sábado, setembro 14, 2024

Sobre o Requião

Simpático, acolhedor, modesto... nunca foi. Mas isso não vem ao caso. O que faz Requião  intragável é a indisfarçável mágoa acumulada na sua cabeça, dir-se-ia, quem sabe, por não ter sido indicado a um cargo importante no governo Lula. 

Entrou sorrateiramente no PT, mas petista nunca foi. Se questionado sobre o porquê da saida do PMDB velho de guerra e a consequente filiação ao PT, dirá que esperava encontrar um partido de esquerda para chamar de seu.

Ou então, a depender do humor,  atirará pedras a quem ousou abordar tal assunto.

Em tempos de campanha à prefeitura, predomina a ironia irritante. Um homem alquebrado de impaciência aparente insiste no discurso desconstrutivo do Lula, em flagrante desrespeito à trajetória e às dificuldades politico- conjunturais enfrentadas pelo presidente para conseguir governar. Requião sabe disso tudo. Sabe mas não  se verga. Fixo no exibicionismo latente do que foi no passado, esquece que é candidato do amanhã numa cidade de problemas do ontem. 

Enquanto isso a direita extremada navega feliz e contente na Curitiba da luz dos pinhais.

segunda-feira, setembro 02, 2024

BASTA!

OS EUA vivem plena eépoca e eleição. Dois candidatos ditos opostos se degladiam pra chegar lá. 

Faz parte do jogo. Trump se exibe a fazer cara de mau. Miss Kamala, o sorrisão aberto que lhe é peculiar. 

Caras e bocas escancaradas para sociedades doentias, movidas pela ganância, pelo lucro centrado nas mãos  de poucos, pelo desvalor à vida em nome de status e poder. 

Enquanto se vangloriam dos milhões amealhados para o espetáculo de suas campanhas, fecham os olhos aos milhares de mortos vitimas de guerras lucrativas a eles. 

Os EUA cultivam a cegueira donde, de um lado, se vendem ao mundo como uma nação rica e democrática e, de outro, se impõe a manutenção do imperialismo graças ao lucro mortífero da indústria bélica. 

Kamala ri. Dizem as pesquisas, favorita de primeira mão.  

Enquanto isso, inocentes morrem  na faixa de Gaza sem comida, sem cuidados médicos, sufocados em meio a explosões intermináveis.

Assim caminha a humanidade.

quinta-feira, agosto 29, 2024

Lúcidos, sempre.

As noites geladas de Curitiba pareceu não incomodar a saída de casa de um  público muito especial. Muitos já de barbas e cabelos brancos.

Eles chegaram, riram muito, se abraçaram. Nos gestos, a alegria de rever o companheiro  ou companheira das lutas de outrora; no olhar, a cumplicidade das lutas tão vivas e presentes.

Noite de encontro dos idealizadores  da construção da CUT no estado do Paraná.  Gente cuja expressão “classe trabalhadora” nos idos do século passado significava o ressurgimento de um protagonismo sindical capaz de influenciar o destino político do País. Isso foi revisto e vivido intensamente na noite fria de 28ago2024 no Nina Bar .

Os atores desses momentos lá se reuniram. Muitos, há tempos não se viam. Lindo de ver. No microfone cada um a seu modo lembrou  de como tudo começou, peculiaridades, histórias não narradas e ora socializadas. 

Um brinde ao Beto Von der Osten, Cequinel, Vanhoni, Xixo e tantos outros presentes nesta noite, imbuídos na retomada da importância e significado das lutas sindicais para o fortalecimento da democracia.

Que os valores e a relação social do povo trabalhador não se percam no pixel de uma telinha retangular.

A história é um carro alegre... cheia de gente contente...

quarta-feira, junho 19, 2024

Sobre as eleições municipais de Curitiba

Uma verdadeira sinuca de bico. De um lado decisões ainda não deglutidas vindas do Diretório Nacional, o qual bate o martelo no apoio ao peessebista Luciano Ducci, com possível vice ocupada pelo pedetista Goura. 

De outro, defesa de candidatura própria protagonizada pelos petistas Zeca Dirceu e Carol Dartora.

E mais de outro lado, surge o pré candidato Roberto Requião do Mobiliza a se auto declarar alternativa indispensável na corrida eleitoral. 

Tudo embolado até  então.  

Domingo próximo, 23jun, haverá um encontro no Clube Literário organizado pelos requianistas para falar de conjuntura e, claro, do cenário politico-eleitoral curitibano.

Aí é que mora a questão.  Independente da orientação do partido, é perceptível a naturalidade com que militantes históricos do partido se mobilizam para participar da agenda do Requiao. Uns até já a declarar apoio etc e tal.

O cenário é preocupante. A tendência do partido cujos filiados banalizam decisões, desobedecem orientações de dirigentes, está fadado ao enfraquecimento e divisionismo às vezes de difícil reparação. 

Mas nem tudo está perdido.

Há de se pensar numa saída estratégica. 

Quem sabe o Diretório Nacional liberar a militância para seguir caminhos e escolhas que bem lhe aprouver, tendo em mente o ideário das esquerdas fincado na luta pela democracia e apoio ao governo Lula. 

E por falar em Lula, ou se tem a compreensão das dificuldades que ele está a enfrentar para levar adiante os projetos do governo, ou choraremos todos abraçados na Praça  Santos Andrade a pedir pelo amor de Deus que não o tirem de lá. 

Mas este é um assunto para outra hora.


Sirlei Fernandes

terça-feira, maio 28, 2024

Biblioteca Pública recebe autores de livro para doação

 


O diretor da Biblioteca Pública do Paraná Luiz Felipe Leprevost recebeu um grupo de representantes do Coletivo Geração 68: Clair Flora Martins,  Gerson Zafalon, Narciso Pires e Sirlei Fernandes. 

Trata-se de militantes políticos que tem em comum as lutas e resistências vivenciadas durante o regime militar. 

Eles estão entre os sessenta e seis autores do livro "Vozes da Resistência - Memórias da luta contra a ditadura militar no Paraná." 

O livro foi lançado dia 14 de maio e já na cerimônia de lançamento foi sugerida a doação de exemplares para a Biblioteca. 

A princípio foram doados dez exemplares com o intuito de serem encaminhados também para outras bibliotecas.

Ressalta-se a atenção dispensada pelo diretor Leprevost aos visitantes, numa demonstração clara  de interesse ao conteúdo e de respeito à história revisitada nos escritos.

sábado, maio 18, 2024

Geração 68 visita o ex governador Paulo Pimentel



Era uma tarde como outra qualquer. Lá estava ele numa vasta sala, sentado atrás de uma mesa grande tipo escritório, cercado de livros, retratos da família, amigos e de muitas outras fotos relacionadas a eventos histórico-políticos.

No entorno da grande sala, muito verde lá fora e calmaria a se observar através das janelas sem cortinas.

Foi nesse ambiente que um grupo de seis militantes políticos, de vidas identificadas com o ambiente político paranaense dos anos 60/70 foram recebidos pelo ex governador do Paraná Paulo Pimentel, 96 anos.

Difícil descrever a alegria do anfitrião ao se defrontar com a visita de pessoas de vivências semelhantes às dele, fincadas nos ideais da democracia. 

Pimentel impressiona pela lucidez ao lembrar dos fatos e detalhá-los às vezes com humor, outras com maestria.

Lembrou de experiências importantes, outras pitorescas nos tempos de sua ativa atuação política no Paraná. Uma delas, o corte da concessão das suas redes de TV decorrente de entreveros com os militares.

Na oportunidade, os visitantes presentearam Pimentel com um exemplar do livro “Vozes da Resistência: Memórias da luta contra a ditadura militar no Paraná.” Ele agradeceu emocionado e fez questão de posar para uma foto coletiva. 

quinta-feira, maio 16, 2024

Lançamento do livro VOZES DA RESISTÊNCIA

Dia 14mai24 aconteceu o lançamento do livro  VOZES DA RESISTÊNCIA: MEMÓRIAS DA LUTA CONTRA A DITADURA MILITAR NO PARANÁ.

Trata-se de uma coletânea de textos escritos por militantes políticos partícipes das lutas e resistências contra o regime militar no Paraná.

O lançamento foi feito em dois locais: às 10hs no saguão da Reitoria da UFPR e às  19hs no Salão Nobre do Curso de Direito também da UFPR na Praça Santos Andrade.

A escolha da reitoria simboliza a derrubada do busto de Flávio Suplicy de Lacerda, reitor da Universidade nos idos de 1968. Na época, os estudantes se revoltaram com o chamado Acordo MEC Usaid, cujo teor dizia respeito a implantação do ensino pago nas universidades. 

O ato foi lembrado em depoimentos por estudantes ligados aos Diretórios Acadêmicos de diversas áreas de ensino - hoje de cabelos brancos - que fizeram parte desse ato politico. 

Ao término, composições de Geraldo Vandré emocionaram os presentes na voz e violão do músico Daniel Faria.

Para surpresa não só do público como também dos organizadores, a Orquestra Filarmônica do Paraná brindou os presentes no evento com Sinfonia de Mozart no teatro da própria Reitoria.

O ato solene à noite foi composto de depoimentos e testemunhos de alguns militantes que vivenciaram as agruras dos anos de chumbo. 

De mãos dadas e lágrimas dos olhos, a plateia cantou "Pra não dizer que não falei das flores" ao som do violão do músico Guego Favetti.

Foi um dia de intensas emoções.  Gente vinda de outros estados, amigos que não se viam há  décadas se encontraram, se abraçaram e testemunharam em cada olhar o reencontro com a história narrada no livro ora lançado. 

A obra foi organizada pelo militante político Aluízio Palmar e outros companheiros do coletivo Geração 68.

Trata-se de uma coletânea de sessenta e seis textos escritos por homens e mulheres  cuja memória ainda guarda as lembranças nefastas do periodo militar no Paraná e no Brasil.