos assim, não quiseram se incomodar. Tudo sob o singelo manto da não interferência entre poderes.
Prenderam o mais popular e querido presidente que o Brasil ja teve para que ele não pudesse concorrer nas eleições em 2018. Eles sabiam da fragilidade das acusações impostas ao ex presidente. Mesmo assim, Lula continua sequestrado e sem perspectivas de provar sua inocência.
Mais uma vez o STF se faz de morto para comer o c* do coveiro.
Omissões e covardias de um poder com prerrogativas para - senão evitar - marcar presença histórica altiva nos rumos de um país em franca decadência democrática.
Hoje o STF está acuado, desmoralizado por excelência.
Paga o preço da pusilaminidade exposta nos momentos em que mais o Brasil precisa de honestidade moral, ética e justiça.

quinta-feira, janeiro 17, 2019

Oh! Pátria amada, idolatrada. Salve! Salve!

Cá pensando nos brasileiros fãs do Sérgio Moro pela sua tenaz atuação na Lava Jato, operação famosa pelo combate à corrupção na política. 
Gente com adesivos nos carros "Eu apoio Moro", gente orgulhosa até em vizinhar com tão célebre criatura.
Hoje o magistrado é ministro da Justiça do governo extrema-direita. 
Lá nos corredores, cercado de homens de conduta duvidosa por todos os lados. O próprio presidente - cujo mandato se sustenta nas macaquices tuiteiras dos filhos bombados - acoberta falcatruas e zomba de quem as aponta. Vide o caso Queiroz.
E o Moro? No Planalto podre onde hoje ele é engrenagem a fazer discurso raso e odioso contra o Lula.
E os fãs da Lava Jato?
Continuam na cantilena do "político é tudo igual" para daqui a
quatro anos repetir a cagada.

quinta-feira, outubro 25, 2018

Aos amigos, amigas, familiares que votam no outro candidato

Carta aberta

Aos amigos, amigas, familiares que votam no outro candidato
 
Vocês são muitos, tal como os muitos anos de convívio nas escolas, no trabalho, nas viagens e lares.
Aprendi na caminhada a sorrir, brincar e chorar  com vocês, sem medo de se jogar. Sem receio de ser feliz.
Hoje vejo que não é bem assim. Está difícil encontrar conforto na companhia de vocês.
Pode ser que o assunto pareça chato, mas peço: se esforcem e continuem a ler.
Vou falar da eleição no próximo domingo.
Política para mim é coisa séria. E mais. Não é só na época das eleições que lembro dela.
E é essa seriedade e a compreensão  da importância da política na vida das pessoas que me faz estar aqui a escrever.
Bisbilhotando o perfil de vocês, vi várias vezes escrito Luladrão, corrupto, cachaceiro, e por aí vai. Claro, em referência às justificativas da ojeriza ao PT e à razão do voto no outro candidato.

Vi também compartilhamento de noticias mentirosas, as fake news, mesmo a não veracidade já haver sido atestada.

Vamos ao Lula corrupto e ladrão.
Foi esse criminoso menosprezado que me levou a conhecer Noam Chomski, intelectual estadunidense ímpar da contemporaneidade;  tive também o privilégio de apertar a mão de Silvio Tendler, o cineasta colecionador de prêmios pela brilhante carreira na produção de filmes e documentários; conheci Afonso Perez Esquivel, o atual Nobel da Paz; ouvi música de primeira intepretada por Chico César ao redor da PF; vi de perto, ouvi, políticos e lideranças sindicais da Itália, Espanha, Marrocos França, México...mulheres de sari e de burca a dizer Boa Noite presidente Lula no seu idioma de origem. Vi religiosos falar de resiliência e juristas falar de injustiça.
Meu Deus. É muita lembrança gratificante.
Agora pasmem.
Todos eles vieram visitar o Luladrão na cadeia.  E todos no entendimento de que o homem que está lá dentro preso há 

quarta-feira, setembro 05, 2018

O Grito do Ipiranga



“Muitas vezes, o silêncio é um crime”.
(Dr. Martin Luther King Jr.)
            Passados 196 anos do grito de Independência ou morte por Dom Pedro I, às margens do Riacho Ipiranga, em São Paulo, mais do que nunca é preciso mergulhar profundamente na História do Brasil para compreender a nossa difícil e frágil democracia, nossa Independência e quais são os interesses que estão em jogo no Brasil de hoje. “A memória histórica existe para a libertação e não para a servidão” (Jacques Le Goff).
            É preciso lembrar que o Brasil nasceu para ser branco e capitalista, sendo mercantilista, escravista, machista, racista, preconceituoso e excludente com a chegada dos portugueses se apropriando da Terra de Pindorama em 1500, habitado por cinco milhões de indígenas. De cara tais posseiros não respeitaram a cultura dos povos originários, como também não respeitaram e continuam não respeitando a cultura africana e afro-brasileira.
            É preciso lembrar também dos chamados “homens bons” do período colonial, que ainda estão “soltos” por aqui, que exploravam o trabalho alheio e que decidiam tudo num pacto das elites da aristocracia agrária (Independência de 1822, Proclamação da República em 1889, Abolição da Escravidão em 1888, etc.).
            O Grito do Ipiranga não se deu de forma conflituosa como em outros países, o que não quer dizer que foi de forma pacífica. O sentido de nação independente seria necessário derrubar a monarquia absolutista de D. Pedro I e as rebeliões populares (1837-1840) (Cabanagem, Sabinada, Balaiada e a Farroupilha) já previam um Golpe de Estado com apoio da imprensa que já “bestializava” o povo. Eis alguns exemplos para compreender como os tempos se parecem... Companheiras e companheiros.
            Marx já previa a luta de classes do século XXI, mas a farsa está sendo pior do que a tragédia, e a História do Brasil é uma história de resistências, lutas e conquistas, até com greve de fome, um gesto simbólico pela nossa democracia demolida. No ano 2000 todo o território nacional foi comemorado “Brasil 500 anos de resistência negra, indígena e popular”.
            Chegamos neste 7 de setembro com vários tipos de golpes, porque a ofensiva das forças conservadoras oligárquicas nacionais e o imperialismo estadunidense não é novidade na América Latina. É tudo que interessa as petroleiras, aos EUA, aos banqueiros, empresários, Rede Golpe e do Deus dinheiro.
            Por isso que o mercado dos golpes e da Casa Grande está de pé, com o latifúndio, trabalho escravo, repressão, extermínio da população negra e indígena, os palácios, as cortes, mídia colonizada, tribunal da Inquisição e muitas outras barbáries medievais.
            Estamos vivendo os desdobramentos do golpe de 17 de abril de 2016 (dia da infâmia), dois mil e “dezesselva”, na democracia e povo brasileiro, orquestrado, espetacularizado, desta vez pelos três poderes da República sem nenhum pudor e financiado pelas elites avarentas irracionais e de um judiciário do “esqueça o que estudei, falei e escrevi”, como fez FHC, o pai deste golpe pseudolegal, vergonhoso.
            Neste 7 de setembro, que não somos mais nação independente, há de se perguntar quais as forças poderosas que impedem o STF de assumir suas atribuições de cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal de 1988? Por que Barroso, a serviço do golpe refundou a República submissa aos EUA. Sabemos que foi mais um pacto das elites entreguistas e traidoras da pátria, criminosos de lesa pátria, serão julgados pelo povo e pela História.
            Vivemos o pior momento de nossa História e muitas coisas para dizer sobre este novo filme de terror nas trevas com vampiros monstros detonando aceleradamente as árduas conquistas do povo brasileiro, assim como nossas riquezas. Um Brasil fora da lei, ditatorial, à deriva, isolado do mundo, cujo último vexame foi negar a afirmação histórica dos Direitos Humanos da ONU de igual natureza para todas as pessoas.
            Isso porque as elites do atraso não conseguem esconder mais seus danos morais, sociais, ecológicos e do veneno, do ódio fascista e do cinismo. Não gostam do Brasil e do povo brasileiro, mas de Miami.
            Por isso incomodaram com os 13 anos dos governos democráticos e populares do PT com Lula e Dilma, porque nunca antes viram o pobre participando de conferências, trabalhar, comprar, comer, morar, consultar, estudar e viajar de avião. O mundo civilizado sabe que Lula é um preso político, é um símbolo internacional, candidato preferido do povo brasileiro e que Lula e o PT são os únicos capazes de tirar o Brasil deste atoleiro. Por isso também é que “a maior virtude da alma brasileira é a esperança” e “haverá um dia em que veremos nesta terra reinar a liberdade” (Leonardo Boff), e Beto Guedes completa: “Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos trazendo o sol da primavera”. Assim este 7 de setembro será mais um dia de luta de toda militância socialista, que se liga na TV 247 e na TVT, resistindo sempre com a solidariedade nacional e internacional. Lutar e vencer com muita arte e cultura ao som do professor trompetista. Em tempo quero dizer que a melhor resistência é na Escola sem Mordaça, para sermos cronistas da História com um pensamento épico. Somos todas e todos e nosso grito é internacional, por democracia, independência e soberania, e por  Lula Livre, Brasil Livre, Lula inocente, Lula/Haddad Presidente 13, por um “Brasil Feliz de Novo”.
Viva Lula, Viva o PT, o Brasil e o povo brasileiro!
Joana Darc Faria de Souza Lula da Silva
Prof.ª de História, especialista em Ensino de Cultura, Artes e História Africana, Afro-Brasileira e Indígena (Unioeste – Cascavel/PR). Diretório Municipal do PT de Toledo/PR.
Toledo, setembro de 2018.

sexta-feira, maio 25, 2018

Caminhoneiros,imprensa e podres poderes



Pobre imprensa no regime do caos. Comentaristas dito iluminados de repente se anulam em análises frente a greve dos caminhoneiros.  
Na tevê, só se assiste notícias da falta de combustível nos postos, de alimentos nos mercados, de remédios nas farmácias, de oxigênio nos hospitais, do gás de cozinha nos lares.
Nos grandes portais, jornalistas apenas acompanham os fatos e o ritmo das negociações para resolver o impasse do fim do movimento paredista.
Existem sim pontos de partida para entender a confusão que ora avassala o Brasil. 
Os sucessivos acontecimentos nefastos na política vivenciados nos últimos quatro anos, com mais afinco nos últimos dois, tem muito a ver com a situação atual.
A visível desobediência civil dos caminhoneiros diz respeito à credibilidade. Não é preciso ser esperto para perceber que ao abrir a boca o governo não inspira confiança. Que a atual equipe que circula no Planalto aparece diariamente nos jornais, não por feitos benéficos à população, mas sim por prática de ilícitos de toda ordem.  
Então como respeitar, acatar as ordens lá de cima.
Quando Dilma ganhou as eleições em 2014, Aécio Neves jurou de pés juntos que ela não chegaria ao final do mandato. Boicotaram-na. Sob o pretexto leviano de crime de responsabilidade fiscal, deputados e senadores golpistas com o aval explícito do Judiciário depuseram a legitima presidenta escolhida pelo povo.  Ainda viva a presença do ministro Ricardo Levandowski no plenário do Senado Federal a testemunhar impassível a grande farsa contida naquele julgamento de araque. 
Num piscar de olhos, acreditava-se, os problemas econômicos iriam ser superados e o Brasil começaria a crescer. 
O que se vê desde então, é um país presidido por uma figura tíbia,  cujo mandato meramente serviu e serve para o acobertamento de crimes de propinas transportadas em malas representadas em cifras de causar inveja a qualquer mega investidor.
A promessa de dedicação de políticas benéficas ao país, foi substituída pela rotina diária de acordos desavergonhados no Congresso visando  garantir o mandato do golpista chefe. Muito dinheiro e toma-lá-da-cá protagonizados por deputados clientelistas alheios à ética parlamentar.
Nesse meio, se criou e proliferou no povão o mote “Político nenhum presta”. Na psicologia, um mecanismo de defesa para justificar o passo errado em apoiar o afastamento de Dilma, hoje reconhecida como uma presidenta injustiçada e honesta.
Não satisfeitos, judiciário e os silenciosos da direita autoritária, trancafiaram o ex presidente Lula, o brasileiro preferido do povo,  numa cela. Crime? Provas? Apenas um detalhe. O que importa é que preso, Lula não concorre, não ofusca os planos de continuidade do desmonte do patrimônio brasileiro. Sim. É a entrega do Brasil e suas riquezas energéticas, minerais e ambientais que estão em jogo.
Os golpistas ludibriaram. Brincaram com a fé do povo.
O resultado está aí. A insubordinação veio a cavalo. É só o começo. 
Ao bom observador, a constatação. 
Embora a longevidade da greve provoque transtornos coletivos, a população é solidária ao movimento. As pessoas entendem os motivos da  paralisação e torcem pela vitória dos caminhoneiros.
Vè-se também nos depoimentos dos grevistas, evasivas em politizar a greve. Parece que a desconfiança é tanta, que simplesmente falar em política macularia um movimento oriundo de legítimas reivindicações. Aí é que mora o perigo.
E o Governo? Quer os caminhoneiros queiram ou não, é dele que emanam as decisões favoráveis ou não à categoria, o uso da força para coibir o movimento.
Enquanto isso os jornalões robustecem suas pautas na precursão da lei da e da ordem.

quinta-feira, abril 12, 2018

Frases mais ouvidas no acampamento



☆ Nossa! Nunca vi tanta solidariedade!
☆ Acho que eles deram um tiro no próprio pé.
☆ Tá pra nascer outro líder como o Lula.
☆ Eu tô cansada. Mas não arredo o pé daqui.
☆ Se transferirem o Lula daqui da PF, eu vou atrás dele.
☆ E aí cara... veio com a família hoje?
☆ Filha, venha cá. Vem escrever uma carta p'ro Lula.
☆ Aonde eu encontro bonezinho vermelho?