Compartilho com vocês uma história simples e afetuosa, dessas que acontecem só uma vez na vida.
Os alpes austríacos que rodeiam a cidade de Innsbruck compõem um visual indescritível. A vista lá de cima é divinamente maravilhosa e, mesmo que você não curta esquiar, vale pena pegar o teleférico para curtir o panorama e tirar belas fotos.
Foi o que eu e mais três amigos fizemos naquela bonita cidade. Do topo daquela montanha coberta de gelo se descortinava um horizonte degradê ornado com o azul do céu, o branco da neve e o verde tímido das coníferas tipicas das regiões geladas.
Me distanciei dos meus amigos. Eles decidiram subir a montanha mais um pouco a pé, enquanto que eu preferi ficar na estação fornicular para apreciar a paisagem.
Olhei ao redor e vi um banco, daqueles de ripa e encosto para três pessoas. E pra lá fui, mesmo tendo um homem lá sentado. Os demais bancos estavam ocupados.
Pedi licença com o olhar e sentei-me ao lado daquele homem. Só ali bem perto percebi que era um velho - aparentava seus 80 anos ou mais - e, com ele a lhe fazer compamhia silenciosa, uma linda border collie.
Do nada, comecamos a conversar. Eu no meu inglês macarrônico, ele no jeito calmo de falar.
Contou-me que tinha sido professor nos EUA
e que depois de aposentado escolheu Innsbruck para morar. Disse que vivia só e que Lucy era sua única companhia.
Gostei dele.
Pouco mais de meia hora de conversa, meus amigos chegaram. Tive que me despedir do meu inesquecível amigo.
Segurei as mãos daquele velho solitário, beijei-lhe a testa e fui. Também dei tiao pra Lucy. Alguns passos, olhei para trás e vi que e os olhos do Ralf estavem cheios de lágrima.
De volta a Curitiba.
Sem nada saber do acontecido na Áustria, minha vizinha ganhou uma linda cachorrinha da raça border collie e a batizou de Lucy.
Atualmente a Lucy brasileira tem 8 anos e é minha melhor amiga canina.
quarta-feira, dezembro 06, 2017
terça-feira, setembro 26, 2017
As mulheres precisam de formação
Este é o
entendimento recorrente nos encontros das mulheres petistas. E o que há por
detrás desta reivindicação?
A percepção
de que os avanços na luta pela
emancipação da mulher na sociedade sofrem recuos dado ao recrudescimento da
direita no poder e o consequente conservadorismo emanado dessas forças no
tecido social.
A pior
constatação deste cenário, é que os valores da direita retrógrada atingem diretamente
as mulheres.
Os debates
até então havidos sobre a legalização do aborto foram menoscabos no governo
golpista. Foram substituídos por crenças religiosas advindos da expressiva representação
evangélica no Congresso Nacional.
Um novo
padrão da mulher renasce das cinzas simbolizado
pela “bela, recatada e do lar”, mote criado pela Veja, a revista de grande circulação.
Secretarias
e ministérios criados nos governos Lula e Dilma em defesa dos direitos às mulheres,
orientadas à proteção das mulheres negras, LGBTs foram sumariamente excluídas da
estrutura do Governo Federal.
Ainda de
quebra, retrocesso na reforma das leis do trabalho prejudicial as mulheres,
principalmente as gestantes.
As mulheres
precisam conhecer e acompanhar a realidade, no sentido de se contrapor às investidas machistas
descompromissadas com o sentimento e aspirações da mulher na sociedade. É preciso ser incansável na luta contra o neoliberalismo
escravizante, donde o lucro tem mais valia que a vida.
O Curso de
Formação às mulheres é um instrumento importante para a reativação da coragem e da crença coletiva de que a mulheres podem.
Sim. As mulheres podem!
quinta-feira, setembro 21, 2017
Eu vi em Auschwitz
Em trens pequenos
e vagões sem janelas. Assim chegava gente de várias partes do mundo na Polônia.
Famílias vendiam o pouco que tinham, juntavam bens e joias, sem jamais imaginar
a armadilha que o destino lhes reservaria.
Seguiam pela
longa viagem na expectativa de trabalho. Iam naquele comboio, literalmente amontoados
e quase sem ar.
Na chegada, o
choque. A decepção. A guarda nazista apreendia todos os pertences, inclusive
alianças de casamento e ouro do dente.
É horrível. É
triste. É chocante.
De fora, uma
fileira de 28 enormes barracões. Um ao lado do outro. A visita começa por um deles. Já de cara num
dos compartimentos, montes e montes de calçados velhos. Do outro lado, milhares
de óculos amontoados. Aqueles óculos redondos de aro fino usados na época da guerra.
Mais a frente, um pavilhão com montes e mais montes de cabelos. O cabelo das
mulheres era cortado para fazer agasalho.
Assusta o volume
e quantidade dos objetos guardados expostos para visitação pública. Tem
explicação. Foram mais de 1 milhão de judeus vitimados pelo nazismo. Ainda na
lista persecutória, os negros, ciganos e homossexuais.
Nos demais barracões,
lá para quem quiser ver, os beliches de três, quatro andares. Em cada piso do
beliche, dormiam oito pessoas. Dava prá ver, super apertado. Muitos prisioneiros
não conseguiam dormir. Dores, saudades, frio, os faziam tremer e chorar. O
lamento coletivo.
Tifo e malária
deixava-os fracos, impossibilitados ao trabalho escravo. Então a guarda abreviava
vida. A fogueira funcionava a todo vapor. Crianças não aptas ao trabalho também
eram queimadas.
O quarto do
castigo era destinado a aqueles que não produziam a contento no eito. Um espaço
de um metro quadrado, sem ar. Ali morriam.
Tentativas
de fuga do campo eram severamente castigadas. Está lá o patíbulo, a forca, em local
estratégico para que os demais pudessem assistir o castigo dos rebeldes ousados.
O tempo de
refeição e das necessidades fisiológicas era controlado. Desobediências implicavam
em castigo severos.
O período de
permanência no campo não passava de seis meses. Os prisioneiros morriam cedo vítimas
da desnutrição, frio e doenças provocadas
pela imundície. Muitos pediam prá antecipar a morte dado o sofrimento
desalentador.
Alguns barracões
serviam de estábulo à cavalaria e ao mesmo tempo de dormitório.
A câmara de gás
foi a forma mais utilizada pelos nazistas para matar os judeus.
...
Eu vi. A
história está lá para quem quiser testemunhar.
De tudo, o
que mais assusta é saber que em pleno século 21 - 70 anos após o registro do maior
genocídio na humanidade - grupos autodenominados neonazistas surgem das trevas
no Brasil.
É de se
perguntar o que passa na cabeça de um jovem capaz de tatuar o símbolo nazista
no corpo e exibi-lo como troféu de bravura.
Eles estão
soltos por aí semeando ódio e discórdia, impunes.
sexta-feira, julho 28, 2017
Governo Federal e Rio juntos no combate à violência
As Forças
Armadas estão nas ruas para proteger o povo carioca. A violência está sob
controle? Menos manchete de gente morta?
Não. O
problema não está resolvido. Apenas mais uma vez postergado.
Por trás de cada morte - quer do policial, quer do
cidadão civil - há a má vontade histórica dos governantes em encarar de frente a
questão do narcotráfico, realidade presente nos helicópteros planadores das
fazendas em território tupiniquim. Na carnificina de negros, crianças e inocentes,
há a intencional omissão do Estado no vai e vem do tráfico de drogas e armas. Atrás de cada vida ceifada há o vultuoso lucro
não tributado da transação ilegal.
O tabu
continua.
O tucano Raul
Jungmann ministro da Defesa de Temer - cuja pasta não se sabe o que faz nem prá
que serve – nem por um instante falou de ações efetivas para tornar a cidade
maravilhosa menos perigosa. A violência
não surge do nada. Tem causa. Tem reação.
O exército
fica na rua até o final do ano. Depois o Rio volta ao Deus dará.
domingo, junho 11, 2017
Salvemos o Brasil
Michel Temer é capaz de tudo para salvar a pele. O jogo está empatado.
O país assiste passivo o ir e vir de um presidente sujo, golpista e rejeitado pela maioria do povo, a armar sórdidas tramoias contra o STF;
a usar estruturas do governo e prerrogativas do cargo para nomear e controlar as ações da Polícia Federal com o claro intento de bloqueio às investigações;
a perseguir e prejudicar empresas e pessoas que ousam incluir seu nome no rol dos corruptos;
a transformar o Planalto num bunker mafioso em próprio benefício.
As cartas estão na mesa.
Meio congresso, contra. Meio congresso a favor.
Meio judiciário contra, Meio judiciário a favor.
Só resta ao povo o desempate.
O país assiste passivo o ir e vir de um presidente sujo, golpista e rejeitado pela maioria do povo, a armar sórdidas tramoias contra o STF;
a usar estruturas do governo e prerrogativas do cargo para nomear e controlar as ações da Polícia Federal com o claro intento de bloqueio às investigações;
a perseguir e prejudicar empresas e pessoas que ousam incluir seu nome no rol dos corruptos;
a transformar o Planalto num bunker mafioso em próprio benefício.
As cartas estão na mesa.
Meio congresso, contra. Meio congresso a favor.
Meio judiciário contra, Meio judiciário a favor.
Só resta ao povo o desempate.
domingo, maio 14, 2017
Diferenças e significados
Conheci dona Jandira no ônibus após o ato pró Lula na Praça Santos Andrade.
Há tempos não se via tanta gente vermelha, alegre, com adesivos na roupa e bandeira na mão no transporte coletivo curitibano.
Na voz dos seus 70 anos ou mais, escuto dona Jandira comentar com o vizinho de banco que estava na praça desde a hora do almoço; que não iria arredar o pé de lá até que o ex presidente chegasse.
Disse ainda emocionada, que seu maior sonho era tirar uma foto bem pertinho do Lula.
Pensei.
No palco, militantes e políticos às dezenas acostumados a poses e closes, acotovelando-se para aparecer bem na foto.
Eles, a alimentar o ego proporcional ao número de curtidas nas redes sociais.
Ela, dona Jandira, na esperança vã
de mostrar uma foto com o Lula à família, às comadres, às vizinhas da vila.
Não me contive. Perguntei o nome daquela senhora e disse: Não desanime.
sábado, maio 13, 2017
Toda unanimidade é burra
Combater a corrupção e punir quem a pratica é unanimidade
universal. Justamente por isso, como
dizia Nelson Rodrigue, encarar a Lava Jato como braço da
moral da Pátria é burrice das
grandes.
A mega operação criada para resgatar a moralidade dos
homens, encontra-se em plena decadência moral.
No esforço inútil de dar cabo às esquerdas, Sérgio Moro se perde na posição ora magistrado, ora destruidor
de ideologias que não as dele. Moro trocou os pés pelas mãos.
Como dar crédito à Lava
Jato, quando dezenas de praticantes de atos ilícitos provados e comprovados há
tempos passeiam livres e desenvoltos
pelos corredores palacianos de Brasília? Em São Paulo também.
Como avalizar os atos do Moro, juiz que interroga Lula alicerçado em documentos sem assinatura? Ou então que
envolve a falecida dona Marisa, em citações constrangedoras ao ex presidente?
Como levar em frente
o processo, quando um juiz determina o encerramento do Instituto Lula baseado
num parecer inexistente do Ministério
Público?
Como levar a sério o
judiciário, quando um juiz que - pela
aparência a vida nada lhe ensinou – vai
na TV e se diz convicto dos “crimes” do Lula? Crimes desenhados em bolinhas de
power point?
Tenho pena do brasileiro que ainda acredita na Lava Jato. O
sonhado fim da corrupção cantado em verso em prosa pelos verde-amarelo que foram as ruas ruiu.
Desvaneceu.
Resta ao juiz Sérgio Moro por a cabeça no travesseiro e se
perguntar: “Aonde foi que eu errei?”
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